Demorou, mas enfim, tive tempo e coragem para postar aqui uma pequena análise sobre o mais atual jogo de F1 produzido, o F1 2011, da Codemasters. O game, lançado em setembro do ano passado, é uma evolução de seu antecessor, o F1 2010. Além de novos elementos terem sido acrescentados nessa versão - como o DRS, o KERS e até a entrada do safety car - houve a melhora de itens que já existiam no jogo anterior. Na minha opinião, o F1 2011 é uma clara evolução da série.
O principal objetivo do game segue sendo agradar tanto aqueles jogadores que procuram apenas se divertir com um jogo de corrida como aqueles que adoram a categoria e procuram um simulador mais básico para passarem algumas horinhas se sentido pilotos de verdade.
Com quatro níveis de dificuldade para a inteligencia artificial (amador, intermediário, profissional e lenda) além de alguns auxílios, como freios ABS, controle de tração, câmbio automático, traçado correto na pista, simulação de gasto de pneus e combustível, entre outros, o F1 2011, assim como seu antecessor, possibilita que cada jogador configure o game da forma que bem entender, inclusive combinando fatores de jogo arcade com simulação. Com essa possibilidade, o interesse do jogador aumenta, sem sombra de dúvidas.
Contudo, para quem já tinha se divertido com o F1 2010 e estava louco para jogar o 2011, as inovações que o jogo prometia eram os elementos mais esperados. E elas trazem uma cara nova ao game. Novidades da temporada, o DRS e o KERS não são complicados de serem utilizados e e dão uma nova dinâmica a treinos e corridas. Os dois novos elementos auxiliam bastante na hora da briga por posições. Entretanto, há de se ter sabedoria para utilizá-los nos melhores setores possíveis, como as retas mais longas de cada circuito, especialmente com o DRS, que deixa o carro mais instável. Usar os dispositivos em locais inapropriados lhe fará perder tempo demais. É bom lembrar que, assim como na F1, o DRS não é acionado em caso de chuva.
Gráficos do jogo continuam muito bons, especialmente quando as corridas acontecem debaixo de chuva |
Outros dois bons fatores que merecem atenção são quanto ao combustível e ao desgaste dos pneus, caso se opte por um modo de simulação. No F1 2010, guiar o carro com tanque cheio era bem mais complicado (pelo menos para mim) do que nessa versão. Além disso, é possível perceber com bastante clareza a diminuição na carga de gasolina com o passar de uma corrida. Já os pneus, assim como acontece na vida real, têm um desgaste maior e mais rápido, trazendo mais opções de estratégias. Por isso, economizar os 'sapatos' é fundamental, até mesmo em treinos, dependendo da tática que você adotar. Ainda em relação aos pneus, um ponto bem lembrado pelos produtores do jogo é quanto ao seu aquecimento. É preciso ter cuidado, por exemplo, na volta dos boxes para a pista, pois os compostos voltam frios, o que aumenta a possibilidade de erros.
E por falar em compostos frios, isso me lembra uma boa novidade neste game que não existia na versão anterior: o safety car, acionado em caso de acidentes mais graves. Atrás do carro de segurança, você terá de se concentrar, além de manter os pneus na temperatura ideal, em não deixar que o carro da frente se distancie muito, para não ser punido ou perder contato em uma relargada. Uma boa sacada da Codemasters, pedida por fãs da categoria.
Com tudo isso, o quesito jogabilidade sofreu uma melhora em relação ao primeiro jogo da série, especialmente para quem busca uma experiência mais próxima de simulador, apesar do game ainda estar longe disso. É fácil notar as mudanças de comportamento do carro com tanque cheio e vazio, com pneus novos e gastos, com o acionamento do DRS e do KERS, além das mudanças climáticas, também presentes no jogo. Não cheguei a testar o jogo utilizando um volante, porém, acredito que ele traz ainda mais realismo. Quanto ao controle, não há problemas em usá-lo.
