Victor Franzoni teve um grande desempenho na temporada para ficar com título da Pro Mazda |
O automobilismo brasileiro vive um bom momento, no que tange a uma possível renovação de pessoal nos próximos anos dentro das principais categorias de monopostos. Na última semana, por exemplo, o amigo Maurício Colares estreou neste espaço trazendo um texto sobre a primeira vitória do mineiro Sérgio Sette Câmara na Fórmula 2, antiga GP2, categoria que geralmente é o último passo de um piloto antes de chegar à Fórmula 1. No último fim de semana, o piloto da MP Motorsport voltou a brilhar, conseguindo mais um pódio com o segundo lugar na corrida número dois da etapa de Monza. O mineiro Sette Câmara, contudo, não é o foco deste texto. O personagem desta peça é paulista, corre nos Estados Unidos e neste fim de semana conquistou um importante título. Falo de Victor Franzoni, campeão da Pro Mazda.
O título de Victor foi confirmado apenas na última etapa do campeonato, a rodada dupla de Watkins Glen, apesar do desempenho exuberante que o brasileiro manteve durante a temporada, com cinco vitórias e cinco segundos lugares nas dez provas disputadas anteriormente. E para fechar a campanha com chave de ouro, sem dar a menor chance ao seu grande rival, o australiano Anthony Martin, Franzoni venceu as duas corridas do fim de semana.
A taça de campeão acaba sendo um passo fundamental no trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2014, quando ele ingressou na USF2000, categoria anterior à Pro Mazda e porta de entrada para o programa Road to Indy, que visa justamente ajudar na formação de novos pilotos, dando a eles uma oportunidade de chegar à IndyCar.
No caso do paulista, seu título na Pro Mazda abre uma porta para ingressar Indy Lights, e daí em diante ele segue no caminho para um dia desembarcar na IndyCar. Tudo bem definido. Basta agora ele comprovar seu talento que, em algum momento, atingirá o último estágio do programa. E obtendo sucesso nessa empreitada, ele acabará se tornando um exemplo a ser seguido.
Optar por buscar oportunidades nos EUA não parece ser um mau negócio hoje. Claro, a IndyCar não tem o prestígio da Fórmula 1 e nunca deverá atingir o mesmo patamar da principal categoria do automobilismo mundial, já que é mais voltada para consumo interno do americano. Contudo, a competição é bem estruturada.
Franzoni deve desembarcar na IndyLights e continuar a caminho da IndyCar. Outros brasileiros estão no mesmo projeto |
Aliás, é sempre bom ressaltar a grande tradição que o Brasil possui nas competições de monopostos dos EUA. Emerson Fittipaldi, Gil de Ferran, Cristiano da Matta e Tony Kanaan são alguns dos exemplos de brasileiros que sagraram-se campeões por lá. Hélio Castroneves está entre os maiores vencedores de edições das 500 Milhas de Indianapolis. E outros tantos tiveram carreiras relevantes na terra do Tio Sam. Além disso, nossos compatriotas são muito conhecidos e respeitados no meio.
É óbvio que a Fórmula 1 continuará sendo vista como o "El Dorado" do esporte a motor, mesmo sendo ainda um sonho distante e para poucos. O próprio Franzoni tentou seguir pelo caminho europeu antes de desembarcar na Road to Indy, e o mesmo aconteceu com o outro brasileiro que corre na Pro Mazda, o campineiro Carlos Cunha, terceiro colocado na classificação geral desta temporada. Mas a possibilidade de ter uma carreira bem sucedida nos EUA não é algo a se descartar.
De nós, fãs, fica a torcida para que Franzoni, Cunha, o gaúcho Mateus Leist, quarto colocado no campeonato da Indy Lights e vencedor das 100 Milhas de Indianapolis, o também gaúcho Lucas Kohl, e a catarinense Bruna Tomaselli, que disputaram o último campeonato da USF2000, possam ascender à IndyCar sendo parte de uma reformulação da categoria e também mantendo a tradição de pilotos brasileiros na principal competição de monopostos da América. As expectativas parecem promissoras.
Fotos: Reprodução/Site Oficial da Pro Mazda
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