A volta do Iceman
Escrever sobre automobilismo é
sempre um prazer. Uma paixão que talvez poucos entendam e compartilhem
verdadeiramente aqui no Brasil, mas é um assunto que faz parte da minha vida e
que gosto demais. E quando a gente recebe de um amigo o convite para falar sobre
isto, ficar melhor ainda não é?!
Quando Diego me convidou para
escrever sobre algo que havia me marcado em 2012 faltava pouco para a temporada
acabar, mas já era óbvio para mim sobre o que falar. Na verdade, sobre quem.
Meu personagem não poderia ser
outro que não Kimi Räikkönen, conhecido por todos como Iceman, ou em bom
português, o Homem de Gelo, de quem sou torcedora há 7 anos. Vivi seus dois
últimos anos de McLaren, toda era Ferrari, as aventuras no WRC e agora o seu
retorno incrível à categoria máxima do automobilismo.
E de tudo o que já presenciei
como admiradora deste piloto confesso que este ano realmente me surpreendeu.
Nem o fã mais otimista de Kimi Räikkönen imaginaria que os resultados que ele
alcançaria seriam tão expressivos. Claro que nós, seus torcedores, sabíamos de
sua capacidade, talento e determinação, mas terceiro lugar no mundial de
pilotos, todas as corridas completadas (sendo 19 delas na pontuação), 7 pódios
e uma vitória... Uau! Foi realmente para marcar o ano de qualquer admirador do
finlandês, como eu. E obviamente, nos encher ainda mais de orgulho!
O que vimos durante toda a
temporada de 2012 foi um piloto provar àqueles que o criticaram como sua
capacidade vai além de palavras ou de comportamentos pré-estabelecidos. Kimi
conversa na pista, um papo entre ele, seu carro e seu talento e nesta temporada
ele mostrou isto para o mundo.
Já falei isto em um texto que
escrevi para meu blog e até pessoalmente com Diego, mas vou repetir aqui, não
tenho a menor dúvida que os dois anos no WRC tornaram Räikkönen um piloto muito
mais preparado e completo para a F1.
É claro que não há similaridades
entre as duas categorias, que o que se faz nas estradas empoeiradas do rali não
se pode aplicar nas pistas de F1, mas tenho certeza que o desenvolvimento da
capacidade de concentração, de foco, de paciência, de domínio do carro
necessários no WRC foram primordiais para que Räikkönen chegasse onde chegou ao
final destas 20 corridas. Estas qualidades sempre estiveram presentes em Kimi,
mas sua passagem pelo rali as intensificou, definitivamente.
Aliado ao talento do finlandês,
uma equipe que no começo sofreu para conseguir potencializar seu jeito de
pilotar (assim como ele de se adaptar a ela), mas que compreendeu que o líder
que eles precisavam estava sentado no carro preto e dourando de número 9.
Lotus e Kimi podem não ter tido
chances reais de disputar o mundial 2012, mas fizeram um trabalho memorável
juntos. Na primeira fase do campeonato o carro conseguiu superar adversários
sendo rápido, confiável (aliás, sua maior qualidade), e quando as coisas
ficaram mais complicadas, eis então que surge Kimi, sua experiência e seu
talento.
Ultrapassagens como a de Spa, na
entrada da Eau Rouge em cima de Michael Schumacher, ou o chega-para-lá em seu
companheiro de equipe Romain Grosjean na Hungria, sobre Nico Hulkenberg no GP
dos EUA ou o novo embate, roda a roda com o heptacampeão mundial de F1 no
Brasil, além de corridas como Bahrein, Valência, Hungria, Bélgica, Itália e é
claro, Abu Dhabi foram os destaques dentro das pistas.
Enquanto isto, fora delas, o
mundo da F1 passou a ver a irreverência e alegria de Räikkönen (que nós seus
torcedores sempre vimos) e que foram acentuadas quando o finlandês passou pelo
WRC.
A F1 finalmente viu o Iceman sem
preconceitos, um piloto que acima de qualquer coisa, ama a velocidade, o prazer
da pilotagem e que não se importa com mais nada, pois ele sabe o que está
fazendo.
Fotos: GPUpdate.net
1 comentários:
Muito bom Ludy. Seu texto aqui ficou excelente também.
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