Existe também a possibilidade de haver problemas no carro durante uma prova, como o não funcionamento do KERS e do DRS por alguns instantes (até que a equipe os conserte), além de furos de pneus e problemas de ordem elétrica ou de motor, já presentes na versão anterior do game. Tudo isso torna a experiência mais real.
Novidades como DRS e o KERS trouxeram uma cara nova ao jogo e uma gama de possibilidades |
No quesito informações e modos de jogo, muitas coisas boas foram acrescentadas. Talvez, a principal delas seja a tradução de todo o jogo para o português, o que facilita muito a vida de quem não manja nada de inglês. Tanto os menus quanto as vozes (no caso do engenheiro e nas entrevistas pré e pós corridas) estão traduzidas, melhorando o entendimento. Aliás, o seu engenheiro se faz mais presente durante a corrida, mesmo que em alguns momentos trazendo informações imprecisas e pouco animadas. Está aí um pequeno erro no jogo.
As informações para o piloto, durante treinos e corridas, também estão muito bem trabalhadas. Existe um pequeno menu que pode ser acionado a qualquer momento da prova, dividido em três partes: a primeira indica a temperatura dos pneus e do motor; a segundo mostra o desgaste dos pneus e se há falha em algum componente; e a terceira informa em que volta você deve parar, quantas voltas são possíveis dar com a carga de combustível que você possui e, durante as corridas, há um indicador mostrando em que posição você deverá voltar na pista caso opte por fazer um pit stop naquela volta.
Já para saber informações básicas como a velocidade, a utilização do KERS e do DRS, depende da câmera pela qual você opte. Caso corra com a câmera do cockpit, simulando a visão de um piloto dentro do carro, as informações aparecerão no volante do carro. Nas outras opções de câmera, as informações aparecem no lado direito inferior da tela.
Além de tudo isso que foi falado, há uma tabela, quando o jogo é pausado, que mostra o tempo de voltas de todos os pilotos na pista e se houve algum tipo de punição para alguém. Isso lhe dá um bom panorama do que acontece na pista.
Quanto as modalidades de jogo, o modo carreira está bem legal. Como na versão 2010, você começa em uma equipe menor e tem de atingir os objetivos impostos corrida a corrida e para o campeonato. Conforme seu desempenho nas corridas melhora, você ganha pontos de reputação e novos objetivos para serem alcançados. As famosas entrevistas, que afetam diretamente a maneira como você é visto por outros pilotos e times, também contribuem para que você tenha ofertas de outras equipes. A participação mais ativa de seu assessor, mesmo que esse não apareça mais no jogo (no F1 2010 aparecia), também é um destaque. É um bom desafio.
Nos outros modos também há mudanças. As mais comemoradas são a adição da modalidade para dois jogadores dividindo a tela, lembrando os antigos games da era pré-internet e o modo online, que sofreu bons ajustes, como corridas com 16 participantes e um modo carreira cooperativo, que deixa a brincadeira mais interessante.
Gráficos e sons seguem o padrão do game anterior, sendo um espetáculo com pista molhada, mas deixando a desejar com sol a pino. Mas não é nada que seja muito grave.
Quanto aos defeitos do jogo, o que mais desagrada é o nível equilibrado entre equipes e pilotos. Por mais que isso dê às corridas e aos campeonatos mais equilíbrio (mesmo que falso), é esquisito ver uma Lotus Renault conseguindo andar no ritmo da Red Bull, por exemplo. Na minha opinião, isso deveria ser tratado com mais cuidado. Algumas adições, como a pré-temporada e a volta de apresentação, também poderiam ser consideradas para o jogo desse ano. Mas esses defeitos apontados não nos impede de termos algumas horinhas de diversão. O jogo é muito bom.
Notas (0/5)
Jogabilidade - 4,5
Gráficos - 4,5
Som - 4,5
Diversão - 5
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