De volta ao blog - e pra falar de Daniel Ricciardo

Yes, I'm back (como se isso importasse pra alguém) - Após pouco mais de dois meses (65 dias para ser mais exato) sem aparecer por estas bandas, eis que retorno a escrever algo neste espaço. Espero que seja uma volta definitiva, porque este é um passatempo do qual gosto. E o tema escolhido para esse retorno ao blog é Daniel Ricciardo, o único homem a quebrar o domínio da Mercedes nas corridas deste ano na F1. Para quem não viu (ou está no mundo da lua), o australiano da Red Bull venceu o GP da Hungria de ontem, somando assim sua segunda vitória na categoria. A primeira (que não foi comentada por estas bandas) havia acontecido no GP do Canadá. 

Para início de conversa, volto com uma confissão: nunca tinha visto em Daniel Ricciardo um piloto que pudesse ser protagonista na F1. Mesmo com bons resultados em categorias menores, não via nada além de brilharecos em suas passagens por HRT e Toro Rosso. Tanto que, quando sua contratação pela Red Bull foi confirmada, escrevi esse texto aqui, basicamente dizendo que ele seria um mero coadjuvante de Sebastian Vettel na escuderia dos energéticos. Entretanto, desde a primeira etapa deste ano, o australiano tem me feito (e a muita gente, tenho certeza) mudar de opinião. 
Depois do quarto lugar que ele conquistou no GP do Bahrein - e que valeram seus primeiros pontos pela Red Bull - escrevi este texto aqui dizendo porque Ricciardo estava me surpreendendo no início da temporada. Apesar de só ter pontuado pela primeira vez de verdade na terceira etapa do mundial, o australiano tinha dado mostras, durante as provas anteriores, de que poderia fazer uma temporada acima das expectativas da equipe, até mesmo pelos problemas apresentados pela escuderia na pré-temporada. 

Já na corrida de abertura, disputada nas ruas de Albert Park, em Melbourne, Austrália, Daniel mostrou seu cartão de visitas conseguindo um excelente segundo lugar, que lhe foi tirado posteriormente por conta de irregularidades no sistema de fluxo de combustível de seu RB10, fato que causou sua desclassificação. No GP seguinte, em Sepang, Malásia, Ric voltaria a fazer uma boa prova, mas tendo de abandona-la após um erro da RBR em seu pit stop e uma punição oriunda deste erro. 

Se os resultados não foram os melhores nas duas primeiras semanas de corridas, Ricciardo, pelo menos, vinha se mostrando um piloto extremamente competente. E essa competência, após os primeiros infortúnios de 2014, começou a se traduzir em números. Desde o GP do Bahrein, o mancebo australiano pontuou em todas as provas. São nove corridas finalizadas entre os dez primeiros na sequencia, com um oitavo lugar como pior colocação neste período e cinco pódios (duas vitórias e três terceiros lugares). E com todos esses predicados, hoje podemos dizer que o Ricardão já se estabeleceu como um dos grandes nomes do campeonato, não apenas pelas vitórias, mas pelo conjunto da obra.

Obviamente os dois triunfo conquistados saltam aos olhos, afinal, ele é o único piloto do grid que foi capaz de dar um fim às sequencias de triunfos das flechas de prata guiadas por Nico Rosberg e Lewis Hamilton. Além do mais, uma vitória é sempre uma vitória. Mas Ricciardo tem sido muito mais do que isso. Ele parece amadurecer a cada prova. Não é um piloto estabanado, agressivo em excesso ou muito passivo. Sabe dosar velocidade com regularidade e se adaptou bem ao bom RB10 (sim, o carro da RBR é bom. Só que o W05 da Mercedes é de outro mundo). E ele parece responder bem a pressão, que vai crescendo à medida em que seu sucesso nas pistas aumenta.

Tudo isso faz com que seus resultados o coloquem na terceira posição na tabela de classificação com 131 pontos. Se ele está a distantes 60 pontos de Lewis Hamilton e a 71 de Nico Rosberg, os dois líderes, ele tem 16 de vantagem para o bicampeão Fernando Alonso, o quarto, e ótimos 43 pontos de frente para seu companheiro, o tetracampeão Sebastian Vettel, sexto. Nada mal para alguém que estreia entre os grandes. Ele tem sido o melhor do resto.
Aliás, abro um parágrafo para falar sobre a disputa interna entre ele e Sebastian Vettel, na qual o australiano que tem a supremacia. Em classificações, Ricciardo terminou sete vezes a frente de Vettel e quatro vezes atrás. Em corridas, a diferença aumenta, com o australiano cruzando a linha de chegada à frente do companheiro em nove oportunidades. Pódios então, são mais que o dobro: como disse mais acima, o piloto do carro #3 levantou um troféu em 2014 cinco vezes (duas vitórias e três terceiros lugares - isso sem contar o GP da Austrália, quando foi segundo, mas não levou) contra duas vezes do piloto do carro #1 (dois terceiro lugares). Uma diferença que considero abissal, pois repito e ressalto, Ricardão não está enfrentando qualquer um. E isso conta muito também para sua bela temporada, coroando o bom trabalho realizado por ele até aqui.. 

Daniel Ricciardo, com seu jeito extrovertido e sua tocada agressiva - fator que lhe propiciou vencer duas vezes neste ano, com ultrapassagens nos fins das corridas - vai se solidificando, vai achando seu espaço dentro da categoria e parece ser o expoente de uma nova geração de pilotos, que têm outras boas promessas já neste grid, casos de Valtteri Bottas, Daniil Kvyat e Kevin Magnussen. E por mais que ainda continue cedo para avaliar o que ele pode fazer na F1, o australiano dá mostras de que terá um belo futuro pela frente. Que assim seja.

PS: bem, como disse no primeiro parágrafo espero que essa seja uma volta definitiva ao blog. E este retorno.tem muito a ver com o apoio que minha namorada Aline tem me dado, sempre pedindo para que eu voltasse a escrever. Assim sendo, ela é a 'culpada' desse retorno viu, hahahahahaha! MUITO OBRIGADO LINE!

Fotos: GPUpdate.net
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