Sete. Esse é o número de vitórias de um tal Sebastian Vettel no ano. Em doze etapas até agora. Ou seja, mais da metade das corridas foram vencidas pelo alemão da Red Bull, que garante ainda mais o título a cada prova. Hoje, em Spa Francorchamps, Vettel fez história novamente. Além de conquistar uma vitória no mítico circuito pela primeira vez, quebrou uma sequencia de vitórias de McLaren e Ferrari nesta pista, que durava desde 1999. Damon Hill, com a Jordan, em 1998, havia sido o último a vencer por uma equipe diferente.
O triunfo de hoje, também quebra uma sequencia de três corridas sem vitória do alemão. Alonso, Hamilton e Button haviam vencido os últimos três GPs. Nada que atrapalhasse a caminhada de Vettel rumo ao bi. Mas certamente era algo que incomodava o jovem alemão, que tem o melhor carro do grid. E além disso, marca novamente uma dobradinha dos taurinos, já que Webber, de contrato novo, foi o segundo.
Sua prova foi bem consistente. Manteve a primeira posição até onde deu, mas acabou superado por Nico Rosberg, que fez uma baita largada. Logo o piloto da Red Bull reassumiu a liderança e só a perdeu durante os pits stops. Foi agressivo quando necessário e controlou bem a vantagem que construiu, até a bandeirada final. Uma condução madura e sólida, digna do campeão que é. Sem dúvidas ele foi um dos destaques da prova. Mas não foi o único.
Vettel foi soberano durante o GP da Bélgica e venceu com autoridade. Já são sete triunfos na temporada |
Button, por exemplo, largou em décimo terceiro e passou boa parte da prova brigando no meio do pelotão. Contudo, na segunda perna da prova, foi excepcional, ganhando várias posições em uma estratégia de deixar os pneus macios para o fim. Cruzou a linha de chegada em terceiro. Grande prova. Alonso também teve destaque. Com um início agressivo, logo subiu do oitavo para o segundo lugar e chegou a liderar com a parada de Vettel. O espanhol teve um ritmo de prova forte que deve, em partes, explicar o mau desempenho nos treinos de ontem. Talvez ele tivesse apostado em um acerto pensando na corrida, sacrificando a classificação. No final, perdeu rendimento e terminou em quarto, o que não foi ruim, no geral.
E o que dizer de Michael Schumacher? Na semana em que completou 20 anos de F1, correndo exatamente onde estreou, o alemão saiu da última posição para o quinto lugar na bandeirada final. Com certeza essa foi a prova mais espetacular que ele fez desde seu retorno e uma das melhores de sua carreira. Coroou e mostrou o grande piloto que ele ainda é. Outro destaque foi Maldonado, que conquistou seu primeiro ponto depois de largar em 21º, com um carro que não é grande coisa.
Por outro lado, tivemos desempenhos ruins dos brasileiros. Massa, quarto no grid, até lutou bastante. Mas é impressionante como seu desempenho cai com o passar das voltas, como ele se apaga. Hoje, ele foi caindo gradualmente. Teve até um furo de pneu que o forçou a fazer um pit a mais. No fim, o oitavo lugar, foi até um lucro pra ele.
Largada teve algumas confusões. Bruno Senna e Jaime Alguersuari se tocaram e o espanhol levou a pior |
Já Bruno Senna, em sua reestreia, não foi mal. Entretanto foi precipitado. Como diria Nelson Piquet, uma prova não se ganha na primeira curva, mas se perde. Foi o que aconteceu com Bruno. Ele foi confiante demais e acabou acertando Jaime Alguersuari na La Source. Acabou com a prova do espanhol e com a sua também, pois teve o bico do carro avariado. Tomou drive through, andou lá atrás e terminou em 13º, brigando pelo 12º com Kobayashi. Poderia ter sido melhor? Sim, por sua posição de largada, certamente poderia ter terminado nos pontos. Mas não aconteceu. É bom lembrar também que ele pouco tinha andado com esse carro no seco e sequer lembrava de usar o DRS. Nos treinos de ontem, ele esqueceu, e mesmo assim foi sétimo. É tudo um aprendizado, que ele levará para a(s) próxima(s) corrida(s).
Quem se deu mal foi Lewis Hamilton. O inglês fazia uma boa prova e era o quarto, quando, ao ultrapassar Kobayashi no fim da reta Kemmel, não viu japonês do lado de fora e voltou para o traçado original. Hamilton perdeu o controle e bateu forte no guard-rail, preocupando a todos, por conta do impacto. Incidente de corrida e Lewis mais uma vez fora.
Em suma, a prova foi boa. Não teve chuva, como todos esperávamos, mas não deixou de ter disputas e ultrapassagens. Pista boa é assim. Daqui a duas semanas, a F1 se reencontra em Monza, outra pista que promete dar boas condições de disputas.
Resultado final do GP da Bélgica
1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 44 voltas
2º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 3s7
3º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 9s6
4º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 13s0
5º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 47s4
6º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 48s6
7º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 59s7
8º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 1min06s0
9º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1min11s9
10º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), a 1min17s6
11º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), a 1min23s9
12º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 1min31s9
13º. Bruno Senna (BRA/Lotus Renault), a 1min32s9
14º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), a 1 volta
15º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), a 1 volta
16º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1 volta
17º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 1 volta
18º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), a 1 volta
19º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 1 volta
Não terminaram
Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari)
Daniel Ricciardo (AUS/Hispania-Cosworth)
Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes)
Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari)
Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari)
Fotos: GPUpdate.net
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