
Dario teve uma carreira peculiar, se tomarmos por base sua naturalidade escocesa. O normal seria que ele, por ser europeu, tentasse chegar à F1 participando das categorias de base em seu continente, coisa que fez até 1994, quando foi o quarto colocado naquele campeonato que teve Jan Magnussen campeão, com o recorde de 14 vitórias em 18 corridas. Franchitti venceu a primeira prova daquele campeonato. Daí então, foram dois anos em carros de turismo na Alemanha antes do escocês chegar à Hogan, à CART e aos EUA, que naquela época era uma opção cada vez mais interessante para quem desejava correr em uma categoria top de monopostos.
Franchitti precisou de apenas um ano para chamar a atenção e ser contratado pelo Team Green, em 1998. Lá, permaneceu por cinco temporadas, sendo vice-campeão em 1999, quando perdeu a taça para Juan Pablo Montoya ao empatar no número de pontos e ficar em desvantagem por conta do número de vitórias (sete do colombiano contra três do escocês). Dario não chegou à glória na CART, mas teve seus bons momentos na categoria.
Contudo, foi só ao se mudar junto com sua equipe, que passaria a se chamar Andretti Green depois de ser adquirida parcialmente por Michael Andretti, para a IndyCar Series que sua sorte também mudou. As coisas não aconteceram de maneira instantânea para ele. Antes de atingir o ápice, ele passou por maus resultados e por grandes sustos. Mas chegou ao topo em 2007, ganhando o título de maneira incontestável em seu último ano pela escuderia. Com a taça, Franchitti resolveu mudar de ares e foi para a Ganassi, mas para correr na Nascar em 2008, categoria a qual não se adaptou. Assim, resolveu voltar aos monopostos na Indy, ainda com a Ganassi. E foi dominante. Entre 2009 e 2011, foram três títulos do 'escocês voador'. Conquistas irrefutáveis de alguém que estava no auge.
![]() |
Dario Franchitti resolveu deixar as pistas e não estará no grid da Indy em 2014 com o carro #10 da Ganassi |
Além do tetracampeonato da Indy, Dario também foi tricampeão das 500 milhas de Indianapolis, vencendo as edições de 2007, 2010 e 2012 da prova mais tradicional do automobilismo. Outro grande feito de sua brilhante carreira.
É verdade que os dois últimos anos não foram tão favoráveis à Franchitti. Ele não teve um 2012 muito bom e ficou apenas em sétimo na classificação geral. Neste ano, as coisas foram ainda piores, com o escocês terminando o campeonato em décimo e sem vencer uma prova sequer - disputando a temporada completa, coisa que só tinha acontecido em 2006 (em 2002 ele só correu as 500 milhas de Indianapolis e em 2003 perdeu quase toda a temporada com um problema nas costas) e tendo de encerrar sua carreira depois daquele grave acidente. Mas isso não interfere em nada no que fez.
O que dever ser difícil para ele é ter de terminar a carreira assim. Por mais que o escocês já tenha uma carreira mais do que consolidada e vitoriosa no automobilismo, que não precisasse provar nada, que já tenha ganho o que tinha para ganhar e trilhado um caminho que muitos pilotos gostariam de ter seguido, é um duro baque se aposentar por não ter mais condições físicas, por ter sido aconselhado pelos médicos a largar o que ama. Mesmo achando que ele ainda tinha lenha para queimar, que ele poderia ser competitivo na Indy, não há condições clínicas para que ele siga a carreia, ao que parece.
É uma pena que Franchitti esteja deixando a Indy dessa maneira, após um acidente destas proporções. Ele é um piloto que, certamente, fará falta ao grid. Porém, deverá manter o contato com a categoria e com a Ganassi. Pode se tornar um bom consultor e passar suas experiências para outros pilotos. Que ele tenha sucesso no que for fazer.
Foto: CNN.com
0 comentários:
Postar um comentário