Massa, Williams e os próximos três anos

Felipe Massa e a Williams, enfim, fizeram hoje o anuncio de que ambos estarão juntos a partir de 2014. As noticias que já circulavam por aí há cerca de três semanas (adiantadas no site Grande Prêmio) com algumas pistas que iam surgindo, davam conta de que Felipe já tinha assinado um contrato e que todos só estavam esperando mesmo para anunciar o acordo. O vinculo terá dois anos de duração com a opção de renovação por mais um. Mas isso não muda muita coisa. Esse novo "casamento" representa algumas coisas para todas as partes. 

Para Massa, a chegada na Williams se configura em uma nova chance de tentar se reinventar na categoria após oito temporadas na Ferrari. Em Maranello, o brasileiro até teve o status de primeiro piloto, quando levou a disputa do título de 2008 a última prova. Mas nunca me pareceu uma unanimidade entre a cúpula italiana. E isso piorou após seu acidente no GP da Hungria de 2009 e com a chegada de Fernando Alonso, na sequencia. O espanhol monopolizou a equipe e 'destruiu' o brasileiro. Lá dentro já não tinha chances.

Agora em Grove, Massa será, indiscutivelmente, o piloto #1 da equipe. Talvez não seja o melhor local para se pensar em poles, pódios e vitórias, mas certamente não é o pior lugar para se estar. No tradicional time inglês, o brasileiro poderá ter alguns estímulos a mais, como a missão de reconduzi-lo a uma caminhada rumo ao grupo dos grandes. Um objetivo bastante similar ao seu e que mostraria que ainda tem muita lenha pra queimar e que pode prosseguir na categoria apresentando um bom nível. E sem tanta pressão.
A partir de 2014 Felipe Massa ganhará uma nova chance de reconstruir sua carreira dentro da F1
Para a Williams, a chegada do brasileiro é um bom reforço. Felipe é um piloto que tem vivência na F1 - está na categoria desde 2002 - e que pode ter um papel importante no quesito desenvolvimento do bólido de 2014. Com as novas regras que entram em vigor na próxima temporada mais a troca de fornecedora de motores em Grove (sai a Renault, entra a Mercedes), a experiência de Massa pode ajudar dentro da escuderia. Não que ele vá, sozinho, apontar o caminho que fará da Williams uma equipe forte novamente. Mas certamente é alguém pode contribuirá no trabalho por isso. É uma aposta de segurança.

Outro fator positivo dessa continuidade de Massa na F1 é que o Brasil não deixará de ter um piloto no grid, pelo menos. É um ponto positivo porque, querendo ou não, para que a F1 tenha o espaço que ainda possui no Brasil, é necessário que haja um representante no grid. E ainda mais em um time que tem ligações fortes com o país. Felipe será o quinto piloto do país a guiar uma Williams. Na lista, ainda estão Nelson Piquet, único que teve sucesso no time sendo campeão em 1987, Ayrton Senna, que fez apenas três provas pelo time - e todos sabemos o que aconteceu, infelizmente - Rubens Barrichello e Bruno Senna, os dois últimos em 2011 e 2012, respectivamente.

2014 será um ano de recomeço para Felipe Massa na F1 com essa mudança para a Williams que vejo como benéfica. Vamos ver o que ele tem a oferecer ainda na categoria.

Ps: Massa não será o quinto e sim o sexto piloto brasileiro a correr pela Williams. Esqueci de Antonio Pizzonia, que fez corridas em 2004 e 2005 pela equipe de Grove.

Despedida


Apesar de estar saindo da Ferrari, Felipe Massa recebeu ontem a prova de que é muito querido pelos italianos. A escuderia organizou uma despedida para ele em Mugello onde o piloto teve a oportunidade de guiar o F2008, carro com o qual quase foi campeão mundial. E foi um evento bem à italiana mesmo, bem emotivo, com o público aplaudindo bastante o brasileiro. No vídeo abaixo, pode se ter um pouco da dimensão do que foi a festa. Massa ainda ganhou um troféu de presente pelos serviços prestados à equipe.



Foto: GPUpdate.net
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