Quatro poles, quatro vitórias e 100 pontos na tabela de classificação, que lhe garantem a liderança do mundial, em 125 possíveis. Esse é Lewis Hamilton, que em Barcelona venceu sua quarta prova consecutiva na nova "Fórmula Mercedes". Sim, porque as flechas de prata estão tão à frente das rivais que parecem ser de outra categoria, distinta da F1.
O primeiro triunfo de Lewis em solo catalão não foi dos mais simples, mesmo com ele partindo da pole position. Isso porque seu companheiro, e único adversário, Nico Rosberg, ficou em seu encalço durante toda a prova, em alguns momentos parecendo ser capaz de aprontar para cima do britânico, o que de fato não ocorreu.
A maior parte da duvida na disputa entre os dois ficou por conta dos pneus. Ambos largaram com os compostos médios, mas optaram por diferentes estratégias, assim como aconteceu no Bahrein. Em seu primeiro pit, Hamilton voltou com pneus médios, enquanto Rosberg retornou à pista após sua primeira parada com os compostos duros. Foi aí que começou a disputa para saber quem tinha a melhor tática. Em teoria, o alemão tinha a vantagem a partir do segundo stint. Hamilton começou bem, tentando imprimir um ritmo forte para aproveitar os pneus, mas logo passou a ter problemas para gerencia-los. Com isso, Nico teria a chance de no stint seguinte, tentar o bote contra o companheiro, uma vez que vinha tendo um desempenho muito bom.
No entanto, o agora vice-líder do mundial não conseguiu, na parte final da prova, uma perfomance que o fizesse ter condições de atacar Lewis. Por mais que ele tenha ficado mais veloz e descontando a desvantagem que tinha, em nenhum momento ele esboçou algum tipo de ataque. As ameças, com as boas voltas que ele fazia, deixou o ambiente tenso, pois esperava-se uma briga entre os dois. Mas ela não aconteceu, em parte pelo número de retardatários que eles enfrentaram, e também pela dificuldade em se ultrapassar na pista de Montmeló. Bom para o campeão de 2008, que agora assumiu a liderança do mundial.
A vitória de Hamilton tem duas consequências importantes para o campeonato. A primeira é que ele se reafirma, ainda mais, não apenas como favorito ao título, mas também como o grande piloto da Mercedes. Seu momento é exuberante. Ele tem pilotado, realmente como um grande campeão. E isso traz duvidas a Rosberg. Assim como ontem, o alemão estava com uma expressão nada boa ao fim da prova, ao ser derrotado novamente pelo rival. E pode ser que na cabeça dele já comece a bater a dúvida: "será que sou capaz de bate-lo?". Essa disputa está longe do fim, e será interessante acompanhar os próximos capítulos.
Completou o pódio Daniel Ricciardo, o melhor do resto. E agora o australiano vai poder levar o troféu para casa. O piloto da Red Bull fez uma corrida bastante sólida com o equipamento que tinha em mãos. Acabou perdendo o terceiro posto para Valtteri Bottas, mas após a primeira parada recuperou o lugar para não perder mais. Esse resultado é muito importante para que ele continue com o moral lá em cima e se firmando dentro da RBR como um competidor de peso. Esse início forte de Ricciardo não era algo esperado, ainda havia certa desconfiança sobre sua performance. Mas aos poucos ele vai provando que foi a escolha acertada do time. Quanto ao outro piloto da equipe, o tetracampeão Sebastian Vettel, esse foi o nome da corrida.
Largando em 15º, depois de ter de trocar o câmbio ontem, o alemão fez uma corrida digna do grande piloto que é. Apostando em uma estratégia de três paradas, Seb não economizou em momento algum e foi superando quem ia pela frente, ora na tática, ora na ultrapassagem mesmo (quem disse que não se passa na Catalunha?). E com tudo isso, terminou em um grande quarto lugar, pelas circunstâncias. Uma boa prova que ele está vivo sim e que a Red Bull é hoje a segunda força do grid.
Valtteri Bottas foi outro bom nome deste domingo. O finlandês, quinto colocado na bandeirada final, fez uma boa corrida. Andou em terceiro após largar muito bem e ficou a maior parte do tempo em quarto, posição de largada, sempre virando tempos consistentes. No fim, não teve como lutar com Vettel, que vinha de pneus novos. Ainda assim, deu a Williams importantes dez pontos. Já Felipe Massa completou mais um fim de semana ruim. Errou ontem, na classificação, e hoje a estratégia acabou não funcionando como a equipe esperava. Sai de Barcelona bastante frustrado.
Frustração também deve ser a palavra que define o momento da Ferrari, que não passou de um sexto e de um sétimo lugares hoje. Fernando Alonso acabou em sexto, após uma estratégia de três pits que na verdade o fez perder uma posição. Ele era quinto quando parou pela última vez, perdendo o posto para Vettel, mas recuperando ainda um lugar ao superar seu companheiro, Kimi Raikkönen. Ele perderia mesmo na pista a posição pro alemão. Então, ficou elas por elas. Já o finlandês foi perdendo desempenho com a estratégia de dois pits e um carro que não é grande coisa. Ainda tomou uma volta no fim. E a Ferrari ruma a mais um ano de coadjuvante.
Completaram o top 10 Romain Grosjean, Sergio Perez e Nico Hulkenberg. Sobre o franco-suíço, ele fez o que deu com o carro que tinha em mãos. A Lotus melhorou visivelmente, mas ainda não tem condições de brigar mais a frente. Tanto que ele tomou dois passões da dupla da Ferrari. Já os carros da Force India pontuaram mais uma vez, agora com Perez a frente de Hulk. O mexicano superou o companheiro no fim. Se conseguir ser mais consistente, essa tem tudo para ser uma ótima disputa.
Quem decepcionou bastante foi a McLaren, que ficou novamente fora da zona de pontuação. Jenson Button foi o 11º e Kevin Magnussen veio imediatamente atrás. Para quem parecia ter melhorado um pouco, esse não foi um resultado convincente. O pessoal de Woking está rezando para que o ano acabe e para que a Honda chegue.
Daqui suas semanas, a F1 volta para a corrida mais charmosa do ano, nas ruas de Mônaco. E a julgar pelo que vem acontecendo, volta também a Fórmula Mercedes.
Resultado final
Fotos: GPUpdate.net
0 comentários:
Postar um comentário