Uma das histórias que mais chamam a atenção neste início de temporada da F1 é a péssima forma apresentada pela Lotus na etapa inaugural do mundial. A equipe de Enstone, que nos últimos dois anos esteve entre as principais forças do grid, teve um desempenho muito fraco durante o fim de semana, sofrendo com um carro que não é minimamente confiável. E o resultado disso foi que Romain Grosjean e Pastor Maldonado não conseguiram mais do que largar nas últimas posições, depois de pouco terem andado nos treinos livres, e completaram somente metade da corrida, se retirando com problemas em uma das unidades de energia (o MGU - K, sistema de recuperação de energia cinética).
E a desastrosa estreia da equipe no mundial de 2014 fez com que surgisse a pergunta: por que o E22 teve um desempenho tão pífio? Bem, parece que a Renault, fornecedora de motores da escuderia inglesa, tem a resposta.
Segundo Remi Taffin, chefe de operações de pista da marca francesa, a falta de testes prejudicou bastante o trabalho de desenvolvimento da Renault com o E22 e por esse motivo vimos a Lotus com tantas dificuldades para colocar seus carros na pista de Albert Park. O francês falou à Autosport e de acordo com ele a fabrica dispõe de poucas informações sobre o bólido inglês, sendo esse o principal empecilho para que melhores soluções sejam encontradas. E a ausência da escuderia no primeiro teste coletivo teve a ver com isso.
Pastor Maldonado teve um fim de semana de muito sofrimento com o E22 em Melbourne. Ele e seu companheiro, Romain Grosjean, não completaram a prova |
Nesta pré-temporada, a F1 teve três baterias de ensaios, uma em Jerez de la Frontera e outras duas em Sakhir. E a Lotus não compareceu aos testes na pista espanhola. Dessa forma, a equipe acabou sendo a que menos andou nesse período. Além disso, prejudicada pelos problemas de compatibilidade dos sistemas desenvolvidos pela marca francesa, o time não conseguiu uma quilometragem satisfatória para evoluir e obter uma maior confiabilidade. E assim chegaram a Melbourne meio que no escuro, sem saber muito bem como proceder. E deu no que deu.
Como há limitação de testes na categoria, o time terá de usar os treinos livres, classificações e corridas para tentar encontrar soluções. E isso fatalmente terá implicações nessa primeira parte do campeonato, já que não se pode resolver as coisas da noite para o dia. Entretanto, Taffin afirmou que tudo tem de ser feito com calma e que o E22 só vai melhorar se a equipe conseguir informações suficientes, sem tentar atropelar esse processo, buscando uma performance boa a qualquer custo. Com trabalho, tudo acontecerá normalmente, reafirmou o chefe da Renault.
Portanto, os próximos GPs serão cruciais para a escuderia inglesa, pois quanto mais rápido eles entenderem o carro para melhorar suas deficiências, mais rápido conseguirão se tornar mais competitivos. Pelo que vi na corrida do último domingo, não achei o carro da Lotus tão ruim. Mas está longe ainda de ser competitivo, de fazer frente a outras escuderias na briga, pelo menos, por pontos. A turma de Enstone terá muito trabalho ainda.
Foto: GPUpdate.net
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