O que esperar das 500 Milhas de Indianapolis e algumas curiosidades

Neste domingo, acontecem as 500 Milhas de Indianapolis, a mais tradicional etapa da Indy. Neste post separei alguns pontos que julgo importantes e algumas curiosidades sobre a prova que promete ser muito boa novamente. Boa leitura e boa prova para todos!

Pole não é necessariamente o favorito


Claro que marcar a pole para as 500 Milhas de Indianapolis tem sua importância para a prova e é sim algo a ser comemorado. Perguntem à Ed Carpenter se ele não gostou de, no último sábado, ter sido o mais rápido entre 33 carros, tendo assim a honra de partir sem ninguém à sua frente para a prova mais esperada do ano na categoria. O piloto, natural da própria cidade, certamente teve uma semana de muita badalação, colhendo os frutos desse resultado com sua própria equipe. Contudo, isso não significa que ele sai como grande favorito à vencer.
Azarão, Ed Carpenter marcou a pole para as 500 Milhas. Mas apesar de estar em uma boa posição, ele não é o  principal favorito
A verdade é que, em uma prova tão longa quanto essa, muitas variáveis podem intervir em sua definição, o que não faz de quem larga na frente o principal candidato à vitória. Sim, o americano terá a vantagem de, largando na ponta, evitar ao máximo as confusões que podem acontecer na largada e nas primeiras voltas, bem como poderá estar entre os ponteiros por um bom tempo. Entretanto, um pit ruim aqui, um problema com um retardatário ali, um azar com uma bandeira amarela em uma hora não tão propicia podem desmontar toda uma estratégia e mandar quem largou na frente para o fundo e vice versa.

Tentar apontar um favorito para essa prova é uma missão inglória. Acredito que, pelo que mostrou, Carpenter seja um deles. Mas não será o único.

Um dado sobre poles e vitórias nas 500 Milhas. Em 96 edições da prova, em apenas 20 o pole venceu. E em 43 ele partiu da primeira fila. Ou seja, menos da metade.

Times grandes querem manter soberania dos últimos anos


Andretti com cinco, Ganassi com quatro e Penske com três carros. As três maiores equipes da Indy se reforçaram para as 500 Milhas e colocaram mais carros do que o usual no restante das provas. Situação comum para as 500 Milhas de Indianapolis. E um dos motivos para que isso aconteça é que eles querem manter a soberania na prova. Das últimas 13 edições, desde o ano 2000, em 11 a vitória ficou com um dos três times.

Foram cinco triunfos da Penske, quatro da Ganassi e dois da Andretti. Somente em duas ocasiões, nesses últimos anos, em que a vitória não ficou com uma dessas escuderias. Em 2004, Buddy Rice levou um carro da Rahal/Letterman ao lugar mais alto do pódio. Já na edição do ano passado quem venceu foi o carro do time de Bryan Herta, guiado por Dan Wheldon.
Atual campeão, Ryan Hunter-Reay lidera a armada da Andretti, que vai com cinco carros para a Indy 500. Penske e Ganassi também têm carros extras
Em 2013, Andretti e Penske se mostram muito fortes para a prova. Os oito carros desses dois times estão entre os nove primeiros (de 2° a 8°) no grid, tendo mostrado desempenhos muito animadores com relação a prova. Já os carros da Ganassi foram mais discretos, mas não dá para descartá-los da briga. Dois dos quatro bólidos do time são guiados por Dario Franchitti e Scott Dixon, que juntos possuem quatro vitórias neste templo do automobilismo (três do escocês e uma do neozelandês).

EUA x Japão


Uma briga em particular deve ser bem observada também durante a Indy 500. Uma disputa entre países. De um lado os EUA, representandos pela Chevrolet, que fornece motores para 17 dos 33 carros do grid. Do outro, a Honda, que está nos outros 16 bólidos.

A principio, os americanos estão em vantagem. Os dez primeiros do grid usam motores Chevy. Contudo, no Carb Day, última chance para se fazer ajustes nos carros nesta sexta-feira, foi Simon Pagenaud com um carro equipado com propulsores Honda, quem terminou na frente, mostrando que os japoneses querem vencer.

