Continuando o Especial Ayrton Senna 15 anos, voltemos a infância do piloto. Ayrton, nasceu na madrugada de 21 de Março de 1960, na maternidade Pro Matre, bairro da Bela Vista, São Paulo. Filho de Milton Guirado Theodoro da Silva e Neyde Senna, Ayrton é o segundo dos três filhos do casal. Sua irmã mais velha é Viviane Senna da Silva Lalli e seu irmão caçula é Leonardo Senna da Silva.
Desde muito pequeno, o menino Ayrton sempre elétrico. E ele gastava toda sua energia pulando e correndo pela casa. Tanta animação, muitas vezes, acabava em tombos e muitos machucados. Porém, ele não parava.
A inquietude do filho e o fato dele ser canhoto, preocupava dona Neyde, que procurou um neurologista. Feitos os exames, ela ficou mais tranquila ao saber que Ayrton nada tinha de anormal. Ele era apenas um menino hiperativo e que gostava de fazer muitas coisas ao mesmo tempo.
Aos quatro anos de idade, porém, o menininho bonzinho e inquieto, recebeu de seu pai, o presente que mudaria sua vida. Um kart, construído por Milton em uma de sua oficinas, equipado com freios a disco e um motor de picadeira. Foi amor a primeira vista.
Todos os fins de semana, Milton levava Ayrton para dar umas voltinhas com seu brinquedo, o que alimentava, cada vez mais, a paixão do menino pela velocidade. Cada dia mais interessado por carros, Ayrton, de tanto insistir, ganhou um kart de verdade. O pequeno bólido pesava cerca de 50 quilos, tinha freios a disco hidráulicos, um motor de cerca de 100 cilindradas e um volante parecido com os dos carros de F1 da época. Foi o que bastou para que aumentasse o desejo dele por competições.
Entretanto, com o aumento de sua paixão pelos karts, Ayrton deixou a escola meio que em segundo plano. Sempre matriculado em colégios renomados, como o Colégio Santana e o Colégio Rio Branco, dois dos mais tradicionais de São Paulo, Ayrton era um aluno mediano. Não se destacava com notas altas, mas também não sofria para passar de ano. Ele gostava muito das aulas de educação física. E foi nesse período em que começou a aflorar em sua personalidade, um instinto enorme de competição, que faria muito sucesso mais tarde. Ele não aceitava bem as derrotas.
Mas, se na escola ele era mediano, nos kartódromos ele era um fenômeno. E lá ele não aceitava perder mesmo. Logo em sua primeira corrida oficial de kart, Ayrton deu mostras de seu talento, mesmo contra a vontade de seu pai, que quase o tirou da corrida. Largou na pole, após sorteio, e liderou a corrida por 35 das 40 voltas, aguentando a pressão dos kartistas mais velhos e experientes. Só não venceu por causa de um acidente, que assustou quem acompanhava. Mas ele nada sofreu. Aliás, ficou muito nervoso com o garoto que lhe tirou sua primeira vitória.
Aos doze anos de idade, veio a primeira competição oficial. E veio também, a confirmação do surgimento de um novo talento do kartismo brasileiro. Após um ano vitorioso nas categorias estreante e novatos, Ayrton chegou a categoria Júnior. Foi nessa época que ele conheceu um de seus grandes amigos e incentivadores: o espanhol Lúcio Pascoal, conhecido como Tche. Tche era um mecânico, que morava no bairro da Moóca, muito conhecido e respeitado no meio do Kart. Ele foi o mentor de Ayrton nas competições de kart, Brasil afora.
Foi nessa época, também, que Ayrton conheceu Maurizio Sala, seu primeiro rival, que se tornou um grande amigo anos depois. No entanto, Maurizio não foi páreo para Ayrton. Um ano depois, apareceu um outro garoto, chamado Mario Sergio de Carvalho. E nele, Ayrton encontrou um adversário a altura. Filho de um fabricante de peças para karts, Mario Sérgio foi o mais persistente rival de Ayrton, nas competições estaduais e nacionais. Os dois disputariam até mundiais juntos.
