Vettel vence na Turquia e dispara rumo ao título

Vettel, Vettel e Vettel. Quatro corridas, quatro poles e três vitórias, com um segundo lugar. Noventa e três pontos ganhos em cem possíveis. Temos um favorito para essa temporada? Não, não acredito. Com quatro provas realizadas, com muita coisa para acontecer ainda, nas quinze corridas restantes, ouso afirmar que Sebastian Vettel será o campeão. E com antecipação. Por essa razão não acredito em favoritismo. É uma questão de tempo para o alemão ser bicampeão.

Sebastian tem tido um início de ano fantástico. Vitórias tranquilas, poles mais tranquilas ainda... foi derrotado apenas uma vez, por Lewis Hamilton, na China, por questões de estratégia de corrida. Mas abre-se um parenteses aí. Essa foi uma derrota boa para ele e para a Red Bull, que passaram a dar mais atenção às estratégias. Tivessem eles atentado para isso antes, certamente o alemão estaria com 100% de aproveitamento.

Esse é o típico domínio raro de se ver, especialmente nos dias atuais, em uma F1 que vem tendo temporadas extremamente equilibradas nos últimos anos. A predominância de Vettel lembra a de Schumacher na Ferrari, ou a de Senna e Prost pela McLaren. É algo que não se vê sempre.

Méritos totais da equipe. E falo de todo o time, não apenas de alguns nomes isolados como o gênio Adrian Newey, ou os competentes Christian Horner e Helmut Marko. Cada mecânico, cada funcionário da equipe tem sua parcela de contribuição. A Red Bull é hoje uma máquina.

Nota-se isso pelo trabalho impecável do time. Exemplo foi a corrida de Webber na China. Exemplo maior foi esse fim de semana. Vettel bateu na sexta-feira, logo no início do primeiro treino. Ficou sem andar naquele dia. Mas no outro, já tinha um bólido que lhe dava condições de marcar a pole. O carro é bom? Sim, é sensacional. Mas o trabalho dos mecânicos, em seu conserto, foi fundamental para isso. Atentem também para o trabalho de pits. Os da RBR costumeiramente são os mais rápidos. Isso se chama competencia, para saber que aqueles décimos de segundo são fundamentais em uma corrida.

Por essas e outras acredito que Vettel será o campeão. Não só por seu talento e pelo carro que tem. Mas pelo grupo que o cerca. Isso faz diferença.

Vamos à corrida então. No geral, domínio da Red Bull. Absoluto nos treinos e quase absoluto na corrida. Vettel, ganhou sem sustos. Já Webber, teve de suar um bocado para garantir a dobradinha, primeira no ano. O australiano largou mal. Aliás, tem largado mal em todas as corridas. Perdeu a posição para Rosberg, mas a recuperou com o alemão indo para os boxes. Andou parte da prova em segundo, até ser superado por Fernando Alonso. A seis voltas do fim, passou pelo espanhol e recebeu a bandeirada logo depois do companheiro.

Por conta, principalmente dos pneus, as corridas têm sido mais equilibradas. Hoje, os cinco primeiros pararam quatro vezes. Isso tem aumentado as disputas nas pistas e até as brigas nos boxes voltaram. Mas existe também o fato do dispositivo DRS ser utilizado indiscriminadamente nas práticas e apenas em um ponto nas corridas. A RBR, que colocou oito décimos na Ferrari durante o Q3, se viu ameaçada pela equipe italiana na corrida. Tanto que Alonso, por pouco não se intrometeu na dobradinha taurina. Em certas partes da prova, outras equipes eram mais rápidas também. Fruto do desgaste dos pneus, diferente nos carros, e da não utilização do DRS, que na Red Bull durante os treinos funciona muito melhor do que nas outras equipes. Esse é um dos diferenciais deles nos treinos.

Com todas essas variaveis, vimos a Ferrari crescer em ritmo de corrida nesse fim de semana, superando a McLaren, que era até então o time mais próximo da RBR, e a Mercedes, que deu um salto na Turquia também. Como disse, Alonso conseguiu um grande terceiro lugar, o primeiro pódio dos italianos nesse ano, muito próximo de Webber. Já Felipe Massa, ficou de fora da zona de pontuação por erros próprios e principalmente da equipe. O brasileiro teve dois pit stops desastrosos, saiu da pista e terminou em décimo primeiro. Logo na pista onde já venceu três vezes, inclusive onde conquistou a vitória pela primeira vez.

Entretanto, parte dessa corrida ruim de Massa foi por culpa própria. Ontem, usou desnecessariamente um jogo de pneus macios no Q1. E não marcou tempo no Q3, com medo de estragar outro jogo. Largou em décimo, o que foi determinante para não andar bem. Ele mostrou ter um carro rápido, mas não conseguiu ultrapassar as McLarens e a Mercedes de Rosberg. Com isso, ficou preso ali na zona intermediária. Seu desempenho, se tivesse superado os rivais e não tivesse tido problemas, lhe valeria o quarto lugar. Sem os pits ruins, pelo menos na zona de pontuação teria terminado. Mas o fim de semana foi ruim e a falta de sorte lhe atrasou.

O que me supreendeu foi a falta de ritmo da McLaren. Os ingleses pareciam tão próximos da Red Bull nas corridas, cairam muito nesse fim de semana. Ou não conseguiram extrair tudo do carro. Hamilton, outro que teve uma parada desastrosa, salvou um quarto lugar. Button, que arriscou parar três vezes foi o sexto.

Já a Mercedes, mostrou crescimento. Rosberg foi o quinto e com autoridade. E estratégia também. Os alemães estiveram próximos da McLaren e a tendência é seguir nesse caminho. Só o Schumacher não funciona mais. O heptacampeão foi ultrapassado por muita gente hoje. Certamente terá pesadelos esta noite.

Consistente, com seus dois carros na zona de pontuação e as vezes se estranhando entre eles, a Renault Lótus também foi muito bem. Heidfeld foi sétimo, logo a frente de Petrov. Ambos estão rigorosamente empatados e mostram ter confiança para seguir desenvolvendo o bólido. Muito legal ver a equipe indo bem, mesmo sem Kubica.

E fechando o top 10, ele, o MITO maior Kamui Kobayashi. E que prova do japonês. Largou em último e veio passando todo mundo que viu pelo caminho. Quando os ponteiros começaram a parar, figurou em quinto. Andou muito, ultrapassou demais e foi recompensado com um décimo lugar e mais um ponto. Muito mestre esse japa!

Ponto também para a Toro Rosso, com Buemi em nono, numa prova discreta mas eficiente, bem melhor do que Alguersuari. Já a Williams voltou a sofrer em ritmo de corrida, e Rubinho não passou de um décimo quinto lugar.

Na F1B, deu Trulli...

Daqui a duas semanas, a F1 desembarca na Espanha, pista que todo mundo conhece bem e onde geralmente as corridas são chatas. E lá, mais um passeio da Red Bull deve acontecer, até pelas caracteristicas da pista. Vamos aguardar.

Resultado Final

1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 1h30min17s558 (58 voltas)
2º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 8s807
3º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 10s075
4º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 40s232
5º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 47s539
6º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 59s431
7º. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault), a 1min00s857
8º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1min08s168
9º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 1min09s300
10º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 1min18s000
11º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 1min19s800
12º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 1min25s400
13º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1 volta
14º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari), a 1 volta
15º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1 volta
16º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta
17º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), a 1 volta
18º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), a 1 volta
19º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), a 2 voltas
20º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 2 voltas
21º. Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth), a 3 voltas
22º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 5 voltas
23º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), abandonou
24º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), abandonou

Fotos: GPUpdate.net
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