Pitacos sobre a F1 em 2014 (Parte II)

Está aí a segunda parte dos pitacos sobre a temporada 2014 da F1. Hoje, falo de três equipes: Force India, Sauber e Toro Rosso. Com isso, amanhã essa pequena análise terá as quatro escuderias restantes do grid.

Olho na Force India


Testes - A Force India não chegou a atingir o nível de Mercedes, Williams e McLaren durante os testes coletivos. Porém, assim como suas coirmãs que utilizam os propulsores alemães, o time indiano teve mais motivos para comemorar do que para se preocupar na pré-temporada.

O VJM07 se mostrou um carro confiável. Teve alguns probleminhas aqui e ali, mas nada de muito grave, que fizesse a equipe perder muito tempo de pista. Pelo contrário. A FI teve uma boa quilometragem. Não tão boa quanto as parceiras, contudo, ainda consideravelmente maior do que muitas outras escuderias. E além disso, o bólido indiano mostrou ter boas velocidades em alguns momentos, dando indícios de que pode surpreender em alguns momentos.

A Force India fez um bom papel nos ensaios. Se conseguir repetir isso durante as provas, tem boas possibilidades de fazer um campeonato sólido.
Dupla de pilotos - Nico Hulkenberg e Sergio Perez serão os responsáveis por conduzirem a FI neste ano. Uma boa dupla de pilotos

Hulkenberg vem mostrando, há tempos, que não é um piloto comum, que está no grid pagando por vaga ou porque é protegido de alguém. Não que esses pilotos não tenham seus méritos. Mas o caso de Hulk é diferente. Ele é um ótimo piloto, que já merece algo melhor do que correr em equipes medianas, e seus resultados falam por si só. Na Williams, conseguiu marcar uma pole em Interlagos no ano de 2010. Pela Force India, em 2012, chegou a estar perto de vencer o GP do Brasil. E no ano passado, na Sauber, conquistou uma penca de bons resultados. Para esse ano, a expectativa é de que o alemão siga obtendo bons resultados. E se o VJM07 provar ser bom mesmo, Hulk é um piloto a ser observado.

Já Sergio Perez tenta na equipe indiana um recomeço para sua carreira. Após dois anos na Sauber, o último com resultados bem expressivos, o piloto mexicano chegou à McLaren para a temporada 2013. No entanto, a equipe de Woking desenvolveu um péssimo carro que não possibilitou que ele e seu companheiro na época, Jenson Button, fizessem muita coisa. Button, que se tornou o líder da equipe, acabou ficando para 2014. Mas Perez foi limado do time, por conta dos resultados não muito animadores comparados aos do campeão de 2009, e também por falta de acordo com seus patrocinadores. Sem ter um lugar para correr, o mexicano teve de se apegar na primeira vaga que apareceu, justamente na FI. E para ele, pode ser muito bom. No time indiano não haverá a pressão que ele enfrentou na McLaren. Assim, ele poderá tentar voltar a ser aquele piloto agressivo da Sauber.

Perspectiva para a temporada - A Force India pode ser uma equipe que vá surpreender em algumas provas. Não descarto ver um de seus pilotos conseguindo um ou dois pódios na temporada. Entretanto, a equipe indiana deve figurar no pelotão intermediário. Hoje, a vejo atrás de Mercedes, Williams e McLaren, e um pouco mais próxima da Ferrari. Deve pontuar com frequência.

Sauber no meio do pelotão


Testes - A Sauber viveu nos testes coletivos uma situação parecida com a da Force India. Utilizando motores Ferrari, a equipe suíça teve um desempenho abaixo da principal escuderia a utilizar os mesmos propulsores, no caso a Ferrari. Por outro lado, o time de Hinwill conseguiu andar razoavelmente e deve ter um bom número de informações para tentar desenvolver seu C33.

É verdade que a equipe comandada por Monisha Kalternborn sofreu em alguns momentos com a falta de confiabilidade dos motores italianos, pelo menos em relação aos rivais da Mercedes, e que o carro não é lá nenhuma maravilha em termos de desempenho. Mas é possível se acertar durante o ano, como fizeram na temporada passada.
Dupla de pilotos - Para 2014, a Sauber trocou um alemão por outro. Nico Hulkenberg foi para a Force India, enquanto Adrian Sutil fez o caminho contrário, desembarcando em Hinwill. E ao lado dele estará o mexicano Esteban Gutierrez, mantido por mais um ano.

Sutil é um piloto regular. Não o vejo fazendo nada de excepcional, mas também não é alguém que compromete. É um bom nome para ajudar a Sauber a se encontrar durante a temporada, pois ele já é alguém bem rodado no circo. Talvez não faça um trabalho como fez Hulkenberg, mas certamente ele parece ter cacoete para lidar com uma situação desse tipo.

Gutierrez, por sua vez, entra em sua segunda temporada com mais responsabilidades do que teve em seu ano de estreia. O mexicano começou sua saga na F1 bem devagar, mas deu uma melhorada na segunda metade do ano passado. E a expectativa é de que ele continue essa evolução. Resta saber se com o carro que a Sauber produziu neste ano, isso será possível.

Perspectiva para a temporada - A Sauber deve figurar na faixa intermediária do grid, brigando para pontuar. Não acho que o time suíço fará muito mais do que isso.

Toro Rosso, a melhor entre as Renaults até aqui


Testes - A Toro Rosso não foi a equipe que mais andou nos testes entre os times que possuem os motores Renault. Porém, a escuderia de Faenza me pareceu estar a frente de suas coirmãs de propulsores nesse momento. Foi quem mostrou o desempenho mais competitivo, digamos assim. Porém, isso não quer dizer muita coisa pela situação em que todos se encontram.

A prima pobre da toda poderosa Red Bull também não escapou dos problemas com os propulsores franceses e por vezes ficou mais parada do que andou. Isso dificulta para todos saberem qual o real potencial do STR9 e também para se saber o que precisam melhorar. E a consequência desses problemas todos é o atraso no desenvolvimento do carro.

O ano para a Toro Rosso via ser de muito trabalho, não tenham duvidas.
Dupla de pilotos - Os pilotos responsáveis por conduzir a STR nessa temporada serão o francês Jean-Eric Vergne, que já está bem adaptado à equipe e o novato Daniil Kvyat, mais um produto da acadêmia rubro taurina.

Vergne é mais experiente. O francês está indo para sua terceira temporada na categoria com a Toro Rosso e ainda não conseguiu demonstrar resultados muito mais convincentes, até pela falta de equipamento. Mas não parece que será nesse ano que ele terá essa chance, até porque a Toro Rosso não parece ter condições de lhe proporcionar chance melhor.

Já o estreante Daniil Kvyat terá a oportunidade de aprender na categoria. O russo, campeão da GP3, acabou pulando a GP2 e foi direto para a F1. Alguns ainda consideram muito precoce essa ascensão de Kvyat, mas ele parece ser um piloto de qualidade. Só será preciso um pouco de calma com o rapaz, ainda mais em um carro que não promete passar das posições intermediárias.

Perspectiva para a temporada - Com tantos problemas nos testes, fica difícil imaginar que a Toro Rosso vá brigar até mesmo para pontuar nessas primeiras provas. O objetivo do time deve ser, primeiramente, conseguir ter um carro confiável, para depois pensar em outras coisas.

Fotos: GPUpdate.net
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