MONSTRO Marquez

NOVE. E contando... – Desde que tirei os dois meses de “férias” do blog, muitas coisas aconteceram no mundo do esporte a motor. Na F1 por exemplo, vimos que Daniel Ricciardo venceu duas vezes, quebrando o domínio da Mercedes em corridas, vimos Felipe Massa voltando a fazer uma pole position, no retorno do GP da Áustria ao calendário, vimos Valtteri Bottas estrear no rol de pilotos que foram ao pódio, entre outras coisas. Na Indy, Juan Pablo Montoya, de volta ao certame, venceu em Pocono, enquanto seus companheiros de Penske, Helio Castroneves e Will Power, batalham pelo título. No WRC, Robert Kubica, enfim, terminou um rali sem se acidentar (e pontuou inclusive). Na GP2, Felipe Nasr desencantou. Duas vezes. Enfim, muita coisa aconteceu nesse período. Entretanto, uma coisa não mudou: ninguém ainda foi capaz de bater Marc Marquez na MotoGP.

É simplesmente incrível o que esse garoto de 21 anos vem fazendo em 2014. Em uma categoria que tem pilotos do calibre de Jorge Lorenzo, bicampeão mundial, Valentino Rossi, HEXACAMPEÃO MUNDIAL, e Dani Pedrosa, que apesar de não possuir título na classe rainha é um piloto de ponta, Marquez domina como se não houvesse adversários, como se ele corresse sozinho.
Lembro que um dos últimos textos publicados aqui antes do ‘break’, intitulado “Quem pode parar Marc Marquez?”, foi exatamente sobre o quão sensacional vinha sendo o desempenho de Marquez neste ano (e se alguém poderia reverter esse domínio). Na época, destacava o fato de que ele havia marcado a pole e vencido as quatro provas iniciais da temporada. Hoje, o dono da moto #93 já mais que dobrou a estatística de vitórias, ainda assim mantendo os 100% de aproveitamento. Uma monstruosidade que segue me impressionando bastante, tanto pelos números e recordes que ele vem obtendo, quanto por sua postura. Marc já está no panteão dos grandes da modalidade.

Com uma temporada de experiência nas costas, mas já carregando também um título no bolso (e toda a pressão que o feito traz), Marquez começa a quebrar recordes. Só para ter uma ideia do que ele atingiu ao cruzar a linha de chegada, no GP da Alemanha, à frente de todo mundo, ninguém ganhava as nove primeiras provas consecutivamente na MotoGP desde 1970, quando a lenda Giacomo Agostini – dono de apenas oito títulos mundiais – venceu 10 provas seguidas em 11 possíveis (ele não correu a última etapa). 

Marc é também o primeiro piloto a vencer nove provas seguidas, seja lá qual for a ordem, desde 1997, quando Mick Doohan triunfou por dez eventos consecutivos. O australiano tem cinco títulos mundiais. Prestem bem atenção a quem Marquez se igualou. À Giacomo Agostini e a Mick Doohan, duas das maiores lendas da MotoGP. É mole? Nem mesmo Valentino Rossi conseguiu vencer tanto consecutivamente. A melhor sequencia do Doutor aconteceu em 2002, quando ele amealhou sete vitórias seguidas.

Deixando os números um pouco de lado, vemos também que ele conquistou tudo isso mantendo sua postura. Ele não perdeu o jeito de meninão, bem como não deixou que a pressão que todas essas conquistas podem trazer atrapalhasse. Marquez poderia relaxar, perder o foco, a concentração, poderia exagerar no ponto tentando se manter no topo, poderia um monte de coisas. Mas não. O jovem piloto espanhol sabe exatamente o que precisa fazer para continuar vencendo, com muita calma e classe. Sabe o momento de ser cauteloso e sabe também ser agressivo, além de ter uma confiança que beira o inabalável. Pelo menos até aqui.
O piloto da moto #93 erra? Claro que erra. Nesse período já levou tombos em treinos, largou mal, cometeu pequenos deslizes em corridas... mas ainda assim se mostra acima dos rivais. Muito acima. 

Como o próprio Marc gosta de dizer, ele corre pelas vitórias e não pelos recordes. E é com essa mentalidade, de encarar uma prova por vez e de que os recordes são consequência de seus sucessos em cada uma delas, é que ele vai trilhando seu caminho para ser cada vez maior para a motovelocidade. E a não ser que uma catástrofe gigantesca aconteça, Marc Marquez alcançará o bicampeonato da classe rainha nesta temporada, chegando assim ao seu quarto título na modalidade, entre Moto3 (antiga 125cc), Moto2 (antiga 250cc) e MotoGP (antiga 500cc). Aliás, isso é questão de tempo apenas. Dá até para fazer um bolão, apostando em que etapa ele vai levantar a taça. E quer saber, ela estará em muito boas mãos. Será mais do que merecida.

Fotos: MotoGP.com
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