Morre Gérard Ducarouge

Ayrton Senna e Gérard Ducarouge foram dois dos responsáveis por boas temporadas da Lotus na F1, na década de 1980
Uma pena - A semana começou com uma notícia muito triste para a F1. O engenheiro francês Gérard Ducarouge, que trabalhou em equipes como Matra, Ligier, Alfa Romeo e, principalmente na Lotus, morreu aos 73 anos. 

Os fãs que não acompanham a F1 de muito perto, ou os mais novos, podem não conhecer a história de Ducarouge, mas ele tem uma ligação muito especial com o Brasil, por ter trabalhado diretamente com dois pilotos do país, os tricampeões Nelson Piquet e Ayrton Senna. E foi com Senna com quem ele desenvolveu uma relação mais próxima no tempo em que ambos defendiam a Lotus.

Após ter trabalhado com a Matra, a Ligier e, rapidamente, com a Alfa Romeo na F1, o francês foi contratado por Peter Warr, no meio de 1983, para liderar uma reformulação na equipe inglesa, que desde o título de 1978 de Mario Andretti vivia mais momentos de baixa do que de alta. Com o trabalho de Ducarouge e com a chegada de Senna, na temporada de 1985, entretanto, a Lotus voltou a viver bons momentos, vencendo corridas e brigando, de certa forma, por títulos. 
Título mundial foi a peça que ficou faltando para coroar a parceria de Ducarouge com Senna na Lotus
Juntos, Senna e Ducarouge conseguiram seis vitórias, 14 poles positions e 22 pódios entre 1985 e 1987, sendo que em 1987 Ayrton terminou com o terceiro lugar no campeonato mundial, sua melhor posição até então. A parceria, contudo, terminou no fim daquele campeonato, já que em 1988 o brasileiro passou a guiar pela McLaren, onde conquistou seus três títulos. E é aí que acontece um dos capítulos mais legais na relação entre os dois, descrita na excelente biografia do piloto "Ayrton - O Herói Reveleado", escrita por Ernesto Rodrigues.

Já sabendo que Senna deixaria a Lotus, Ducarouge escreveu uma longa carta para o piloto que foi entregue durante o fim de semana do GP do Japão de 1987. Segundo o livro, na carta o francês revelou que não se despediria formalmente do amigo porque não conseguiria falar olhando em seus olhos e também se desculpou por nunca ter sido capaz de lhe dar um carro a altura de seu talento, que lhe fizesse ser campeão. 

Os dois, então, tomaram caminhos opostos. Com Senna, todos já sabemos o que aconteceu. Enquanto isso, Ducarouge passou maus bocados com o fraco Lotus 100T, modelo desenvolvido para a temporada de 1988, quando trabalhou com Nelson Piquet. Depois disso, o francês deixou a Lotus e ainda passou pela Larousse, antes de retornar à Ligier, onde ficou até a metade de 1994, quando decidiu se afastar da categoria, em parte por conta da morte de Ayrton, segundo a biografia.

Ducarouge batalhava contra uma doença há pelo menos três anos. A causa de sua morte ainda não foi divulgada.

Fotos: Auto123.com e GPPits.net
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