TOP 5 Fórmula 1 - Melhores do Ano

E que comecem as listas. Dando início ao especial TOP 5 Fórmula 1, comecemos com aqueles que mais se destacaram no ano. Fiquem então com os melhores do ano e seus feitos ao longo de 2017.

5 - Conjunto Force India


O ano de 2017 da Force India foi de afirmação. Vinda de sua melhor temporada na categoria desde a estreia, em 2008, a equipe comandada por Vijay Mallya finalizou esta época com mais um belíssimo quarto lugar entre os construtores, tendo uma margem bastante segura para a Williams, quinta colocada. 104 pontos separaram os dois times. E desta forma, aos poucos e silenciosamente, a escuderia vem se consolidando como a "melhor do resto".

O time indiano tem tido uma trajetória de ascensão continua desde 2012. De lá pra cá, a equipe finalizou os mundiais em sétimo, sexto, sexto, quinto, quarto e quarto, respectivamente. E mesmo sem conquistar pódios neste ano, a sequencia de bons resultados tem de ser vista com bons olhos e comemorada pelos membros do time. Em todas as corridas, com exceção a Mônaco, pelo menos um carro da Force India pontuou, igualando a Ferrari e sendo superado somente por Mercedes e Red Bull.

Sergio Perez e Esteban Ocon se pegaram na pista em algumas oportunidades, mas ajudaram Force India a terminar mundial na quarta posição entre os construtores/Foto: GPUpdate.net

A dupla de pilotos da Force India também merece o devido destaque. Sergio Perez, em sua sétima temporada na categoria, tem feito um ótimo trabalho pelo time que o acolheu após uma passagem frustrante pela McLaren. Cada vez mais sólido, o mexicano teve sua segunda melhor temporada na Fórmula 1, pontuando em 17 das 20 etapas. Já o estreante Esteban Ocon não se intimidou com o companheiro mais experiente e também teve um ano de bastante consistência, mostrando o talento que tem e se colocando como uma possível opção para a Mercedes em um futuro próximo. O francês faz parte do programa de jovens talentos da marca alemã e, na teoria, está sendo lapidado para ingressar nas flechas de prata. Superando Perez em algumas oportunidades, Ocon ficou em oitavo no mundial, a 13 pontos do mexicano.

O único porém, quando o assunto remete aos dois pilotos, é que eles andaram se estranhando em alguns momentos da temporada e causando incidentes entre si, o que levou o comando da Force India a tomar algumas atitudes que coibissem tais problemas, antes que eles custassem caro.

Além disso, Mallya também se viu envolto a algumas polêmicas financeiras e acabou sendo preso em duas oportunidades no ano.

Todavia, no final das contas, a temporada acabou sendo extremamente positiva no âmbito esportivo para a escuderia, que vai se firmando como a maior força do pelotão intermediário. E mantendo a crescente, com os dois bons pilotos que possui, as expectativas para 2017 são muito boas. 

4 - A dupla da Red Bull


Se me perguntarem hoje quem possui a dupla de pilotos mais equilibrada da Fórmula 1, respondo sem a menor sombra de dúvidas que é a Red Bull. E o uso da expressão "mais equilibrada" é somente um meio-termo que encontrei para destacar que o desempenho de Daniel Ricciardo e de Max Verstappen é bastante semelhante, diferente das disparidades de performance que vemos nos duos Lewis Hamilton/Valtteri Bottas e - principalmente - Sebastian Vettel/KimiRäikkönen, sem apontar que o time formado pelo australiano e pelo holandês é o melhor do grid. Até porque, qualquer dupla que tenha dois tetracampeões mundiais será forte em uma comparação direta

Mas vamos falar de Ric e Max, começando pelo australiano de sorriso fácil.

Daniel Ricciardo teve mais uma temporada para se orgulhar. Quinto colocado no mundial, o dono do carro #3 obteve nove pódios em 2017, sendo um deles o da vitória no tumultuado GP do Azerbaidjão, pontuando em todas as corridas que completou. Ao todo, o rubro-taurino somou 200 pontos, apenas cinco a menos do que o quarto colocado, Kimi Räikkönen. E a comparação com o finlandês é bastante válida para referendar o ótimo ano de Dani, já que o ferrarista teve em mãos um carro superior durante boa parte do ano. Apenas depois das férias que houve um maior equilíbrio entre as escuderias italiana e austríaca. Aliás, o piloto da Red Bull subiu mais vezes ao pódio que o o campeão de 2007 e não fossem os seis abandonos - sendo que três deles ocorreram nas últimas quatro provas, fatalmente Ric teria superado Kimi.

