TOP 5 Fórmula 1 - As corridas que definiram o campeonato

Chegou a hora de falar das corridas mais importantes do ano, aquelas que tiveram maior relevância para a definição do mundial de Fórmula 1 em 2017.

GP da Hungria: vantagem ferrarista


O GP da Hungria deste ano não foi dos mais marcantes, é verdade. Na pista, a Ferrari conquistou duas dobradinhas: a primeira veio no treino classificatório, com Sebastian Vettel na pole, e Kimi Raikkonen ao seu lado, ordem que não foi alterada na corrida. Enquanto isso, as Mercedes ficaram com o terceiro e quarto lugares, com Valtteri Bottas à frente do "Rei de Hungaroring" Lewis Hamilton. 

Aliás, a prova teve como principal lance marcante as ordens dadas pela equipe alemã, permitindo que o então tricampeão ultrapassasse seu companheiro para tentar atacar o duo ferrrista. Porém, como não obteve sucesso em sua tentativa, Hamilton acabou recuando e devolvendo a posição para Bottas, na reta de chegada.



Então por que raios essa prova entra em uma lista daquelas que definiram o mundial? Bem, a escolha se dá pela representatividade que este Grande Prêmio teve para a Ferrari, sendo ela a última vitória do piloto alemão enquanto havia chances de título. A categórica vitória da Ferrari no travado circuito magiar mostrou que a escuderia era muito forte neste tipo de pista e que havia sim perspectivas de uma boa disputa no retorno do campeonato, sendo a ameaça ao reinado da Mercedes real. Além disso, para o campeonato - que seria paralisado na sequencia para as férias de verão, aquele resultado representou a retomada de uma boa vantagem de Vettel diante de Hamilton. A diferença, que havia caído par um ponto no GP anterior, em Silverstone, passava a ser de 14 pontos. 

Só que dali em diante...

GP da Itália: assumindo a ponta na casa da rival


Se o GP da Hungria tinha provado que a Ferrari estava na briga pelo título de 2017, o GP da Itália mostrou uma resposta à altura por parte da Mercedes. E no quintal da casa do rival. Se a Ferrari contava com a primazia em circuitos mais travados, as flechas de prata eram dominantes nas pistas mais velozes, como é o caso de Monza. E ali, na terra dos tifosi rosso, ninguém foi capaz de segurar os carros alemães prateados durante a corrida.

A emoção, porém, começou na classificação, que ocorreu debaixo de chuva e trouxe diversas surpresas, como o quarto lugar de Lance Stroll e o quinto lugar de Esteban Ocon. Mas a pole ficou com Hamilton, a 69ª, quebrando assim o recorde histórico de largadas na primeira posição, que pertencia a Michael Schumacher. Sebastian Vettel? Sim, o alemão foi mal e partiu apenas do nono posto.


No domingo, domínio absoluto de Hamilton, que acabou ainda contando com a ajuda de seu companheiro Valtteri Bottas, sexto no grid, para completar a dobradinha germânica no pódio. Vettel ainda se recuperou bem para cruzar a linha de chegada em terceiro. Mas ali, o tetracampeão era superado no mundial de pilotos pelo inglês, que passava a ter três pontos de vantagem na classificação. E ainda que naquele momento tudo estivesse sob controle, já que a etapa seguinte aconteceria em uma pista que teoricamente era favorável aos carros vermelhos, vemos hoje que o Grande Prêmio italiano teve grande relevância para o mundial.

GP de Singapura: largada maluca e caminho livre para o #44


Tudo corria bem para a Ferrari em Marina Bay. Como foi dito, a escuderia possuía um carro que rendia muito bem em circuitos mais travados, como Mônaco e Hungria, onde havia tido vitórias dominantes, e a expectativa era de que Vettel pudesse vencer e retomar a liderança do mundial. 

Ao fim da classificação, no sábado, o otimismo era gigantesco, pois além do já esperado bom desempenho ferrarista - com Seb na pole e Kimi em terceiro - o time de Maranello havia ganhado uma importante aliada: a Red Bull, que colocou Max Verstappen em segundo e Daniel Ricciardo em quarto. Enquanto isso, Hamilton e Bottas tiveram de se contentar com o quinto e sexto lugares. E caso os resultados dos cinco primeiros no grid se repetissem durante a corrida, o tetracampeão reassumiria a ponta do campeonato, descontando os três pontos de desvantagem que tinha naquele momento e abrindo outros doze.