Para termos uma ideia, a rivalidade entre os dois era tanta que, em 1976, na tradicional prova "Três horas de Interlagos", os dois venceram dividindo o mesmo kart, mas sem trocar uma palavra. Nas pistas, quando disputavam a mesma freada, a mesma tomada de curva e as largadas em movimento, os dois eram infernais. E pela gana de vencer, um deles sempre acabava fora da pista.
Contudo, apesar das alegrias e do descobrimento de sua profissão, foi no kart que Ayrton teve sua maior frustração. Foi a única categoria em que ele não conseguiu o título mundial. Nas duas oportunidades que teve de disputar a competição, Ayrton ficou com o vice campeonato. Em 1979, quando disputou o mundial pela primeira vez, em Estoril, ele deveria ter sido campeão. Ele venceu a segunda bateria, conseguindo empatar com o então líder, o holandês Peter Koene. Assim sendo, o critério de desempate deveria ser o confronto direto entre os dois, na última etapa classificatória, o que daria o título a Ayrton. Mas os comissários decidiram levar em consideração uma bateria da fase eliminatória, o que tirou o título de Senna.
Já no mundial de 1980, Ayrton foi o vice campeão novamente, perdendo o título para o inglês Terry Fullerton, considerado o melhor kartista da época e que possuia o melhor equipamento. Apostando nas novidades da época, Senna conseguiu um excelente resultado, com a fabrica italiana DAP.
No entanto, Ayrton Senna trouxe dos campeonatos mundiais uma novidade. Como os pilotos tinham que correr com capacetes nas cores da bandeira de seus paises, o designer Sid Mosca fez um capacete parecido com o que Ayrton usaria em sua carreira. Na volta de Portugal, Senna pediu a exclusividade a Sid e os dois desenvolveriam o capacete que todos nós conhecemos hoje. E se tornariam grandes amigos também.
Depois de provar seu talento guiando karts, o caminho natural que ele seguiria era o das competições de monopostos na Europa. Mas não seria nada fácil para ele. E esse é o assunto da próxima parte desse especial. Não perca.
Números de Senna no KartAos quatro anos de idade, porém, o menininho bonzinho e inquieto, recebeu de seu pai, o presente que mudaria sua vida. Um kart, construído por Milton em uma de sua oficinas, equipado com freios a disco e um motor de picadeira. Foi amor a primeira vista.
Todos os fins de semana, Milton levava Ayrton para dar umas voltinhas com seu brinquedo, o que alimentava, cada vez mais, a paixão do menino pela velocidade. Cada dia mais interessado por carros, Ayrton, de tanto insistir, ganhou um kart de verdade. O pequeno bólido pesava cerca de 50 quilos, tinha freios a disco hidráulicos, um motor de cerca de 100 cilindradas e um volante parecido com os dos carros de F1 da época. Foi o que bastou para que aumentasse o desejo dele por competições.
Entretanto, com o aumento de sua paixão pelos karts, Ayrton deixou a escola meio que em segundo plano. Sempre matriculado em colégios renomados, como o Colégio Santana e o Colégio Rio Branco, dois dos mais tradicionais de São Paulo, Ayrton era um aluno mediano. Não se destacava com notas altas, mas também não sofria para passar de ano. Ele gostava muito das aulas de educação física. E foi nesse período em que começou a aflorar em sua personalidade, um instinto enorme de competição, que faria muito sucesso mais tarde. Ele não aceitava bem as derrotas.
Mas, se na escola ele era mediano, nos kartódromos ele era um fenômeno. E lá ele não aceitava perder mesmo. Logo em sua primeira corrida oficial de kart, Ayrton deu mostras de seu talento, mesmo contra a vontade de seu pai, que quase o tirou da corrida. Largou na pole, após sorteio, e liderou a corrida por 35 das 40 voltas, aguentando a pressão dos kartistas mais velhos e experientes. Só não venceu por causa de um acidente, que assustou quem acompanhava. Mas ele nada sofreu. Aliás, ficou muito nervoso com o garoto que lhe tirou sua primeira vitória.