Aliás, foi essa sequencia que tolheu qualquer chance de o australiano terminar o ano por cima, como aconteceu com seu companheiro. Até mesmo por isso, às vezes tenho a impressão de que o ano de Ricciardo foi um tanto quanto subestimado. Porém, pra mim ele mostrou mais uma vez que tem muito potencial e que, com o carro certo em mãos, é capaz de se tornar campeão mundial.
Max Verstappen e Daniel Ricciardo tiveram bom ano, apesar dos problemas enfrentados pela Red Bull/Foto: GPUpdate.net

Quanto a Max Verstappen, o jovem piloto de 19 anos terminou o ano em alta, apesar de ter ficado atrás do companheiro na classificação final. E muito disso se deve a suas duas vitórias na segunda metade do campeonato, nos GPs da Malásia e do México. O problema de Max foram - assim como com Ricciardo no fim da temporada - as sucessivas quebras.

O filho de Jos Verstappen, foi outro que sofreu com a falta de confiabilidade do RB13, sendo que três de seus seis abandonos ocorreram por problemas mecânicos. A outra metade aconteceu devido a acidentes em largadas, sendo difícil culpá-lo. Por isso, não deem ouvido às ideias que muitas vezes foram alimentadas por quem transmite a Fórmula 1 no Brasil, de que boa parte dos DNFs do holandês ocorreram por erro dele e de sua precocidade.

No entanto, mesmo com o início ruim, o garoto deu a volta por cima e terminou o ano apresentando um ótimo desempenho, sendo superior ao seu companheiro nos últimos GPs, o que é um belo feito, já que estamos falando de outro piloto de qualidade e potencial enormes. Max provou, mais uma vez, que tem talento e maturidade para brigar por coisas melhores, ainda que ele seja extremamente agressivo em determinadas circunstâncias, algo que precisa ser dosado.

Se mantiver esses dois pilotos por um período longo e voltar a ter carros confiáveis, a Red Bull pode ter um belo futuro e mais um período de dominância da categoria.

3 - Liberty Media trazendo a Fórmula 1 para o século XXI


Por anos, nós - fãs da Fórmula 1 - reclamamos da maneira, de certa forma arcaica, com que os chefões do circo (leia-se Bernie Ecclestone), comandavam a principal categoria do automobilismo mundial. Porém, em 2017 parte dessa escrita foi quebrada e a F-1 finalmente ingressou no século XXI.

Com a Liberty Media assumindo o controle da categoria, a Fórmula 1 parece estar mais propensa a se aproximar dos fãs e atrair novos espectadores por meio de ações que antes pareciam inimagináveis. A disponibilização de conteúdos na internet, especialmente via YouTube, com highlights, entrevistas, curiosidades e, mais recentemente, com parte dos briefings dos piloto? Já é uma realidade.

Uma apresentação diferenciada, como ocorreu no GP dos EUA, mudando um pouco aquele cerimonial mais tradicional e comedido? Pegou muita gente de surpresa, porém, foi algo bacana ainda que alguns tenham torcido o nariz.
Chase Carey, o homem que comanda a Liberty Media, e que tem trazido a Fórmula 1 para o século XXI/Foto: F1.com

A preocupação com causas sociais, como o Outubro Rosa, apoiado também no GP norte-americano? Foi uma bela surpresa, que contou ainda com a ajuda da Pirelli, que providenciou pneus com a faixa rosa em alusão à essa ação.

E a mudança do tradicional logo? Foi algo que dividiu opiniões, mas que chamou a atenção de muita gente. E se esse era o objetivo, foi cumprido à risca.

Todos esses foram passos muito importantes para a popularização da categoria, que parecia estar  um tanto quanto estagnada. São ações que devem ser apreciadas. Mas ainda há muito o que fazer para que a Fórmula 1 atinja o objetivo de voltar a ser bastante popular. Tomara que a Liberty Media consiga isso.

2 - Sebastian Vettel


O tetracampeão voltou a dar as caras. Sim, o 2017 de Sebastian Vettel foi extremamente positivo, ainda que o alemão tenha sido derrotado por Lewis Hamilton ao fim do mundial, sem poder fazer muito para levar a disputa o mais longe possível. Isso porque ele deu provas de que está mais vivo do que nunca e com fome de vencer.

Vettel e Ferrari tiveram anos difíceis ultimamente. O tetracampeão pouco havia vencido entre 2014 e 2016. Para um cara que se acostumou a ser dominante entre 2010 e 2013, suas três vitórias em três temporadas devem ter sido um martírio. Além disso, em seu último ano de Red Bull ele foi sumariamente derrotado por Daniel Ricciardo, enquanto a boa impressão deixada em sua primeira temporada em Maranello foi apagada após um 2016 sem brilho. Já a escuderia não conquista um título de pilotos desde 2007, tendo visto McLaren, Brawn GP, Red Bull e Mercedes levantando o caneco.

