E depois de um descanso durante o Carnaval, cá estou aqui para um postzinho, dividido em três partes, sobre a F1, com alguns pitacos sobre os testes coletivos, as duplas de pilotos da cada equipe do grid e quais as perspectivas para cada escuderia no ano. Começando com Mercedes, Williams, McLaren e Ferrari.
Mercedes, a favorita
Testes - Durante as três baterias de testes coletivos da F1 neste ano, a Mercedes foi a equipe que mostrou o melhor desempenho e o maior grau de confiabilidade entre as 11 escuderias que fazem parte do grid. Além de ter percorrido quase 5 mil quilômetros ao longo dos doze dias de ensaios, fato que demonstra a boa resistência do equipamento germânico, seus pilotos sempre estiveram entre os mais velozes nas tabelas de tempo.
E sendo a equipe que mais permaneceu em pista, imaginamos que as flechas de prata tenham podido testar de tudo, desde stints longos, visando as corridas, à treinos com pouco combustível, pensando em classificação, passando por testes de outras soluções que poderiam melhorar o carro, e claro, pela avaliação do comportamento dos novos compostos fornecidos pela Pirelli.
Contudo, o bom W05 não escapou de ter problemas, apesar disso não ter causado, aparentemente, maiores preocupações na cúpula germânica. O moral dos bávaros segue lá no alto. Com tudo isso, a Mercedes deve chegar a Melbourne munida do maior número de informações possível, o que é uma grande vantagem nesse início de temporada, e tem tudo para se dar bem.
Dupla de Pilotos - Lewis Hamilton e Nico Rosberg formam uma ótima dupla de pilotos, pra mim, a segunda melhor do grid. E ambos podem contribuir bastante com o time, cada um ao seu estilo.
O inglês, todos sabemos, é um piloto extremamente veloz e arrojado. Campeão mundial em 2008, vice no ano anterior, Hamilton vem tendo temporadas instáveis desde então, apesar de sempre estar entre os líderes e vencendo. A mudança para a Mercedes em 2013, no entanto, parece ter sido benéfica para ele, dando-lhe um pouco da maturidade que faltava para ele voltar a ser campeão. Se conseguir se adaptar bem ao W05, Hamilton é candidato ao título.
Já Rosberg vem demonstrando bastante evolução ao longo dos últimos anos. O alemão começou bem sua carreira na Williams, fazendo ótimas provas, mas sendo limitado pelo desempenho mediano da escuderia de Grove. Após a mudança para a Mercedes, Nico seguiu impressionando, mesmo com as flechas de prata andando abaixo do esperado. Venceu pela primeira vez em 2012, na China e no ano passado, quando enfim a Mercedes foi para o grupo das grandes, venceu mais duas vezes. Acredito que o alemão tenha condições de vencer o campeonato. Não será fácil, tendo Hamilton como companheiro, mas o alemão já deu provas de que é um piloto que merece ser respeitado.
Perspectiva para a temporada - A Mercedes surge como principal favorita nesse início de campeonato. E se os alemães conseguirem uma vantagem nessas primeiras provas, com toda a estrutura e orçamento que possuem, será difícil bate-los.
Williams correndo por fora
Testes - Segunda equipe que mais ficou nas pista durante as praticas coletivas, a Williams foi uma das ótimas surpresas desta pré-temporada. O time de Grove demonstrou ter um carro bastante veloz, especialmente nesta última bateria. Tanto é verdade que Felipe Massa registrou o melhor tempo entre as duas sessões ocorridas no Bahrein, enquanto Valtteri Bottas foi o quarto. Um ótimo presságio.
E melhor ainda é saber que o FW36, além de rápido, é confiável. Mesmo tendo sofrido com alguns probleminhas, nada de muito grave ocorreu com a escuderia inglesa a ponto de fazer com que engenheiros começassem a arrancar os cabelos, desesperados em busca de soluções.
Em suma, os ensaios foram bastante proveitosos para a escuderia, que pôde realizar todos os testes necessários para preparar seu bólido da melhor maneira.
Dupla de pilotos - A mescla de pilotos utilizada pela Williams é bem interessante. Felipe Massa traz a experiência necessária para uma equipe que vem se reestruturando enquanto Valtteri Bottas é o jovem rápido e promissor, que pode representar o futuro da escuderia.
Para o brasileiro, esse é um ano de recomeço. Após quase uma década inteira pilotando pela Ferrari, onde viveu altos e baixos, chegar à Williams é um desafio para ele. Um desafio que pode se provar bastante proveitoso, uma vez que o time inglês parece estar entrando em uma posição de destaque e até quem sabe de protagonismo em 2014. E Massa pode se aproveitar disso. Não será nenhum absurdo para ele, especialmente neste início de temporada, pensar em pódios e em vitórias.
O finlandês, por sua vez, terá a chance de provar que pode ser tornar grande no futuro. Bottas teve bons momentos no ano passado e superou o companheiro de equipe, Pastor Maldonado, na disputa direta. Contudo, ele sofreu com o fraco carro que a Williams tinha. Neste ano, com um bólido bastante promissor, ele terá uma grande oportunidade de mostrar ainda mais, tornando-se presença constante no Q3, pontuando frequentemente, e brigando por pódios e quem sabe por vitórias.
