O que marcou em 2012, por Ludmila Coimbra

E a convidada desta sexta-feira no Especial "O que marcou 2012" é a minha amiga Ludmila Coimbra do blog Octeto Racing Team. Fã fervorosa do finlandês Kimi Raikkönen, Ludy não poderia ter escolhido outro tema ao aceitar o convite: vai falar sobre o retorno do Iceman à categoria, sobre sua temporada formidável que culminou com um terceiro lugar na tabela de pontuação e até sobre o que Kimi melhorou em sua pilotagem, após uma passagem de dois anos pelo WRC. Fiquem então com o ótimo texto da Ludy. Boa leitura!

A volta do Iceman


Escrever sobre automobilismo é sempre um prazer. Uma paixão que talvez poucos entendam e compartilhem verdadeiramente aqui no Brasil, mas é um assunto que faz parte da minha vida e que gosto demais. E quando a gente recebe de um amigo o convite para falar sobre isto, ficar melhor ainda não é?!

Quando Diego me convidou para escrever sobre algo que havia me marcado em 2012 faltava pouco para a temporada acabar, mas já era óbvio para mim sobre o que falar. Na verdade, sobre quem.

Meu personagem não poderia ser outro que não Kimi Räikkönen, conhecido por todos como Iceman, ou em bom português, o Homem de Gelo, de quem sou torcedora há 7 anos. Vivi seus dois últimos anos de McLaren, toda era Ferrari, as aventuras no WRC e agora o seu retorno incrível à categoria máxima do automobilismo.
E de tudo o que já presenciei como admiradora deste piloto confesso que este ano realmente me surpreendeu. Nem o fã mais otimista de Kimi Räikkönen imaginaria que os resultados que ele alcançaria seriam tão expressivos. Claro que nós, seus torcedores, sabíamos de sua capacidade, talento e determinação, mas terceiro lugar no mundial de pilotos, todas as corridas completadas (sendo 19 delas na pontuação), 7 pódios e uma vitória... Uau! Foi realmente para marcar o ano de qualquer admirador do finlandês, como eu. E obviamente, nos encher ainda mais de orgulho!

O que vimos durante toda a temporada de 2012 foi um piloto provar àqueles que o criticaram como sua capacidade vai além de palavras ou de comportamentos pré-estabelecidos. Kimi conversa na pista, um papo entre ele, seu carro e seu talento e nesta temporada ele mostrou isto para o mundo.

Já falei isto em um texto que escrevi para meu blog e até pessoalmente com Diego, mas vou repetir aqui, não tenho a menor dúvida que os dois anos no WRC tornaram Räikkönen um piloto muito mais preparado e completo para a F1.

É claro que não há similaridades entre as duas categorias, que o que se faz nas estradas empoeiradas do rali não se pode aplicar nas pistas de F1, mas tenho certeza que o desenvolvimento da capacidade de concentração, de foco, de paciência, de domínio do carro necessários no WRC foram primordiais para que Räikkönen chegasse onde chegou ao final destas 20 corridas. Estas qualidades sempre estiveram presentes em Kimi, mas sua passagem pelo rali as intensificou, definitivamente.

Aliado ao talento do finlandês, uma equipe que no começo sofreu para conseguir potencializar seu jeito de pilotar (assim como ele de se adaptar a ela), mas que compreendeu que o líder que eles precisavam estava sentado no carro preto e dourando de número 9.
Lotus e Kimi podem não ter tido chances reais de disputar o mundial 2012, mas fizeram um trabalho memorável juntos. Na primeira fase do campeonato o carro conseguiu superar adversários sendo rápido, confiável (aliás, sua maior qualidade), e quando as coisas ficaram mais complicadas, eis então que surge Kimi, sua experiência e seu talento.

Ultrapassagens como a de Spa, na entrada da Eau Rouge em cima de Michael Schumacher, ou o chega-para-lá em seu companheiro de equipe Romain Grosjean na Hungria, sobre Nico Hulkenberg no GP dos EUA ou o novo embate, roda a roda com o heptacampeão mundial de F1 no Brasil, além de corridas como Bahrein, Valência, Hungria, Bélgica, Itália e é claro, Abu Dhabi foram os destaques dentro das pistas.

Enquanto isto, fora delas, o mundo da F1 passou a ver a irreverência e alegria de Räikkönen (que nós seus torcedores sempre vimos) e que foram acentuadas quando o finlandês passou pelo WRC.

A F1 finalmente viu o Iceman sem preconceitos, um piloto que acima de qualquer coisa, ama a velocidade, o prazer da pilotagem e que não se importa com mais nada, pois ele sabe o que está fazendo.

Fotos: GPUpdate.net
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1 comentários:

Daniel Machado disse...

Muito bom Ludy. Seu texto aqui ficou excelente também.