Contudo, 2017 começou como o ano em que isso poderia mudar, pelas mãos de Vettel. Equipe e piloto tiveram uma primeira metade de campeonato muito animadora, com quatro vitórias, poles e a liderança do mundial na pausa para as férias. No retorno do mundial, vieram dois revezes e o primeiro lugar na tabela se foi, mas não parecia ser algo tão preocupante. Ferrari e Vettel ainda estavam no páreo. Mas foi aí que a escuderia deixou o dono do carro #5sz na mão, bem no momento em que ele poderia dar uma resposta à Hamilton e colocar mais fogo no campeonato. Problemas mecânicos nos GPs da Malásia, onde Seb conseguiu se recuperar e terminar em quarto após largar em último, e do Japão, com um abandono forçado por causa de uma peça de poucos dólares, jogaram um balde de água fria nas esperanças ítalo-germânicas.
Sebastian Vettel ficou com o vice-campeonato, mas provou que está de volta a luta pelo título com a Ferrari/Foto: GPUpdate.net

Para não jogar toda a culpa nos italianos, é bom dizer que Vettel também cometeu seus erros na temporada, como a reação intempestiva que teve com Lewis Hamilton em Baku, e na largada do GP de Singapura, onde era pole. E esse último erro acabou não apenas tirando-o da prova junto de mais dois pilotos (seu companheiro Kimi Raikkonen e Max Verstappen), como abriu caminho para uma vitória fácil de Hamilton, o que iniciou ainda os acontecimentos já postos acima.

No fim, o tetracampeão teve de se contentar com seu segundo vice-campeonato, após uma prova tensa no México, onde ele bem que tentou se recuperar, mas sem o sucesso esperado visando o mundial. Ainda assim, ele venceu mais uma prova, no Brasil e terminou 2017 com boas perspectivas no que diz respeito às próximas temporadas. Bom para ele e para nós, fãs, que poderemos acompanhar uma boa disputa, provavelmente com outro tetracampeão, que fez parte de um belo conjunto, como mostro abaixo.

1 - Conjunto Mercedes


Vencedora do mundial de construtores e casa do campeão da temporada, além do terceiro colocado. A Mercedes fez o que dela se esperava em 2017 e manteve seu domínio na Fórmula 1. E por isso esse conjunto termina como o grande destaque entre os melhores do ano na categoria.

Em 2017, a equipe alemã teve, enfim, uma rival de peso. A Ferrari incomodou na primeira metade do campeonato colocando Sebastian Vettel na liderança do mundial em boa parte do certame. No entanto, o cenário mudou após as férias de verão da categoria. Apoiada na confiabilidade do W08, as flechas de prata sobraram do GP da Bélgica em diante, vencendo seis das últimas nove etapas do mundial, contra apenas um triunfo ferrarista no mesmo período. Além disso, os italianos enfrentaram os problemas mecânicos que não foram vistos nos carros alemães (pelo menos no do campeão Lews Hamilton), ficando para trás na disputa.

O trabalho da Mercedes merece destaque porque 2017 foi o primeiro ano em que o domínio da escuderia foi colocado em prova.

O time também teve paz para trabalhar internamente, aproveitando o clima de camaradagem entre Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, que proporcionou um ambiente diferente daquele ar bélico que tomou conta das garagens germânicas durante as últimas três temporadas, quando os agora ex-amigos Hamilton e Nico Rosberg se engalfinharam na luta pelo título. E por falar em pilotos, Niki Lauda, Toto Wolff e companhia não têm do que reclamar.

O agora tetracampeão Lewis Hamilton recuperou-se bem da perda do título de 2016 para Nico Rosberg fazendo uma das melhores temporadas de sua carreira. Em números, foram nove vitórias, que lhe colocaram de forma absoluta como segundo maior vencedor da categoria, e onze poles positions - quesito no qual se tornou o maior de todos os tempos. Em termos de tocada, o dono do carro #44 mostrou-se ainda mais seguro. Tanto é que o britânico não deixou de pontuar uma vez sequer em uma temporada de 20 provas. Ou seja, ele raramente errou e ainda conseguiu escapar de qualquer tipo de problema. Aliás, são 25 provas seguidas com o tetracampeão na zona de pontos.
Dominante desde 2014, Mercedes foi ameaçada neste ano, mas prevaleceu diante das rivais e levou mais dois canecos para casa/Foto: GPUpdate.net

Destaque para seu avassalador desempenho na volta das férias: foram cinco vitórias e um segundo lugar entre os GPs da Bélgica e dos EUA, o que encaminhou muito bem o seu quarto título mundial. Neste período, o inglês teve triunfos onde guiou muito - como em Spa-Francorchamps, Monza e em Austin, e também contou com problemas de seu grande rival, Sebastian Vettel (nos Grandes Prêmios de Singapura e do Japão) para ter uma vida mais tranquila.

Já Valtteri Bottas teve um ano sólido, ainda que tenha demonstrado alguns altos e baixos ao longo de sua primeira temporada guiado pela Mercedes. No fim, entretanto, seu saldo foi bastante positivo para ele e também para a fábrica alemã, que renovou seu contrato por mais uma temporada. Três vitórias, três pole positions e um terceiro lugar tranquilo no mundial (foram 100 pontos de vantagem para o quarto, seu compatriota Kimi Räikkönen), mostram que o finlandês fez um belo trabalho ao longo do ano.

A Mercedes, desde já, é favorita para 2018. Não será fácil, como não foi em 2017. Entretanto, com esse grupo, os alemães tem boas chances de seguirem comemorando vitórias e títulos.
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