Perspectiva para a temporada - Por tudo o que fez nos testes, a Williams aparece como uma das grandes forças do campeonato nas primeiras etapas. O FW36 parece ser um carro bem nascido e que tem condições de estar entre os melhores. Contudo, o que pode pesar para a escuderia de Grove é a questão financeira. Apesar de toda a reestruturação que o time vem promovendo, se não encontrar bons patrocínios a equipe pode ficar para trás.
McLaren tentando voltar ao topo
Testes - Tentando se recuperar de um ano desastroso, onde não obteve nenhum pódio sequer, a McLaren parece estar no caminho certo, mesmo passando por uma reformulação em seu comando. A equipe de Woking foi bem nos doze dias de testes e voltou a figurar entre as favoritas em 2014.
Apesar de não ter tido tanto destaque nesta última sessão de ensaios coletivos, o MP4-29 parece ser um carro com bom potencial. Jenson Button e o estreante Kevin Magnussen conseguiram acumular uma boa quilometragem com o bólido prateado e cumpriram bem o cronograma montado pela escuderia. A dupla sabe que terá um carro veloz em mãos. Quanto a isso, não parece haver preocupações.
Talvez, o maior empecilho seja a questão confiabilidade para os ingleses. Os últimos dias de treinos tiveram alguns contratempos que podem ter minado um pouco a confiança do time. No fim da segunda bateria de testes, a McLaren parecia ser a equipe mais próxima da Mercedes. Hoje, a tradicional escuderia parece ter perdido esse posto para a Williams. Entretanto, para esse começo de temporada, estão em uma boa posição, tendo condições inclusive de vencer.
Dupla de pilotos - Assim como a Williams, a McLaren conta com uma mescla interessante de experiência com potencial. Jenson Button, campeão do mundo em 2009, irá liderar o time ao passo que o estreante, Kevin Magnussen, terá um ano de aprendizado.
Para Button, a temporada pode representar uma nova chance de brigar por vitórias com mais frequência. O inglês é um piloto bastante inteligente, que tem uma tocada suave e precisa. E isso pode fazer a diferença não apenas na preservação de pneus mas também de seu equipamento. Em uma F1 onde a principal preocupação é terminar as corridas, Button pode conseguir alguma coisa com isso.
Já Magnussen, como disse terá um ano para aprender. Entretanto, não se enganem achando que o dinamarquês não terá responsabilidades. Por mais que seja um projeto para o futuro, o promissor piloto terá de mostrar bons resultados desde o inicio. Pelo menos nos testes, Magnussen conseguiu ir muito bem e parece que não vai sentir o peso de pilotar por um time tão tradicional. Mas é bom esperar o início do mundial para ter mais certeza sobre isso.
Perspectiva para a temporada - A McLaren tem boas perspectivas de fazer um bom ano em 2014. O MP4-29, apesar de ter apresentado alguns problemas, parece ser um bom carro, tanto que era a equipe mais próxima da Mercedes em determinado momento. Deve iniciar o ano ao lado das flechas de prata e da Williams brigando pelas primeiras posições do grid. Já o restante da temporada vai depender do novo patrocinador master da escuderia.
Ferrari tentando incomodar
Testes - A Ferrari não teve lá muito destaque nos testes. Apesar disso, a escuderia conseguiu andar bastante com seu F14T durante os 12 dias de praticas, conseguindo juntar um bom montante de informações para que o engenheiros trabalhem em cima buscando melhorias. Foi o terceiro time que mais ficou em pista, mesmo enfrentando alguns problemas de quebras também.
Há quem diga que os italianos não revelaram todo seu potencial nas baterias e que ainda teriam novas peças para implantar em Melbourne. Não dá pra saber até que ponto isso é verdade, até porque não é lá muito prudente ainda mais com tantas novidades.
O fato é que pelos tempos apresentados, apesar de isso não significar muito, a Ferrari não me pareceu ter condições de enfrentar Mercedes, Williams e McLaren, em um primeiro momento, apesar de ter como evoluir.
Dupla de pilotos - Fernando Alonso e Kimi Raikkönen formam a melhor dupla de pilotos do grid, afinal, ambos são campeões mundiais e pilotos de talento reconhecidos. Ao mesmo tempo, compõem uma combinação, para muitos, explosiva.
Não há muito para falar sobre os dois pilotos individualmente, pois ambos são muito qualificados. Talvez Alonso, a quem considero extremamente competente e inteligente, tenha um pouco mais de pressão, por já estar há um bom tempo na escuderia. Foi contratado para levar a Ferrari ao título e ainda não conseguiu isso. Logo, passam a cobra-lo mais por isso. Por outro lado já está adaptado ao modus operandi ferrarista. Raikkönen, por sua vez, foi o último campeão pela Ferrari e volta ao time em busca do bicampeonato, após duas temporadas muito boas pela Lotus. É um piloto absurdamente consistente e que já conhece como tudo funciona em Maranello. Não deve ter dificuldades.
O que ambos vão precisar fazer é apontar qual o melhor caminho para o desenvolvimento do F14T. E pela qualidade dos dois, os italianos podem ter um grande trunfo para evoluir ao longo do ano.
Perspectiva para o ano - Acredito que a Ferrari vá ficar um pouco atrás das principais rivais nesse início de temporada. Entretanto, os italianos vão incomodar bastante e com o passar do tempo integrarão a briga por vitórias e pódios.
Fotos: GPUpdate.net
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