A renovação de Grosjean com a Lotus

E acabou o mistério pelos lados de Enstone. Enfim, a Lotus revelou quem será o companheiro de Kimi Räikkönen em 2013. E quem esperava alguma mudança no segundo carro da equipe preta e dourada, irá se decepcionar. Isso porque Romain Grosjean ganha uma nova chance com o time e segue fazendo parte da equipe por mais uma temporada, ao menos. Nada que surpreenda.

Entretanto, tecerei alguns comentários sobre essa confirmação de que ele seguirá em Enstone no próximo mundial e o que poderemos esperar dele na próxima temporada.

Rápido, mas inconstante


Em 2012, Grosjean mostrou na F1 duas características que vejo nele desde os tempos de GP2, categoria da qual ele foi campeão em 2011 e onde o vi correr pela primeira vez. Ao mesmo tempo em que o franco-suíço é um piloto extremamente rápido, ele é inconstante.
Grosjean foi presença constante nos Q3 ao longo do ano, terminando, inclusive, mais vezes a frente de seu companheiro, Kimi Räikkönen, em treinos classificatórios. E foi com esses atributos que ele conseguiu bons resultados, se analisarmos tudo o que ele fez no ano. Em algumas oportunidades, Romain teve um bom ritmo de corrida. 

Das 11 que completou, em 9 esteve na zona de pontuação, com três pódios. Nada mal para alguém que fez sua primeira temporada completa na F1, terminando o mundial em oitavo lugar. Não há discussão quanto a velocidade de Grosjean. Ele provou que a tem de sobra

Por outro lado, ao mesmo tempo em que se mostrava veloz, Grosjean apresentava outra faceta, que quase lhe custou a permanência na Lotus e que pode lhe trazer problemas no futuro, caso não a controle. Falo de sua inconsequência em determinados momentos, especialmente nos inícios de provas.

Foram vários os acidentes provocados pelo jovem piloto durante as voltas iniciais de um GP. Nos Grandes Prêmios da Austrália, Malásia, Mônaco, Alemanha, Bélgica, Japão, Abu Dhabi e Brasil, lá estava o franco-suíço envolvido em alguma confusão. Aliás, essa insistência acabou lhe rendendo a suspensão de uma corrida, após o salseiro que causou na largada do GP da Bélgica. 

Faltou-lhe um maior tato com relação a dosar a velocidade e o impeto. Isso se explica, em partes, por ele ser um novato também. Romain não é o primeiro nem o último a ter esse tipo de problemas. Mas sabemos o quão prejudicial esse tipo de comportamento pode ser para o futuro de sua carreira.

Uma imagem que gruda


Com o elevado número de acidentes no ano, Grosjean acabou marcado. Sempre que falamos no franco-suíço, a primeira lembrança que nos vem à cabeça é de algum acidente em que ele esteve envolvido. Até mesmo os adversários criaram apelidos para ele, como "Maníaco da Primeira Volta". E essa é uma imagem que gruda, sendo difícil de descolar dele. 
Até por isso, houve essa dúvida na Lotus em renovar ou não com ele. Estivessem tão certos de que ele é um grande piloto, o teriam confirmado antes, junto com Kimi, por exemplo.

Porém, não foi isso o que aconteceu. O pessoal da Lotus preferiu esperar um pouco para ver quais opções tinham por aí, antes de optarem por manter o pupilo de Eric Boullier no time. Sem estarem convictos de contratar outra piloto, acabaram dando mais uma chance a ele.

É bom lembrar também que Grosjean conta com o bom apoio da petrolífera Total, uma das principais patrocinadoras da Lotus. Certamente, ter um piloto com esse aporte financeiro dentro da equipe foi um fator de peso para a decisão.

A procura pelo equilíbrio e por uma nova imagem em 2013


Como boa parte dos pilotos que chegam à F1, Romain se mostrou inconstante, o que é completamente normal para um novato. Ao mesmo tempo em que esbarrava em outros pilotos por aí, ele mostrava velocidade em alguns momentos. A questão agora é: será que ele irá evoluir ao ponto de encontrar um equilíbrio maior em 2013?
Bem, na teoria, é exatamente o que ele terá de tentar. Com uma temporada completa nas costas, as desculpas para novos erros vão acabando. Os pilotos têm de amadurecer de maneira rápida, pois não há muitas chances na categoria. Quem as tiver, tem de saber aproveitar.

Talvez essa seja a última chance de Grosjean na F1. Se aprender a dosar bem sua velocidade com sua agressividade, ele poderá ter um ano muito melhor em 2013, se desprendendo aos poucos da má imagem que criou, conquistando resultados sólidos. Capacidade para tal, ele parece ter. Vamos ver se aguenta a pressão, que crescerá a partir de agora. 

Fotos: GPUpdate.net
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