Um ponto. É isso que Sebastian Vettel precisa para ser, matematicamente, bicampeão mundial de F1. Isso, é claro, se Jenson Button vencer a próxima corrida, a ser disputada em Suzuka, no Japão. E esse será o palco ideal para consagrar o alemão, como mais jovem bicampeão da categoria. Lá, vários nomes de peso ganharam seus títulos, como Piquet, Senna, Prost, Schumacher, Hill, Hakkinen. Um seleto grupo de pilotos que terá a também o nome deste alemão que vem batendo recordes, com apenas 24 anos.
Em Cingapura, ele, novamente, dominou como quis a prova. Logo de início, abriu uma vantagem de mais de dez segundos para Jenson Button, o segundo colocado, em menos de dez voltas. Caminhou tranquilo para sua nona vitória na temporada, ultrapassando assim Ayrton Senna, que venceu oito vezes em 1988. E com quatro provas restando, não me surpreenderei se ele empatar com o recorde de Michael Schumacher, que triunfou 13 vezes em 2004. Um domínio absurdo.
E não é apenas a questão carro que prevalece para um domínio como esse, apesar do RB7 ser uma máquina fantástica, superior as suas rivais. O talento e, principalmente, a maturidade de Vettel, fazem com que ele possa estar nessa condição. É uma soma de fatores. Tanto o incrível carro, fruto do trabalho genial de Adrian Newey e da equipe como um todo, quanto o piloto que guia. São praticamente imbatíveis. E o título é mais do que merecido.
Logo na largada, Vettel já mostrava que não teria dificuldades para vencer o GP de Cingapura |
Sobre a corrida de hoje, não foi grande coisa. Aliás, é difícil vermos uma corrida boa em Cingapura, apesar do charme que a etapa possui. São poucos os pontos de ultrapassagem e as voltas são muito longas, o que torna a prova longa e entediante, como a de hoje. Além disso, tivemos confusões, a principal delas envolvendo Lewis Hamilton e Felipe Massa. Ambos pararam na mesma volta e, quando retornaram à pista, o inglês forçou uma ultrapassagem e acabou tocando o brasileiro. O resultado foi a asa dianteira da McLaren de Hamilton avariada e o pneu traseiro direito da Ferrari de Massa furado, o que acabou prejudicando os dois.
Apesar do incidente e da punição que tomou, Hamilton, com duas paradas a mais do que os ponteiros, ainda conseguiu terminar em quinto, o que indica que ele possuía carro para chegar em uma posição melhor. Se não fosse tão afobado, tão inconsequente, ele poderia estar brigando com mais chances pelo vice campeonato. Só para constar, essa foi a quinta punição que ele tomou no ano. Reincidência total. Já o brasileiro foi o 9º, sem conseguir, mais uma vez, encontrar um ritmo condizente com o carro que tem.
A outra confusão aconteceu entre Michael Schumacher e Sergio Perez. O alemão errou e atropelou o mexicano, quase decolando com sua Mercedes. Para a sorte de todos, nada de mais grave aconteceu. E para sorte de Perez, sua Sauber seguiu intacta, com ele finalizando bem a prova, na 10ª posição, marcando um ponto a mais.
Vettel a parte, lá na frente, Jenson Button foi o segundo. Em mais uma corrida sólida e precisa do campeão mundial de 2009. Button tem mostrado ser exatamente o oposto de Hamilton. É extremamente cerebral. E isso tem funcionado tanto que, no momento, podemos considerá-lo o primeiro piloto da McLaren. Pelo menos seus resultados mostram isso. Hoje, tirou tudo do carro e mereceu o segundo lugar. Está forte na briga pelo vice.
Sem fazer uma grande prova, com o carro que tem em mãos, Mark Webber foi o terceiro. Discreto, ele pouco apareceu na prova. Apenas em algumas disputas isoladas com Fernando Alonso, o quarto. O espanhol também não foi brilhante, mas com o carro que tem, conseguiu até que um bom resultado. Ambos seguem também na briga pelo vice.
Falta apenas um ponto para que o alemão possa comemorar o bicampeonato mundial de F1 |
Quem merece destaque é a Force India, que pontuou com seus dois carros. Paul di Resta foi o sexto e Adrian Sutil o oitavo. Posições que dão pontos importantes para o time indiano se consolidar como sexta força do mundial. Fruto de um trabalho sério, quem vem dando resultado. E Paul di Resta vem provando que é muito bom piloto. Não se intimidou por andar ali na frente. Tem futuro.
Já a decepção ficou por conta da Renault Lotus. Sem ter um pacote ideal para a pista de Marina Bay, os carros de Vitaly Petrov e Bruno Senna andaram lá atrás. O resultado foi que o russo terminou em 17º, atrás da Lotus de Heikki Kovalainen, enquanto Bruno foi o 15º. Para o brasileiro, só valeu por terminar na frente do companheiro.
Daqui a duas semanas, Vettel estará autorizado a pegar a taça de bicampeão mundial no Japão. E para nós, restará a briga pelo vice campeonato. E essa será muito boa.
Resultado Final do GP de Cingapura
1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 1h59min06s537
2º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 1s737
3º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 29s279
4º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 55s449
5º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 1min07s766
6º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), a 1min51s067
7º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 1 volta
8º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1 volta
9º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 1 volta
10º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari), a 1 volta
11º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), a 1 volta
12º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta
13º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1 volta
14º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 2 voltas
15º. Bruno Senna (BRA/Lotus Renault), a 2 voltas
16º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), a 2 voltas
17º. Vitaly Petrov (AUS/Lotus Renault), a 2 voltas
18º. Jerome D’Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 2 voltas
19º. Daniel Ricciardo (AUS/Hispania-Cosworth), a 4 voltas
20º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 4 voltas
Abandonaram
Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari)
Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault)
Michael Schumacher (ALE/Mercedes)
Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth)
Fotos: GPUpdate.net
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