Williams: tem tudo para se manter entre os primeiros

De volta às primeiras posições, Williams tem tudo para repetir bons desempenhos de 2014 nesta temporada

Uma das equipes mais tradicionais da Formula 1, a Williams se reencontrou com a parte de cima da tabela em 2014. Após anos de muitas dificuldades dentro e fora das pistas, a escuderia dona de nove títulos de construtores, sete de pilotos, 114 vitórias e 128 poles, em 630 GPs, voltou a sentir o gostinho de andar constantemente entre os líderes. Ao todo, seus pilotos conseguiram nove pódios e uma pole, o que fez com que o time terminasse o mundial com a terceira posição.

No entanto, o fato mais significativo para a equipe em 2014, talvez tenha sido a forma com que ela terminou a temporada. Àquela altura, a Williams poderia ser considerada a segunda força do grid, atrás apenas da Mercedes. Com ótimas apresentações, o time parece ter se solidificado de volta no grupo dos grandes. E é isso que o pessoal de Grove quer manter em 2015.

De volta a boa forma, a Williams tem tudo para repetir nesta temporada tudo aquilo que fez em 2014, com mais regularidade. Seu novo carro parece ser bastante promissor, mesclando velocidade e confiabilidade, seus pilotos parecem cada vez mais a vontade e o staff técnico tem trabalhado bastante para manter o bom nível.

A Williams tem tudo para fazer mais uma temporada de destaque. Bom para a categoria, que volta a ter uma de suas principais equipes como protagonista.

Balanço dos testes


O desempenho da Williams durante a bateria de testes coletivos pode ser considerado muito bom. Após ter terminado 2014 em alta - podemos até dizer que o time se tornou a segunda força da categoria - a tradicional equipe começou 2015, aparentemente, com o pé direito. Durante os ensaios, a escuderia de Grove não apresentou problemas sérios e mostrou que o FW37 é um carro tão bom quanto seu antecessor.

Valtteri Bottas terá uma temporada para se afirmar. Finlandês foi um dos destaques da temporada passada
Quinta equipe que mais permaneceu na pista durante as três baterias de testes, a Williams acumulou uma rodagem de 4913 km, dividindo muito bem o trabalho entre Felipe Massa e Valtteri Bottas. Enquanto o brasileiro rodou com o carro por 2258 km, o finlandês ficou na pista por 2255 km. Uma diferença muito pequena, de apenas uma volta: 492 contra 491. Foram o nono e o décimo que mais testaram. E com isso puderam notar que o carro é confiável. Sem apresentar grandes problemas, o FW37 dificilmente deverá deixar seus pilotos na mão.

Quanto a velocidade, o bólido também não fica devendo em nada para o FW36, ao que tudo indica. Se nas duas primeiras sessões de treinos a Williams preferiu focar seu trabalho no ritmo de corrida, conseguindo resultados mais "discretos", na última bateria o time mostrou que tem potencial para brigar pelo posto de segunda força da categoria. Ainda que pareçam muito distantes da Mercedes, o terceiro lugar de Bottas e o quarto de Massa atestam a escuderia tem não apenas um bólido confiável, mas veloz também. Com pneus super macios, a dupla fico a frente dos carros de Ferrari e Red Bull, suas duas principais rivais, em que se pese que os rubro-taurinos não registraram seus melhores tempos com os compostos mais aderentes.

O saldo para a Williams parece ser bem animador.

Expectativas para 2015


O principal objetivo da Williams para essa temporada é se manter nas cabeças. Depois de muito tempo a equipe de Grove voltou a ter o destaque e o protagonismo de outras épocas, ainda que não tenham provado novamente o gosto de subir no degrau mais alto do pódio, algo que não ocorre desde o GP da Espanha de 2012. E pelo trabalho que o staff inglês - que melhorou bastante, diga-se - tem executado, é quase certo que a equipe siga colhendo bons frutos.