Todavia, tudo mudou no domingo. A chegada da chuva trouxe um novo elemento para a prova, sendo benéfico para a Mercedes, já que com pista molhada, o desempenho fica mais equilibrado. Contudo, essa novidade acabou não sendo tão fundamental assim. Isso porque um strike na largada fez o fim de semana que se desenhava como o dos sonhos para a Ferrari virar um pesadelo. Vettel não largou tão bem e passou a ser ameaçado por Verstappen. E em uma tentativa de pressionar o jovem holandês, os dois acabaram se tocando e acertando também Raikkonen, que havia partido melhor que os dois. 

Não culpo ninguém, ainda que Vettel tenha se precipitado um pouco. Porém, o acidente custou muito ao alemão e aos italianos, que dali em diante entraram em queda franca.

Já Hamilton, que deveria lutar apenas para diminuir o prejuízo, acabou assumindo a liderança e partindo para uma vitória tranquila, que lhe daria uma vantagem de 28 pontos na classificação, e encaminharia o seu tetracampeonato.

GP do Japão: a vela que praticamente definiu o campeonato

Em Singapura, Hamilton meio que encaminhou o seu quarto título mundial. E no Japão, ele só referendou isso, com mais uma vitória. Se não deu para garantir matematicamente a conquista, ficamos apenas na expectativa para saber onde ele ergueria a taça.


No entanto, mais do que a vitória de Hamilton - que também partiu da pole - o que realmente chamou a atenção durante a etapa de Suzuka foi o abandono de Sebastian Vettel logo na quarta volta. O alemão alinhou na primeira fila, mas logo depois da largada começou a se queixar de falta de potência, recolhendo sua Ferrari para os boxes na volta seguinte. Mais tarde, ficou constatado que os problemas se deram por conta de uma vela, peça que custa algumas dezenas de dólares. E que, incrivelmente, custaram uma tentativa de recuperação no campeonato por parte do piloto tetracampeão.

Com tranquilidade, Hamilton triunfou e abriu 59 pontos de frente, vantagem que dificilmente seria perdida. 

GP do México: tensão e glória!

As chances de Lewis Hamilton sair do circuito Hermanos Rodriguez consagrado como tetracampeão mundial da Fórmula 1 eram muito grandes. Com 66 pontos de vantagem diante de Sebastian Vettel, restando apenas 75 em jogo, bastava que o inglês terminasse a corrida na sexta posição para que ele se juntasse ao próprio piloto alemão e ao francês Alain Prost no "pódio' dos pilotos que mais vezes foram campeões da categoria, independentemente do resultado conquistado por Seb. E contando com um dos três melhores carros do grid, essa tarefa não parecia ser difícil. Porém, logo após a largada, aquele clima de "já ganhou" mudou e a tensão tomou conta da atmosfera mexicana.

Vettel partiu da pole, tendo ao seu lado o ousado Max Verstappen. E logo na primeira curva, os dois se engalfinharam, com o alemão tentando manter a ponta e o holandês partindo sedento pela primeira posição. Logo atrás dos dois, veio Hamilton, à espreita, só esperando o melhor momento para atacá-los. Dito e feito. Os dois ponteiros acabaram se tocando e o piloto da Red Bull se deu melhor, assumindo a liderança. Nisso, o britânico tentou atacar o ferrarista, para tomar-lhe a segunda posição e, quando já tinha parte do carro à frente, acabou também sendo tocado por Vettel. E o resultado foi desastroso para os dois.



Seb, com o bico do carro avariado, e Lewis, com o pneu traseiro direito furado, precisaram parar nos boxes, com prejuízo maior ao inglês, que voltou quase que com uma volta de desvantagem. Porém, o resultado ainda lhe garantia o título, já que seu principal concorrente estava praticamente um grid inteiro atrás da posição que precisava. Se terminasse em terceiro, Vettel já não conseguiria descontar os pontos necessários para se manter na disputa.

E o que se viu depois disso foi uma prova tensa, com ambos escalando o grid. Vettel teve mais facilidade e conseguiu chegar ao quarto lugar. Mas o desempenho de que ia a sua frente era muito melhor, o que o impossibilitava de sonhar com o penta. Hamilton, por sua vez, teve mais dificuldades ao longo da prova, chegando à zona de pontos apenas no fim da prova. Entretanto, isso já lhe servia, pois forçava Vettel a buscar uma vitória que, àquela altura, era impossível. E nas voltas finais, o inglês ainda proporcionou um dos melhores momentos da temporada, em uma disputa ferrenha com seu antigo rival, Fernando Alonso, pela nona posição. Algo humilde para dois dos maiores pilotos de todos os tempos, mas que foi bastante apreciada por todos.

No fim, todos sabemos o que aconteceu. Mesmo marcando sua pior posição de chegada em 2017, e ainda tomando uma volta do vencedor, Max Verstappen, Hamilton cruzou a linha de chegada feliz, garantindo o merecidíssmo tetracampeonato.
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