A Formiga Estrategista e o Doutor atacam na MotoGP

A MotoGP vive uma disputa intensa pelo caneco da temporada 2017, com cinco nomes em busca da glória: Marc Márquez, Andrea Dovizioso, Maverick Viñales, Dani Pedrosa e Valentino Rossi. Após o Grande Prêmio de Aragão, uma coisa está cada vez mais clara: a balança da briga pelo título começa a pender para o lado de Márquez. O espanhol do #93 prova cada vez mais que é mais do que a Formiga Atômica, é a Formiga Estrategista.

Márquez teve um começo atribulado de corrida em MotorLand Aragón, mas ao longo das 23 voltas, sua Honda mostrou a força necessária para vencer a prova. O atual campeão mundial da MotoGP abriu 16 pontos para o vice-líder Andrea Dovizioso, da Ducati, o que pode ser decisivo se levarmos em conta que faltarão quatro provas para o término da temporada.
Tá feliz da vida o Márquez, não? (Foto: LAT Images)
O Marc Márquez impulsivo, afobado e que ia para o tudo ou nada ficou para trás. O espanhol está cada vez mais cerebral em suas tocadas na MotoGP. Após dois anos de estreia avassaladores, com um bicampeonato incontestável, Márquez teve um 2015 difícil, com muitos abandonos, ainda que tenha tido boas posições de chegada em sua maioria. Em uma temporada de 2016 extremamente maluca, com inúmeras (e boas) surpresas, Márquez foi muito mais cerebral e se submeteu a menos riscos, tendo o primeiro abandono apenas depois do título já ter sido garantido.

O estrategista de 2016 está vitaminado em 2017. Márquez tem nove pódios em 14 provas, sendo que duas das cinco provas em que terminou fora do pódio foram de top 10, e o mais incrível é que o espanhol ainda teve três abandonos - o que dimensiona o feito que tem realizado na atual temporada. A principal diferença que pode explicar porque só às vésperas do GP de Motegi - local onde celebrou o terceiro título em 2016 - Márquez vê a balança começar a pender em seu favor é o número de abandonos: três contra nenhum, na mesma fase em 2016.
O #93 da Honda celebra uma vitória importantíssima em Aragão (Foto: Wheels Magazine)
Não dá pra saber se o cenário seria muito diferente ou igual se Márquez tivesse evitado os três abandonos, mas é inegável que sua regularidade em nível do pódios poderia ser ainda mais preponderante para o seu favoritismo ao título da MotoGP em 2017 na atual fase do campeonato. Se evitar problemas, Márquez tem tudo para levar mais um bicampeonato do Mundial de Motovelocidade. Dovizioso deve ser páreo duro ainda, mas o italiano não tem o mesmo fôlego que o atual campeão tem para uma disputa de regularidade. Mas vale destacar que a disputa está aberta ainda e que Dovi tem condições reais de dar à Ducati a glória máxima pela primeira vez em dez anos, portanto, nada é descartável no momento.

Nesta situação de relativo conforto e vantagem, Marc Márquez não deverá se submeter a grandes riscos. Fará o que for necessário para abrir vantagem e administrar o suficiente para levar o título sem maiores confusões. Caberá a Dovizioso mostrar que a Ducati de 2017 tem bala na agulha para disputar pau a pau com Márquez até o final. Maverick Viñales pode atrapalhar ainda? Pode, com certeza. Mas, ao que tudo indica, deverá correr por fora na briga pelo caneco, ao lado de Dani Pedrosa e Valentino Rossi.
Joinha pra quem encara um GP apenas 21 dias depois de uma fratura
Por falar em Il Dottore (salve Guto Nejaim!), o que foi o seu retorno em Aragão, hein!? Muito respeito a Rossi, de verdade. O cara fraturou a perna em uma moto de enduro e voltou 21 DIAS DEPOIS e não satisfeito foi TERCEIRO COLOCADO no grid, terminando no top 5 na corrida. Lendas são assim. Valentino Rossi parece brigar contra o tempo a cada ano, parece vinho: quanto mais velho, melhor! A MotoGP está vivíssima, amigos… E o fim de temporada promete mais capítulos belos como levantados aqui.
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