Sobre a São Paulo Indy 300

Neste fim de semana estive pela primeira vez no Anhembi para acompanhar a São Paulo Indy 300, quarta etapa da Indy em 2013. Bem acompanhado pelos meus amigos Luane Magalhães e José Renato Fernandes, vi os dois dias de evento e fiquei bem contente com tudo. Abaixo, segue um pequeno relato abordando alguns pontos sobre o evento em si.

Organização e acesso


Começo falando um pouco da organização do evento. Como disse, essa foi a primeira vez em que estive na São Paulo Indy 300, portanto não posso fazer um comparativo com as edições anteriores para saber se houve melhora ou não nesse quesito.

Com relação ao que vi, não tenho muito do que reclamar. O setor em que ficamos, um dos mais baratos, não esteve completamente cheio no sábado nem no domingo. Até por isso, pudemos escolher, em muitos momentos, um  bom local para sentar. Porém, a falta de um telão com a transmissão de imagens para aquela área atrapalhou a experiência. Por mais que a narração da etapa e as entrevistas tenham sido transmitidas via caixas de som no circuito ou pelo rádio, os espectadores acabaram privados de uma cobertura mais abrangente, tanto aqueles que são aficionados quanto aquele que foi acompanhar o evento pela primeira vez.
Público compareceu em bom número para prestigiar a quarta edição da São Paulo Indy 300. Prova foi bem legal
Sobre a estrutura geral, achei boa. Os banheiros funcionaram direito para atender a demanda e a área de alimentação possuía uma variedade interessante de produtos. Além disso, ambulantes percorreram as arquibancadas com alguns produtos, facilitando a vida de todos. Os preços, apesar de um tanto quanto salgados, estavam de acordo com o que geralmente é cobrado neste tipo de evento.

Quanto ao acesso às dependências do Anhembi, também não houve lá maiores problemas. Algumas das vias que circundam o sambódromo foram fechadas e outros caminhos foram modificados. Não tivemos dificuldades para entrar ou sair do sambódromo. Um ponto bem positivo.

Não vi grandes falhas na organização. Claro que sempre é possível melhorar. Contudo, acredito que os responsáveis pela Indy estão fazendo um trabalho correto nesta parte, pois não vi muitas reclamações.

Treinos


A Rede Bandeirantes transmitiu tanto os treinos livres quanto a classificação. E por isso quem esteve presente nas arquibancadas, mesmo sem um telão, pôde ouvir a narração de Luciano do Valle e os comentários de Felipe Giaffone e ter uma noção do que acontecia na pista.

Sobre os treinos livres não há muito o que falar. As sessões lideradas por Will Power serviram mais para que os pilotos pudessem se ambientar com a pista, buscar o melhor acerto, testar os pneus, emborrachar o traçado etc. Já a classificação tem um formato estranho e confuso.

Mesmo quem acompanha a categoria mais de perto teve dificuldades para entender o que se passou durante a primeira parte. Até mesmo os pilotos não gostaram do que aconteceu, especialmente a dupla da Penske Helio Castroneves e Will Power, que estavam no grupo 2 e largaram lá atrás por conta de um acidente de Graham Rahal e do regulamento esdruxulo que não paralisa o tempo nessas situações. Com isso, ambos não puderam dar uma nova volta e melhorar suas marcas para prosseguirem em busca da pole. O mesmo já havia ocorrido com o grupo 1, quando Tristan Vauttier bateu e encerrou as atividades do grupo quando ainda restavam três minutos.
Atual campeão, Ryan Hunter-Reay foi o mais veloz no sábado e marcou a pole em uma classificação  polêmica
Pra mim, a Indy precisa rever essa fórmula de classificação para melhorar tanto esportivamente, pois não acho justo que um grupo de pilotos seja prejudicado por conta de um acidente, sem contar que isso deixa o treino menos emocionante, quanto como espetáculo, facilitando a vida do espectador.

Esse talvez seja o grande ponto falho nesta edição. 

A corrida


Obviamente, quando estamos em um autódromo para acompanhar uma corrida, temos limitações com relação a quantidade de informações que recebemos. Isso porque ficamos presos a apenas um setor da pista e não foi disponibilizado um telão para que pudéssemos acompanhar a transmissão oficial do evento. Dessa forma não há como ver todo o desenrolar da etapa, apesar de ter sido possível ouvir por alto falantes ou pelo rádio do celular a narração de Luciano do Valle e os comentários do Felipe Giaffone e de acompanhar comentários por meio das redes sociais e os tempos via living timing do site oficial. Assim sendo, é complicado fazer qualquer tipo de análise sobre a prova, uma vez que ainda não tive a oportunidade de ver o VT.

