Mercedes precisa impor limites a pilotos

E as coisas vão ficando quentes – De um lado Lewis Hamilton. Do outro Nico Rosberg. E no meio do furacão causado pelos dois postulantes ao título de 2014 da F1, está a Mercedes, completamente perdida no que tange ao fato de gerenciar o atual clima bélico que toma conta dos dois pilotos após mais um capítulo escrito no GP da Bélgica.

O toque de Rosberg em Hamilton que culminou com o furo do pneu traseiro esquerdo do W05 do piloto inglês, e que lhe tirou qualquer chance de pontuar em Spa-Francorchamps enquanto via o alemão terminar em segundo, foi apenas mais um episódio da rixa crescente entre os dois que começou, ainda que pequena, na terceira prova do ano, o GP do Bahrein, vencido por Lewis e que teve Nico em segundo. 

Naquela oportunidade, Nico deu uma pequena reclamada sobre a forma com a qual Lewis se defendeu em uma tentativa especifica do alemão em superar o rival. Não foi nada demais na época, tanto que ambos se elogiaram e comemoraram o fato de terem tido uma disputa tão intensa. Mas foi a partir daquele ponto que deu pra perceber que a cordialidade entre ambos poderia acabar a qualquer momento, caso a disputa se acirrasse. E tudo desandou três corridas depois, em Mônaco, quando o alemão ficou com a pole após um erro seu causar uma bandeira amarela e impedir que os rivais tentassem batê-lo e se intensificou no GP da Hungria, quando Hamilton ‘desobedeceu’ ordens da equipe que pedia para que ele deixasse Rosberg passar para que a estratégia do alemão tivesse mais efeito.
Todos esses fatos contribuem para o atual estágio em que essa disputa se encontra. Só que essa batalha já está passando de alguns limites aceitáveis para dois pilotos que lutam por um título e para a equipe, que vai perdendo muito mais do que pontos no mundial, por mais que o incidente tenha parecido apenas um toque de corrida que vira e mexe acontece, seja na luta pela vitória ou em uma disputa pelo 20º lugar.

A Mercedes precisa tomar as rédeas da situação para que não se prejudique. É fato que os dois pilotos poderiam ter evitado esse incidente. Nico poderia ter recolhido e tentado ultrapassar Hamilton em outro ponto, ou na volta seguinte. Lewis, por outro lado, poderia não ter espalhado tanto o carro, mesmo estando em sua tangência defensiva, pois dificilmente perderia a posição ali. Mas nenhum deles cedeu, preferindo irem para o “seja o que Deus quiser”, o que passa a impressão de que ambos querem marcar território, mostrar quem manda no pedaço.

Só que a equipe precisa esclarecer que quem manda é ela, que ambos não são maiores do que a Mercedes e que os dois pilotos são empregados da escuderia e, portanto, não podem sair por aí arriscando jogar todo o trabalho de um grupo por água abaixo. É preciso haver respeito, se não de um para com outro, pelo menos com toda o pessoal que trabalha no time.

Se a cúpula formada por Toto Wolff, Niki Lauda e Paddy Lowe não se impor, se não for dura com seus pupilos, deixando claro que há limites para as disputas, novos episódios como o de Spa poderão acontecer e as consequências para o futuro do time poderão ser bem ruins, talvez não para esse campeonato, mas para os próximos. Ou quem sabe nem isso, já que uma cisão com uma das partes não pode ser desconsiderada, afinal, é muito mais difícil se trabalhar em um lugar onde o clima, o ambiente não é bom e que pode se deteriorar ainda mais. Quanto mais demorar para que essa definição ocorra, pior será.

Foto: GPUpdate.net
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