Pitacos sobre a F1 em 2014 (Parte III)

Aqui, a última parte dos pitacos sobre a temporada da F1. Dessa vez, falo do que espero para Red Bull, Lotus, Caterham e Marussia em 2014. 

Red Bull vai ter MUITO trabalho


Testes - As baterias de testes beiraram ao desastre para a Red Bull. Também pudera, o time rubro taurino foi um dos que menos andou durante a pré-temporada por conta da falta de compatibilidade do RB10 com o novo sistema de recuperação de energia e também com os motores Renault. Sim, os tetracampeões estão em sérios apuros para esse início de temporada.

O pouco tempo que permaneceram em pistas dificultam, e muito, a obtenção de informações importantes para uma solução mais rápida de todos os problemas de confiabilidade apresentados. Com pouco mais de 1700km percorridos, a RBR foi a terceira equipe que menos testou. E na questão desempenho, as coisas não pareceram estar melhores.

A limitação de tempo de pista foi um enorme complicador para os rubro taurinos, tanto para saber qual é o real potencial do bólido quanto para trabalhar no seu desenvolvimento. E sem uma referência clara de trabalho, os touros vão perder tempo e terreno neste início de mundial para tentarem se resolver todos os empecilhos.
Dupla de pilotos - Após cinco temporadas, enfim a Red Bull terá uma nova dupla de pilotos. Sebastian Vettel, o grande nome da categoria nos últimos anos, foi mantido e terá como companheiro o ex-Toro Rosso Daniel Ricciardo.

Sobre Vettel, não há muito o que dizer. Mas será interessante ver qual será seu comportamento tendo de lidar com as adversidades atuais. Desde que chegou à RBR, o alemão nunca teve um carro ruim nas mãos. Agora, o cenário é diferente e ele terá de trabalhar muito, junto à cúpula da equipe, para fazer com que o RB10 dê frutos.

Ricciardo, por sua vez, teria sua grande chance da carreira nesse ano. Mas na atual situação, o australiano terá, assim como o companheiro, que trabalhar bastante para que o RB10 melhore. Pressão sobre resultados, em um time grande sempre haverá. Mas deverá ser menor no início.

Perspectiva para a temporada - Não dá para duvidar, e nem descartar as chances de título, de uma equipe que ganhou quatro campeonatos consecutivos na F1. Mas não há nada que indique, pelo menos em um primeiro momento, que a Red Bull vá conseguir resolver todos esses problemas rapidamente. E tudo isso diminui drasticamente qualquer perspectiva de sucesso da equipe do energéticos em 2014.

Lotus em dificuldades


Testes - Se as coisas não andaram bem para a poderosa Red Bull, para a Lotus então... o time de Enstone, que passa por diversas dificuldades financeiras, foi o time que menos andou na pré-temporada, se dando ao luxo de perder a primeira bateria, em Jerez. Mas parece que isso não influenciou muito.

Assim como a RBR e as outras equipes que possuem os motores Renault, a Lotus não escapou dos problemas de confiabilidade com o E22. E no quesito desempenho, também não animou muito. Mas como disse no caso dos touros vermelhos, a limitação de tempo de pista impede que se tenha referências de desenvolvimento e potencial. Ou seja, a Lotus vai ter de usar as primeiras provas também para tentar uma resolução dos problemas.

A única diferença das duas equipes é que a Red Bull tem como investir nisso. Já a Lotus, não sabemos, exatamente por conta das condições financeiras.
Dupla de pilotos - Romain Grosjean e Pastor Maldonado formam a dupla mais imprevisível do grid. 

Grosjean é um piloto que mostrou muita evolução na segunda metade da temporada de 2013, mas que ainda não passa total confiança, pois ele ainda é muito instável. O franco-suíço é capaz de fazer ótimas apresentações como também cometer erros absurdos. Contudo, com um carro que não se mostrou muito confiável, não vai dar pra saber qual das duas facetas estão mais fortes em Grosjean. Por outro lado, ele pode aprender muito nessa situação difícil.

Maldonado também está em uma situação parecida com a do companheiro. Já era hora de ele mostrar que é mais do que um piloto agressivo e veloz, inserindo um pouco de consistência em sua pilotagem, deixando erros bobos para trás. Porém, sem um carro que lhe dê condições de andar mais à frente, será mais difícil saber se ele conseguiria isso ou não. Por outro lado, tentar ajudar a Lotus a superar essas dificuldades pode lhe trazer um pouco mais de maturidade.

Perspectivas para a temporada - Com dificuldades financeiras fica difícil acreditar que a Lotus vá evoluir a ponto de ter temporadas tão boas quanto as últimas. Acho que, no máximo, poderão lutar por pontos em uma zona intermediária do pelotão.

Caterham e Marussia lá no fundo


Testes - Das nanicas, dá pra falar junto. A Caterham foi a escuderia que conseguiu dar maior quilometragem aos motores Renault. Contudo, o desempenho dos bólidos verdes foi de tirar a paciência de qualquer um de tão fraco. Kamui Kobayashi, piloto do time, chegou a dizer que os carros da GP2 seriam mais velozes. Daí já dá pra ter uma ideia do que aconteceu na pré-temporada do time.
Na Marussia, as expectativas já não eram tão altas. Mas o time não está tão mal quanto a rival. Apesar de ter sofrido com problemas de confiabilidade que os impediram de andar mais, e alguns outros bizarros, a equipe russa pode até pensar em surpreender na primeira ou segunda etapas, alcançando, quem sabe, um Q2.

Duplas de pilotos - Na Caterham, teremos a volta de Kobayashi e a estreia de Marcus Ericsson. Na Marussia, Jules Bianchi e Max Chilton foram mantidos.

Kobayashi tenta uma nova chance na F1. O japonês gostaria de usar essa chance na Caterham como um trampolim para aparecer e conseguir uma vaga melhor em 2015. Mas a escolha, pelo menos por enquanto, não se mostrou das mais acertadas. O nipônico deverá sofrer um bocado. Ericsson, por sua vez, faz suas estreia sem muito alvoroço e sem muitas perspectivas também. Para quem deve estar pagando para correr, não dá pra exigir muito.

Na Marussia, Bianchi tem mais uma nova chance de provar que é o piloto que todos esperam que seja. O francês já foi bem no ano passado, sendo o maior destaque entre as nanicas. E nesse ano, terá de repetir o feito. Se conseguir, pode almejar algo melhor em 2015. Chilton, por sua vez, espera pelo menos melhorar um pouco o desempenho e desafiar Bianchi com mais regularidade.
Perspectivas para a temporada - Caterham e Marussia devem figurar, novamente, no fim do grid, com os russos levando um pouco de vantagem com relação aos malaios.

Fotos: GPUpdate.net
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