Na Williams, Felipe Massa pareceu ter mais tranquilidade e conquistou bons resultados. Brasileiro ainda pode melhorar
O FW37 é um carro bem nascido, a parceria com a Mercedes tem funcionado muito bem e a Williams voltou a ter bons patrocinadores, fator que ajuda na questão orçamentaria para o desenvolvimento do carro ao longo da temporada. Além disso, a dupla de pilotos é boa. Bottas é talentoso e Massa tem a experiência necessária para liderar o time. Com todos esses ingredientes e mais a confiança obtida pela boa campanha do ano passado, a escuderia inglesa tem uma posição solidificada logo atrás da atual campeã.

Não acredito que a Williams brigue, em condições normais, por vitórias com a Mercedes. Aliás, acredito que nenhum time terá tal capacidade, pelo menos num primeiro momento. Contudo, pensar em pódios constantemente não é uma ideia irreal para os ingleses. Por mais que não seja a segunda força absoluta do grid, a escuderia é a que vive um melhor momento atualmente, perante Red Bull, que vive um período de mudanças, e a Ferrari, que tenta se reerguer. É uma pequena vantagem que pode refletir em bons resultados.

E quem sabe, com um pouco de sorte, esses bons resultados não sejam vitórias? Pode acontecer.

Os pilotos


Valtteri Bottas - 2015 será um ano de afirmação para o jovem Valtteri Bottas. Indo para sua terceira temporada completa na categoria, o finlandês segue evoluindo como piloto e já tem experiências bem distintas dentro da Williams. Se em 2013 ele comeu o pão que o diabo amassou com o FW35, um carro terrível, e ainda assim conseguiu se destacar a ponto de marcar quatro dos cinco pontos da equipe naquele ano, na temporada passada ele teve a chance de mostrar seu talento com um bólido muito melhor.

Bottas acumulou 186 pontos e seis pódios, terminando assim na quarta posição do mundial. Bateu nomes como Sebastian Vettel e Fernando Alonso, além do experiente companheiro Felipe Massa. Nada mal para o piloto de 25 anos, que por conta de sua excelente performance passou a ser cogitado em outras equipes.

Só que neste ano as coisas serão um pouquinho diferentes. Depois de ter um ano tão bom como 2014, é natural que a cobrança e a pressão sobre ele aumentem. O finlandês deixa de ser uma promessa para se tornar uma realidade. E a partir disso, precisa entregar resultados como tal. Sabemos que ele é veloz e que tem uma pilotagem muito consistente. Dificilmente comete erros. E é esse nível que ele precisa manter.

Em suas mãos, ele terá um carro bastante competitivo, que lhe dará condições de conquistar resultados e continuar evoluindo. Se mantiver o bom desempenho, creio que entregará ótimos resultados a sua equipe e, quem sabe, não atinja o próximo passo, que é vencer um Grande Prêmio.

Felipe Massa - Depois do vice campeonato de 2008, Felipe Massa viveu maus bocados na F1. Em 2009, um acidente quase o matou na Hungria. Já de 2010 a 2013, foi relegado ao papel de simples escudeiro de Fernando alonso na Ferrari, conquistando alguns poucos resultados expressivos. Com isso, ele achou melhor buscar novos ares em 2014, transferindo-se para a Williams. E a mudança surtiu algum efeito.

Assumindo um papel de certa liderança dentro de uma equipe que buscava se reerguer após anos de vacas magras, Massa parece ter tirado um peso das costas e passou a pilotar com mais tranquilidade. Tanto que conseguiu bons resultados no ano passado, entre eles três pódios, embora tenha sido superado pelo companheiro.

Felipe é um piloto que não está mais no auge, mas que ainda tem sido muito útil na Williams. Ele ainda demonstra ter velocidade. Contudo, precisa melhorar alguns pontos, o principal deles a consistência. O brasileiro necessita andar melhor na primeira parte do campeonato. Nas últimas três temporadas, a maior parte de suas melhores apresentações aconteceram após as férias da categoria. Se pontuar com mais constância no início, será de grande ajuda para sua escuderia.

Assim como Bottas, com um carro competitivo nas mãos, ele tem tudo para ir bem. E quem sabe oportunidades de ir um pouco além de pódios não apareçam...

Fotos: GPUpdate.net
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