Especial Ayrton Senna 15 anos - Os três passos antes da F1

Nesse terceiro capítulo do Especial Ayrton Senna 15 anos, veremos como foi a transição do menino talentoso do kart, para o homem que começava uma vida independente na Europa, em busca de seu sonho de se tornar um piloto de F1.

Depois do sucesso no Brasil e na América do Sul e da decepção com os mundiais de kart, Ayrton, mais decidido do que nunca em ser um piloto profissional, queria dar o passo adiante que qualquer kartista desejaria: ir para a Europa.

Mas antes de ir, Ayrton encontrou muita dificuldade. Sua família, principalmente o pai Milton, era contra a empreitada do filho. Pelo menos no início da carreira. Todos queriam que Ayrton ficasse no Brasil para assumir os negócios da família. Depois de muito insistir, Milton cedeu. Por um tempo.

Agora Ayrton precisava encontrar patrocínio. E ai, encontrou novas dificuldades. Após fechar alguns contratos e covencer os pais, Ayrton embarcou para a Inglaterra, onde disputaria o campeonanto de Fórmula Ford 1600, pela equipe Van Diemen, de Ralph Firman, indicado por Chico Serra. Mas antes do embarque, Ayrton viveu um dos momentos mais inesquecíveis de sua vida: o casamento com Lilian Vasconcelos.

Chegando na Inglaterra, já casado com Lilian, Ayrton viveria uma vida completamente diferente da que estava acostumado. Lá encontrou uma cultura e um clima diferente, mas sem nunca desanimar.

Na pista, o desconhecido "Ayerton da Silva", mostrou seu cartão de visitas logo na terceira etapa do campeonato, com uma bela vitória em Brands Hatch. Seriam mais doze vitórias em vinte etapas.

Mas, enquanto a fama e o talento de Ayrton eram cada vez mais reconhecidos, o relacionamento com Lilian, piorava a cada dia. E no final daquele ano de 1981, Ayrton tomou uma decisão surpreendente. Decidiu abandonar o automobilismo e voltar para cuidar dos negócios de seu pai.

Já no Brasil, cuidando de um dos depósitos que seu pai possuia, era explicito o descontentamento de Ayrton com as ordens do pai. E ele queria mesmo era voltar para a Europa e continuar sua carreira. Vendo a infelicidade do filho, Milton comentou a situação com um amigo, Armando Botelho. Querendo ajudar, Armando sugeriu a Milton gerenciar a carreira de Ayrton, mesmo sem ser profissional da área. Milton aceitou e pôde ver o filho voltar feliz para a Europa, e competir pela Fórmula Ford 2000.

Faltava resolver a histótia com Lilian. Da Inglaterra, através de um telefonema, a separação, que só foi oficializada no ano seguinte.

Totalmente concentrado em sua carreira, Ayrton teve um ano devastador e com algumas corridas épicas, com em 9 de Abril, no circuito de Snetterton, quando venceu sem os freios dianteiros. Ao todo, foram 23 vitórias em 29 corridas. E mais reconhecimento. Foi nessa época que, aconteceram também alguns fatos que marcariam a vida do jovem piloto. No dia 8 de Maio, por exemplo, dois fatos marcantes. Primeiro, a morte de Gilles Villeneuve, em Zolder, onde a F-2000 faria uma das etapas preliminares. No mesmo dia, a indiferença de Nelson Piquet, já campeão mundial, à presença de Ayrton, nos boxes da Brabham, também marcou. E marcou o início da guerra entre os dois, pelo menos, do lado de Ayrton.

Meses depois, a sensação da F-2000, foi procurado por Ron Dennis, dono da McLaren, que lhe fez uma grande proposta. Ron custearia a temporada de Ayrton na F-3000, no ano seguinte, e teria a preferencia de assinar com o piloto, para a temporada de 1984, na F1. Mas Ayrton queria a garantia de que a McLaren teria um carro capaz de vencer o título de 1984. Isso deixou Dennis revoltado e ele garantiu que nunca mais ofereceria um contrato àquele garoto insolente. O tempo mostrou o contrário.

Depois de mais um título, veio a Fórmula 3, último passo antes da F1. E veio também um início alucinante. Nas nove peimeiras etapas, nove vitórias e parecia que viria mais um título fácil. Só parecia. Nas dez provas seguintes, só duas vitórias e dois segundos lugares. Seis abandonos. E o título ficou, muito, ameaçado.

No meio daquele ano, Ayrton foi testar pela a Williams. E em 83 voltas, ele baixou em quatro décimos o recorde da pista de Donnington para carros com motores aspirados.

Voltando a F-3, só na última etapa, em Thruston, no dia 27 de outubro, Ayrton Senna garantiu o título, usando um artificio nunca usado antes. Para ter um bom desempenho desde a primeira volta, ele tapou a entrada de ar com fita adesiva. A idéia era provocar um rápido aquecimento no motor, para que ele atingisse a temperatura ideal mais rapidamente. Mas a operação teve um susto. Na hora de tirar a fita, Ayrton teve que tirar o cinto, para alcançar a entrada de ar. Mas antes de tirar a fita, ele chegou a primeira curva. Solto no cockpit, levou um baita susto. Sem mais problemas, venceu e se emocionou.

Agora ele estava credenciado a disputar a F1.

Números de Senna nas categorias de acesso.

1981 - Fórmula Ford 1600 - Campeão

20 etapas
12 vitórias
5 segundos lugares
1 terceiro lugar
1 quarto lugar
1 quinto lugar

1982 - Fórmula Ford 2000 - Campeão

29 etapas
23 vitórias
2 segundos lugares

1983 - Fórmula 3

20 etapas
12 vitórias
2 segundos lugares
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1 comentários:

Bruno disse...

mais um ótimo episódio. Senna já dava todos os indícios que o automobilismo era a coisa que estava predestinado a seguir. Os resultados impressionam...
imagina ele na McLaren logo em seu ano de estréia, só teria que esperar o Niki Lauda aposentar.

Abraço.