Aos doze anos de idade, veio a primeira competição oficial. E veio também, a confirmação do surgimento de um novo talento do kartismo brasileiro. Após um ano vitorioso nas categorias estreante e novatos, Ayrton chegou a categoria Júnior. Foi nessa época que ele conheceu um de seus grandes amigos e incentivadores: o espanhol Lúcio Pascoal, conhecido como Tche. Tche era um mecânico, que morava no bairro da Moóca, muito conhecido e respeitado no meio do Kart. Ele foi o mentor de Ayrton nas competições de kart, Brasil afora.
Foi nessa época, também, que Ayrton conheceu Maurizio Sala, seu primeiro rival, que se tornou um grande amigo anos depois. No entanto, Maurizio não foi páreo para Ayrton. Um ano depois, apareceu um outro garoto, chamado Mario Sergio de Carvalho. E nele, Ayrton encontrou um adversário a altura. Filho de um fabricante de peças para karts, Mario Sérgio foi o mais persistente rival de Ayrton, nas competições estaduais e nacionais. Os dois disputariam até mundiais juntos.
Para termos uma ideia, a rivalidade entre os dois era tanta que, em 1976, na tradicional prova "Três horas de Interlagos", os dois venceram dividindo o mesmo kart, mas sem trocar uma palavra. Nas pistas, quando disputavam a mesma freada, a mesma tomada de curva e as largadas em movimento, os dois eram infernais. E pela gana de vencer, um deles sempre acabava fora da pista.
Contudo, apesar das alegrias e do descobrimento de sua profissão, foi no kart que Ayrton teve sua maior frustração. Foi a única categoria em que ele não conseguiu o título mundial. Nas duas oportunidades que teve de disputar a competição, Ayrton ficou com o vice campeonato. Em 1979, quando disputou o mundial pela primeira vez, em Estoril, ele deveria ter sido campeão. Ele venceu a segunda bateria, conseguindo empatar com o então líder, o holandês Peter Koene. Assim sendo, o critério de desempate deveria ser o confronto direto entre os dois, na última etapa classificatória, o que daria o título a Ayrton. Mas os comissários decidiram levar em consideração uma bateria da fase eliminatória, o que tirou o título de Senna.
Já no mundial de 1980, Ayrton foi o vice campeão novamente, perdendo o título para o inglês Terry Fullerton, considerado o melhor kartista da época e que possuia o melhor equipamento. Apostando nas novidades da época, Senna conseguiu um excelente resultado, com a fabrica italiana DAP.
No entanto, Ayrton Senna trouxe dos campeonatos mundiais uma novidade. Como os pilotos tinham que correr com capacetes nas cores da bandeira de seus paises, o designer Sid Mosca fez um capacete parecido com o que Ayrton usaria em sua carreira. Na volta de Portugal, Senna pediu a exclusividade a Sid e os dois desenvolveriam o capacete que todos nós conhecemos hoje. E se tornariam grandes amigos também.
Depois de provar seu talento guiando karts, o caminho natural que ele seguiria era o das competições de monopostos na Europa. Mas não seria nada fácil para ele. E esse é o assunto da próxima parte desse especial. Não perca.
1974
Campeão Paulista Júnior
1975
Vice-campeão Brasileiro Júnior
Campeão do Torneio Internacional Itacolomy
Campeão Paulista da 2ª categoria 100cc
1976
Vice-campeão Paulista da 1ª categoria 100cc
3º colocado Brasileiro da 2ª categoria 100cc
Campeão das "Três Horas de Interlagos"
1977
Campeão Sul-Americano
Vice-campeão Brasileiro
Vice-campeão Paulista
Campeão das "Três Horas de Interlagos"
1978
Campeão Sul-Americano
Campeão Brasileiro1979Campeão Brasileiro
Vice-Campeão Mundial
1980
Campeão Brasileiro
Campeão Sul-Americano
Vice-Campeão Mundial
2 comentários:
Muito bom o especial, Maulana. Completo e valeu todo o esforço. Eu pensava que as cores do capacete vieram bem antes, mas agora ficou explicado. Parabéns.
Abraço.
Achei legal
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