Corridas Inesquecíveis - F1 - Hungaroring, 1992

Hoje, dia 16 de agosto de 2012, completam-se 20 anos do primeiro e único título de um dos pilotos mais carismáticos e velozes das décadas de 1980 e 1990. Falo do inglês Nigel Mansell, que em 16 de agosto de 1992, a bordo do fantástico FW14B da Williams alcançou, no GP da Hungria, o objetivo que sempre perseguiu: o título mundial.

Confesso a todos vocês que não lembrei da data. Estava mais focado pensando em uma forma de homenagear Nelson Piquet - um dos grandes rivais de Mansell - que completará amanhã, dia 17, 60 anos de vida. Porém, acabei me deparando, via twitter, com um texto do amigo Renan do Couto em seu blog (PorForaDosBoxes.Wordpress.com) lembrando tal data. E, uma vez recordado este dia histórico, resolvi esboçar algumas palavrinhas por aqui, já que o "Leão", como foi apelidado Mansell, era um dos meus pilotos favoritos na F1, categoria que comecei a acompanhar naqueles anos.

Dono de uma pilotagem agressiva, Mansell penou bastante antes de conhecer a glória maior de um piloto. Estreou na F1 no GP da Áustria de 1980, pela Lótus, equipe da qual era piloto de testes e onde permaneceu até 1984, sem obter resultados brilhantes. Ao todo, o Leão conquistou 38 pontos em quatro temporadas completas (em 1980 ele fez apenas três provas) tendo como melhor resultado o terceiro posto, por cinco vezes.
Após deixar a equipe fundada por Colin Chapman, Mansell foi para outro time inglês, a Williams. E com o time de Grove viveu sua melhor fase. Nom fim de sua temporada de estréia, Nigel conseguiu suas duas primeiras vitórias na F1, nos GPs da Europa, disputado em Brands Hatch, e no GP da África do Sul, em Kyalami. Finalizou o mundial em sexto. Porém, foram nos dois anos seguintes que ele teve seu maior brilho, até então.

Em 1986, Mansell venceu cinco corridas e colecionou nove pódios e brigou pelo título mundial, que ficou com o francês Alain Prost. Ao inglês, restou o consolo em ser o vice. Em 1987, a história se repetiu. Dessa vez foram seis vitórias e sete pódios e mais um vice, com o campeonato indo parar nas mãos de Nelson Piquet, seu companheiro de equipe. Sem ter um carro competitivo em 1988, o inglês pouco faz e se muda para a Ferrari, onde passa duas temporadas apenas, conquistando três vitórias e completando apenas metade das 31 provas guiando um dos carros vermelhos.

Contudo, o Leão ganha uma nova chance na Williams em 1991. E o time inglês vinha com novidades. Sem os motores Honda do fim da década anterior, a equipe de Frank Williams acaba adotando os motores Renault. Começava ali a parceria que dominaria a F1 nos anos subseqüentes. Após um início ruim, Mansell se recupera no mundial e vence cinco vezes. Mas um erro no GP do Japão enterra suas chances de título, que acabou com Ayrton Senna. Mas no ano seguinte, foi uma barbada.
Pilotando o sensacional FW14B, projeto do gênio Adrian Newey, Nigel, enfim, domina a F1. Ele vence as cinco primeiras etapas do mundial e chega em segundo na sexta, após uma batalha épica com Senna nas ruas de Mônaco. Abandona no Canadá e encaixa mais uma seqüência de três vitórias. O título era questão de tempo. E não demorou a vir. Na décima primeira etapa, no circuito de Hungaroring, Mansell conquistou a F1. E curiosamente, foi sem uma vitória.

Apesar do domínio abissal naquele ano e de mais uma vez os pupilos do tio Frank largarem na primeira fila - Riccardo Patrese marcou a pole, com Mansell ao seu lado -, quando se acenderam as luzes verdes, a McLaren conseguiu equilibrar as coisas. No fim, ao invés de vermos os dois pilotos de Grove no pódio, coisa corriqueira naquela temporada, acabamos vendo os dois de Woking, com Senna em primeiro e Berger em terceiro. E Mansell entre eles.

Pódio amargo para o novo campeão? De jeito algum. Nigel Mansell confirmava ali, aos 39 anos, que era o grande piloto britânico daqueles tempos, voltando a levar para a terra da rainha um título mundial, que não vinha desde 1976 com James Hunt. Um belo feito para um piloto que foi, por certo tempo, motivo de chacotas para alguns e que sempre ficava no quase. 

É, o Leão mereceu muito essa conquista.

Fotos: Tazio.com.br e IG.com.br
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