Voltando à ativa – Sei que não escrevo nada por aqui desde janeiro e que os últimos dois anos do blog foram de poucas publicações. A culpa disso, majoritariamente, é do trabalho que cresceu um bocado neste período, junto com a algumas doses de falta de inspiração e de preguiça. Esses são os motivos para que esse espaço se encontrasse totalmente empoeirado e vivendo de posts antigos que tenham certa relevância.
Só que de uns tempos para cá,
vinha pensando em uma forma de como me organizar para retomar a escrever por
aqui, já que a preguiça se foi e a organização na vida profissional melhorou
consideravelmente. O plano era só voltar em 2017, a partir dos primeiros dias
de janeiro. Contudo, desde ontem vinha pensando em falar sobre Felipe Massa e
sua última corrida em solo brasileiro pela Fórmula 1. Saber que essa seria sua participação derradeira pela categoria me trouxe uma sensação estranha de nostalgia. E decidi escrever um pouco sobre isso, ainda que esteja bem enferrujado. Mas vamos lá.
Quando comecei a escrever sobre
F-1 por aqui, em 2008, tinha em Massa um dos meus pilotos favoritos. Com o tempo, entretanto (especialmente após aquele GP da Alemanha de 2010, o do famoso "Alonso is faster than you"), essa torcida por ele praticamente sumiu, ainda que o respeito por sua carreira, não importa o que ele fizesse, sempre tenha existido.
E foi por essa nostalgia de antigo torcedor, e por esse respeito, que o
encerramento de sua passagem pelo Brasil a bordo de um F-1 se tornou tão emotivo pra mim.
Obviamente não fui o único a me emocionar ao vê-lo abandonando o carro #19 e caminhando do
ponto de seu acidente até o paddock, chorando e demonstrando toda a emoção que
sentia naquele instante. Esse foi o início de uma das sequencias de imagens mais legais que já
vi na categoria. Assistir a Felipe caminhando pela entrada dos boxes, carregando a bandeira do Brasil durante
todo o percurso, sendo cumprimentado por fotógrafos e fiscais, ovacionado por
grande parte da torcida e aplaudido por mecânicos de Mercedes e Ferrari, antes
de cair nos braços da esposa, Ana Rafaela, e do filho Felipinho e depois disso, ainda recebendo o carinho do irmão Dudu, do pai Titonio e dos colegas de Williams, foi algo muito bonito.
E como bem disse Galvão Bueno,
também emocionado da cabine de transmissão ao lado de Reginaldo Leme e Luciano
Burti, se ele percorresse toda a extensão dos boxes, seria aplaudido pelos
mecânicos de todas as equipes, tamanho é o respeito que ele conquistou no
paddock. É, sem sombra de dúvidas, uma imagem para ficar guardada por muito
tempo.
Não tenho vergonha de admitir que meus olhos marejaram com essa sequencia de acontecimentos. É difícil passar, impassível, por um momento como esse. Se até a minha namorada, que não gosta de corridas e dormiu durante a interrupção da prova, se emocionou ao ver aquelas cenas, imagina o que sentia as pessoas que acompanham o esporte e têm uma certa ligação emocional com ele.
Não tenho vergonha de admitir que meus olhos marejaram com essa sequencia de acontecimentos. É difícil passar, impassível, por um momento como esse. Se até a minha namorada, que não gosta de corridas e dormiu durante a interrupção da prova, se emocionou ao ver aquelas cenas, imagina o que sentia as pessoas que acompanham o esporte e têm uma certa ligação emocional com ele.
Talvez, a última corrida de Felipe Massa no autódromo que se tornou o quintal de sua casa, e onde ele conquistou duas de suas 11 vitórias, três de suas 16 poles e cinco de seus 41 pódios na categoria, não tenha terminado como ele, a torcida e nem ninguém queria e imaginava. Vê-lo cruzando a linha de chegada e recebendo a quadriculada pela última vez no autódromo José Carlos Pace, independente da posição em que terminasse seria o que todo mundo julgaria como ideal. Mas quer saber? É possível que a carga emocional que vimos com aquelas cenas não fosse a mesma. Vai saber.
Encerro esse texto com uma pequena reflexão. É preciso valorizar sim o esforço de alguém como Felipe. Um cara que foi em busca de seus sonhos, que batalhou por sua carreira e que chegou muito mais longe do que muitos poderiam prever. Ele pode não ter sido um piloto brilhante como alguns dos campeões que passaram pela Fórmula 1, mas deixou sua marca e seu legado.
Felipe Massa ainda tem mais uma corrida a fazer, antes de se despedir da F-1. E seja lá o que ele fizer e qual for o resultado, tenho certeza de que ele sairá com dignidade da categoria. E por essas e outras, ele merece todo o nosso respeito.
Abraço fraternal
Não foi só a comovente imagem de Felipe se despedindo do GP do Brasil que chamou minha atenção.
Após a corrida, como é de praxe,
os pilotos vão para uma zona mista conversar com a imprensa. E com a mudança na
grade de programação da TV Globo, graças às interrupções que fizeram o GP do
Brasil ser prolongado, a F-1 ganhou uns minutinhos a mais de transmissão na
emissora carioca. Neste espaço de tempo, pudermos ver Felipe Nasr ser abordado
por seu xará, que fez questão de lhe dar um caloroso abraço, quando o piloto da
Sauber falava ao repórter Marcelo Courrege sobre a conquista dos primeiros
pontos de sua equipe em 2016.
Uma atitude bacana por parte de
Massa, algo como sendo uma passagem de bastão, já que Nasr ainda segue na luta
para continuar na categoria. E se isso acontecer, ele será o único representante
do país na F-1 no próximo ano e talvez por um bom período.
Fotos: GPUpdate.net
Fotos: GPUpdate.net
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