Sergio Perez e sua saída da McLaren

E Sergio Perez é mais um piloto na lista de desempregados da F1. O mexicano se antecipou à McLaren e, por meio de sua conta oficial no twitter,divulgou uma carta explicando que não continuaria na equipe para a próxima temporada. Uma decisão que não causa surpresa, dados os rumores surgidos nas últimas semanas e de algumas dicas que foram aparecendo pelo caminho. E que também pode ser considerada justa.

Creio que para entender a situação de Checo Perez na McLaren, precisamos separar duas coisas, que são os potenciais dele dentro da pista e fora dela, por conta dos recursos que poderia agregar à escuderia de Woking.

Como piloto, sua contratação foi uma aposta. Em 2012, ele apresentou bons resultados guiando a Sauber. Isso é inegável. Foram três pódios (dois segundos e um terceiro lugares) e 66 pontos para a conta do time suíço, que ajudaram a equipe terminar o mundial no sexto lugar e o levaram ao 10º posto no mundial de pilotos. Suas performances não foram tão regulares, mas os resultados expressivos chamaram a atenção de muita gente, tanto que ele começou a ser cogitado para assumir a vaga de Felipe Massa na Ferrari, uma vez que fazia parte do programa de jovens pilotos dos italianos.

A chance em Maranello nunca chegou, mas pintou a McLaren em seu caminho que, além de ter perdido Lewis Hamilton, perderia também seu principal patrocinador e parceiro de alguns anos, a Vodafone. Com um só movimento, então, a equipe poderia juntar à equipe um jovem promissor e a quantia em dinheiro que ele poderia trazer, via patrocínio da Telmex, outra gigante, assim como a Vodafone, do setor de telefonia, devem ter pensado os ingleses. É aí que entra a parte de fora das pistas.

Sim, Perez até fez por onde para merecer a chance que teve na McLaren.. Chamou mesmo a atenção, muita gente acreditava que ele poderia ser um piloto que despontaria para o futuro. Mas duvido que sua contratação também não tenha sido atrelada ao fator financeiro. Não acho que foi uma questão apenas de 'talento' do mexicano.

Já na McLaren, Checo não correspondeu às expectativas e logo começou a ser alvo de criticas. Após três etapas ele já estava sentindo a pressão do que é correr por um time grande sem entregar resultados satisfatórios, o que rendeu esta análise aqui. Ele chegou a ter alguns pequenos lampejos e fez alguns pontos, mas sua inconstância não o deixou. Tanto que, até o GP da Índia ele sequer tinha feito metade dos pontos que seu companheiro, Jenson Button, havia marcado. Na corrida que sacramentou o tetra de Sebastian Vettel, Sergio foi o quinto, sua melhor posição no ano. Mas aí, o estrago estava feito.

Quanto a parte de recursos, essa poderia manter Perez na McLaren, mesmo com ele não apresentando resultados neste ano. Entretanto, parece que o time e a Telmex não chegaram a um acordo. O anuncio em que faria a apresentação de seu novo patrocinador, previamente marcado para o início de dezembro, foi postergado para janeiro, o que indica que a escuderia ainda busca um parceiro - que dizem, pode ser a Gillette. Sem a Telmex, não havia porque mante-lo.
Sergio Perez comunicou hoje que não fica na McLaren em 2014 por meio de sua conta oficial no twitter
Perez demonstrou ainda um certo ressentimento com o time em uma entrevista que caiu na rede ontem, onde dizia que havia faltado humildade à McLaren em 2013. Certamente já tinha ideia de seu destino. Um erro de sua parte e que pode contribuir para uma imagem maior de piloto mimado que ele já possui.

Agora, cada um vai seguir seu caminho. Perez, se continuar apoiado por Carlos Slim, deverá encontrar vaga em algum time que precise de aporte financeiro. Lotus, Sauber e Force India ainda não definiram seus pilotos e estão nessa situação. Quem sabe, se apresentar bons resultados, sendo mais constante e amadurecendo dentro e fora das pistas, ele não volte a um time de ponta. Não o acho nenhum fora de série, mas também não o considero um mau piloto. Acho que ele tem certo potencial.

Já a McLaren ganha mais um probleminha. Além do desenvolvimento do MP4-29, da busca por um patrocínio e do último ano de contrato com a Mercedes, o pessoal de Woking precisará correr atrás de um piloto. No mercado, existem alguns nomes. O melhor deles, pra mim, é o de Nico Hulkenberg. No entanto, a equipe pode pender para uma solução mais caseira, promovendo o jovem Kevin Magnussen ao status de titular. Martin Whitmarsh já estava querendo coloca-lo na categoria neste ano, por um time menor. Agora tem a chance de dar-lhe uma oportunidade, apesar de sua juventude.

É a silly season da F1 pegando fogo!

Fotos: Twitter Oficial de Sergio Perez e NextGen-Auto.com
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