Será uma disputa interessante essa. No momento, a Chevrolet tem vantagem. Mas nas 500 Milhas tudo pode acontecer.

Quem pode surpreender do meio para trás?


Fora dos grupos dos mais rápidos na classificação, alguns pilotos poderão surpreender neste domingo vindos do meio do grid. Listo aqui alguns deles:

  • Dario Franchitti -  O escocês, três vezes vencedor desta prova, nunca é um nome que pode ser descartado da briga. Atual campeão da Indy 500, em 2012 ele partiu do 16° posto para vencer. Amanhã, ele larga em 17°, tentando repetir o feito. E andando na poderosa Chip Ganassi, não se pode duvidar disso.

  • Scott Dixon - Vencedor das 500 Milhas em 2008, o neozelandês tenta repetir o que seu companheiro fez em 2012, partindo do 16° lugar para a vitória. Claro que não será fácil. Contudo, Dixon tem experiência e talento suficientes para conseguir tal feito. Em 2012, foi o segundo. É outro nome para ficarmos de olho.

  • Tony Kanaan - O baiano não larga assim tão lá atrás. É o 12° no grid. E também é um piloto a se observar. Mesmo sem nunca ter vencido no mítico circuito, tendo batido na trave algumas vezes, e correndo por um time médio, TK é capaz de conseguir uma vitória. Muito rápido, ele sempre anda bem em Indianapolis. Com um pouco mais de sorte, pode surpreender e conseguir algo melhor do que o terceiro lugar do ano passado.

  • Takuma Sato - Líder do campeonato, o japonês Takuma Sato bateu na trave no ano passado. Ele vinha na segunda posição quando tentou ultrapassar Dario Franchitti na última volta, em plena curva 1. Contudo, ele acabou rodando e batendo, terminando assim uma volta atrás, em 17°. Porém, mostrou que pode sim vencer as 500 Milhas. Mais experiente e motivado a manter a liderança, Sato quer surpreender novamente, mesmo largando em 18°.

  • Simon Pagenaud - O francês foi um dos bons destaques da última temporada, quando estreou na IndyCar. Em Indianapolis, andou relativamente bem e completou a prova em 16°, sem tomar volta do líder. Para esse ano, quer melhorar o resultado. E mostrou isso liderando o Carb Day. Com um carro bem acertado, pode ira para frente.

  • Ryan Briscoe - Na Penske em 2012, foi pole position, terminando a prova na quinta posição, seu melhor resultado na prova, igualando o ano de 2007. Apesar de não ter provas tão expressivas na pista, é muito rápido e guia um carro da Ganassi. Se evitar as confusões, pode terminar mais à frente.

Leitura da prova é importante


Saber ler as variáveis é muito importante para se ter um bom resultado em Indianapolis. A prova é longa, com 3h30 de duração e nesse tempo muitas coisas podem mudar, como temperatura ambiente, temperatura da pista, velocidade do vento etc. Dessa forma, o piloto precisa estar sempre atento para, durante os pits, fazer algumas pequenas regulagens que possam melhorar o desempenho. Às vezes, quem começa mal termina bem a prova, fazendo o carro melhorar aos poucos, e vice versa justamente por conta desses ajustes.

Mulheres igualam recorde


A edição 2013 das 500 Milhas de Indianapolis terá novamente a participação de quatro mulheres, igualando assim o recorde da prova, conseguido em 2010 e 2011. Duas delas, já estavam no grid naquelas oportunidades: Simona de Silvestro e Bia Figueiredo. As novidades em 2013 são Pippa Mann e Katherine Legge, nos lugares que já foram de Sarah Fisher e Danica Patrick.
Bia Figueiredo é uma das quatro mulheres a estarem presentes no grid de 2013. Número recorde como em 2010 e 2011
O melhor resultado de uma mulher na corrida ainda é o terceiro lugar de Danica em 2009, que também é a única a marcar uma pole, em 2007. Será que alguma delas melhora esse desempenho em corrida nesse ano?

