Do Rei de Copas ao Truco: título de Hamilton engrandece a F1 e temporada dá esperança para 2018

O campeonato de 2017 da Fórmula 1 está definido: Lewis Hamilton, pela quarta vez, é o dono do caneco. Uma temporada que parecia pender para Sebastian Vettel e para a Ferrari, mas que depois das férias acabou tendo sua maré mudada. O fato é que a justiça às estatísticas incríveis de Hamilton foi feita em forma de quatro títulos mundiais.

Os números e recordes do inglês de Stevenage não são de um piloto qualquer, que dirá de um piloto fora de série. Seus números já são de piloto em nível legendário, como Michael Schumacher se estabeleceu em seu reinado ferrarista nos anos 2000 e como Juan Manuel Fangio fez, em uma época ainda primitiva da Fórmula 1.

Nada impedirá o penta de Hamilton nos próximos anos, o que lhe conferirá um status ainda mais condizente às suas realizações. É o segundo piloto com maior número de vitórias, atrás apenas da absurda marca de 91 vitórias de Michael Schumacher, é o piloto que mais vezes marcou a pole position na F1, seja no geral como em ano de estreia, seja em número de circuitos diferentes.

Hamilton já tem a maior sequência de temporadas com vitória desde o ano de estreia, o inglês venceu pelo menos uma prova por temporada desde 2007, ou seja, são 11 temporadas seguidas vencendo. Nessa mesma pegada, Hamilton marcou uma pole position pelo menos uma vez na temporada desde 2007. Ele já é o recordista de largadas na primeira fila e deve bater o recorde de Michael Schumacher de vitórias saindo da pole.

Eu poderia ficar até amanhã citando feitos de Lewis Hamilton e ainda teria assunto para render. O #44 já é o maior britânico a guiar na Fórmula 1, seja em títulos, seja em números. Considerando que é o país/localidade que mais pilotos forneceu à F1, eu diria que Hamilton é realmente especial. Por estarmos vivenciando a história, é muito difícil de dimensionar o que ele tem feito, mas dá para ter noção.
Nos braços do povo em Silverstone, Hamilton é cada vez mais gigante. (Foto: AFP)
A Fórmula 1 ganha muito com o engrandecimento de Hamilton. Lidando com campeões e gênios como Sebastian Vettel e Fernando Alonso, com um consolidado Daniel Ricciardo e com o gênio em formação Max Verstappen, por exemplo, Hamilton terá um 2018 ainda mais difícil, o que eleva a competição. Isso porque o título de 2017, segundo o próprio Lewis, foi o mais difícil de todos.
A F1 em 2018 terá um prato cheio. Vettel está em seu pleno desempenho, Max Verstappen estará em ascensão mais franca que nunca, Daniel Ricciardo estará ávido para chegar ao topo e Fernando Alonso virá tinindo com um motor novo para sua McLaren.

Não citarei Valtteri Bottas nem Kimi Raikkonen entre os principais candidatos da F1 em 2018 pois não deverão ter nível suficiente para bater de frente com Vettel, Verstappen, Hamilton, Ricciardo e Alonso, caso todos estejam em condições iguais. Por melhores que sejam seus bólidos, a diferença técnica ou de fase fará a diferença no fim das contas.

Bottas tem vantagem por estar na melhor equipe do grid, mas não tem fôlego para se igualar à turma principal. Kimi parece que está em outra dimensão, está ainda na Ferrari por ser “parça” de confiança de Vettel, e além disso a Scuderia costuma manter uma equipe com primeiro e segundo piloto bem definidos. Creio que 2018 será decisivo para o emprego destes dois finlandeses em seus atuais cockpits.
Alonso vem forte em 2018?
Jamais esqueçamos das promessas. O ano de 2018 será muito produtivo nesse sentido, para os que gostam de prospectar jovens em ascensão. Primeiramente, Carlos Sainz Júnior, agora na Renault, merece ser citado como a principal promessa de 2018. Pode-se dizer que o espanhol já é uma realidade, porém, finalmente ele será testado em um nível mais condizente com seu talento.

Olho também em Esteban Ocon, o jovem que muito em breve deve estourar. O francês da Force India cresce cada vez mais na Fórmula 1 com sua regularidade impressionante e merece observação. Se a McLaren-Renault for um sucesso, lembre-se de Stoffel Vandoorne. O belga está à frente de Fernando Alonso na temporada 2017 até o GP do Brasil. Mesmo que tenha abandonado menos e não tendo passado do sétimo lugar, Vandoorne tem crescido bastante ao longo da temporada de estreia.

A citação é merecida também para Sérgio Pérez, Lance Stroll e Nico Hülkenberg. Essa turma poderá surgir na zona de pontuação com boa frequência em 2018 e com certeza travarão grandes duelos na pista. Pierre Gasly, Charles Leclerc, talvez Pascal Wehrlein, e demais prováveis estreantes e participantes regulares, serão observados à medida que surjam. Estão sentindo falta da dupla da Haas? Pois é, não os cito porque muito provavelmente serão os encrenqueiros da pista em 2018 e se manterão no limbo da inconsistência.
Max Verstappen está em franca ascensão na F1. (Foto: Red Bull)
A Fórmula 1 tem um futuro muito bom, tanto em material humano quanto em perspectivas de competição. Pouco a pouco, a F1 vai se oxigenando e sendo menos restritiva. E com as mudanças nas caracterizações dos motores para 2021, a tendência é da categoria receber um novo estímulo de novos parceiros entre fábricas e equipes privadas, o que tornará a Fórmula 1 uma categoria forte e atrativa novamente.

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