Do que vi e consegui entender da prova pelas informações disponíveis, considero que essa tenha sido uma boa corrida. Bem melhor na parte final, com a disputa pela vitória, do que no início, é verdade. Do ponto em que eu e meus amigos estávamos, o setor F, bem na entrada da reta do sambódromo, conseguimos ver algumas ultrapassagens muito legais, inclusive a última, que deu a primeira posição e a vitória a James Hinchcliffe. Esse foi o ponto alto da prova.
Com ultrapassagem espetacular na última curva, o canadense James Hinchcliffe venceu a São Paulo Indy 300
Os desempenhos de alguns pilotos também chamaram a atenção. James Hinchcliffe, o vencedor, largou em quinto e fez uma corrida bastante segura. Não ficou o tempo todo entre os líderes, porém manteve um bom ritmo pelas 75 voltas da etapa, sendo coroado no fim por conta de sua agressividade e inteligência na disputa final. Sato, o segundo, largou em 12° e fez uma bela prova também. Ora veloz, hora mais conservador, o japonês foi osso duro de roer nas últimas voltas defendendo como pôde a liderança. Pena para ele que os pneus lhe traíram na última curva. Pelo menos ele saiu de São Paulo na liderança do campeonato. Já o quinto, Josef Newgarden, foi quem mais surpreendeu. Largou em último e na base da estratégia conseguiu ir para as cabeças. Piloto mais jovem do grid, talvez tenha lhe faltado maior malícia para vencer. Teve chances, mas não aproveitou. O que não significa que não fez um grande trabalho.

Aproveitei para prestar atenção também em um piloto em especial. Na verdade, uma piloto: Simona de Silvestro. E gostei do que vi. Apesar da suíça ainda não possuir a regularidade de outros pilotos do grid, achei que ela fez uma corrida bem sólida e mereceu o oitavo lugar, melhor posição de uma mulher na prova. Fiz o mesmo com a Bia, mas não durou muito, pois ela abandonou ainda nas primeiras voltas. Parecia estar bem na etapa a brasileira.
Gostei muito da performance da suíça Simona de Silvestro nesse fim de semana. Guiou com regularidade e fechou em 8ª
Por falar em brasileiros, o domingo foi para esquecer. Além de Bia abandonando, vimos Hélio e Tony com muitas dificuldades. O primeiro, largando lá atrás, me pareceu muito afobado em alguns momentos. Sabia que tinha carro para andar na frente, mas não conseguia deixar os rivais para trás. O resultado de tudo isso foram alguns incidentes. No fim, fechou em 13°. Já o baiano era o melhor brasileiro na pista. Mesmo com a mão lesionada, Tony procurou andar rápido sempre e liderou parte da corrida, levantando o público com ultrapassagens arrojadas. Contudo, teve uma pane seca, segundo as informações, por uma falha na telemetria de seu carro. Não duvido da explicação, mas um erro como esse não pode acontecer. Custou aquilo que poderia ser uma vitória ou mesmo um pódio.

Preliminares


Além da Indy, tivemos como categorias preliminares a GT3 e a Mercedes Challenge, com corridas no sábado e no domingo. Classes interessantes mas que poderiam ter sido melhor aproveitadas. As provas foram bons aperitivos para a Indy, porém, acho que faltou uma maior competição em ambas. 

No geral


De maneira geral, gostei do evento. A Indy é uma categoria que utiliza como principal chamariz essa maior proximidade com o fã em relação as outras. E isso torna o evento mais agradável. É algo que os americanos sabem fazer muito bem..

Não posso fazer um comparativo com provas de outros anos pois essa foi a primeira em que fui. Entretanto, fiquei com uma impressão legal sobre a etapa. Claro que alguns ajustes são sempre necessários, mas esses são feitos com o tempo, com as experiências das edições anteriores.

Em 2014 pretendo voltar ao Anhembi para ver a prova, provavelmente em um outro setor. Espero ter essa oportunidade.

Fotos: IndyCar.com
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About Diego Maulana

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1 comentários:

Diego Maulana disse...

Pra falar da Simonazinha precisaria de uma foto da parte aerodinâmica traseira. Já sobre o Burdô, qualquer dia faço um post "as perolas do bolacha" hahahaha