Curiosidades


  • O carro de número 3 é o maior vencedor da Indy 500. Em 11 oportunidades, o piloto que guiou o carro com esse número acabou bebendo leite ao fim da prova. A última vez que isso aconteceu foi em 2009, com Helio Castroneves, que segue com a numeração em 2013. Na sequencia, vêm os números 2, com oito vitórias, o número 1, com sete triunfos, 5 e 14, que cruzaram a linha de chegada antes de todos seis vezes, e 4 e 6, com cinco bandeiradas cada. Em 2013, o número 1 fica com Ryan Hunter-Reay, o 2 com A. J. Almendinger, o número 4 com J. R. Hildebrand, o número 5 com E. J. Viso,  o 6 com Sebastian Saveedra e o 14 com Takuma Sato;

  • O Brasil possui seis vitórias na prova. O primeiro a triunfar foi Emerson Fittipaldi, em 1989. 'Emmo' foi o primeiro sul-americano a conseguir esse feito também, repetindo-o em 1993. Depois disso, Helio Castroneves liderou, com duas vitórias, uma trinca brasileira, entre 2001 e 2003, encerrada com o triunfo de Gil de Ferran. Em 2009, Helinho voltou a ganhar. Essa última foi a única vez que um brasileiro venceu largando da pole;

  • Juan Pablo Montoya é, além dos brasileiros, o único sul-americano a vencer a prova, feito conquistado em  2000;
  • Desde 2006 um americano não vence a prova. O último foi Sam Hornish Jr., pela Penske. Nesse período, a Escócia venceu três vezes, com Dario Franchitti, e Brasil, Nova Zelândia e Inglaterra venceram uma cada, com Helio Castroneves, Scott Dixon e Dan Wheldon, respectivamente. Neste novo milênio, além de Hornish Jr., somente Buddy Rice, triunfou pelos EUA, em 2004. Helio teve outras duas vitórias, Gil de Ferran uma e Dan Wheldon outra;

  • A última vez que as 500 Milhas não foram percorridas em sua totalidade foi em 2007. Naquele ano, uma forte chuva impediu o prosseguimento da prova, que terminou com 412,5 milhas completadas. Dario Franchitti foi o vencedor daquela edição (sua primeira vitória). Scott Dixon e Helio Castroneves completaram os três primeiros. Essa foi a única vez que os carros de Andretti, Ganassi e Penske estiveram num top 3;

  • Além de marcar a última vitória americana nas 500 Milhas de Indianapolis, o ano de 2006 teve mais dois fatos históricos. O top 3 foi formado apenas por pilotos americanos naquele ano. Além de Hornish Jr., vencedor, Marco e Michael Andretti estiveram entre os três primeiros. Com isso, tivemos também entre os três primeiros pai e filho juntos;

  • O Brasil também já teve três pilotos ocupando as três primeiras posições da prova. Isso aconteceu em 2003, com a vitória de Gil de Ferran. Helio Castroneves e Tony Kanaan completaram a trinca;

  • O Brasil lidera o quadro de países estrangeiros em número de vitórias na Indy 500, com seis no total. Escócia e Inglaterra (4), França (3), Holanda e Itália (2), Canadá, Colômbia, Nova Zelândia e Suécia (1) vêm na sequencia;

  • Apenas oito vezes um estreante venceu a prova (sete se excluirmos a primeira edição). Entre eles estão nomes como os de Graham Hill, Juan Pablo Montoya e Helio Castroneves;

  • Jim Clark e Graham Hill venceram as 500 Milhas de Indianapolis disputando, simultaneamente, o mundial de F1 em 1965 e 1966 respectivamente. Clark ainda foi campeão da F1 naquele ano e Hill foi o vice;

  • Em 1995 o Brasil quase teve duas gerações de pilotos da mesma família em uma edição da Indy 500. Emerson Fititpaldi e Christian Fittipaldi, tio e sobrinho, por muito pouco não correram juntos. No entanto, a Penske foi muito mal naquele ano e não conseguiu classificar seus dois pilotos, Emmo e Al Unser Jr. Christian, que estreava na categoria, foi o segundo colocado, correndo pela Walker Racing. Jacques Villeneuve venceu;

Fotos: IndyCar.com
Fonte: Wikipedia.org
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