Tem vaga aí? - Nas últimas semanas, Eric Boullier, diretor de corridas da McLaren, revelou que a equipe irá sim prestar muita atenção no mercado de pilotos a fim de definir sua dupla para a(s) próxima(s) temporada(s). Um claro recado aos atuais pilotos dos carros #20, Kevin Magnussen, e #22, Jenson Button, de que ninguém tem lugar garantido, e também para todo mundo do grid, de que poderá haver vagas disponíveis.
E é baseado nisso que este post vai ao ar. Tentei dar uma rápida analisada nas opções que a turma de Woking terá, baseado no que procuram para os próximos anos e no que saiu de rumores por aí. Vamos lá.
A manutenção de Button, Magnussen ou de ambos
Essa pode parecer a resolução mais simples para essa situação. Apesar de não estarem fazendo uma temporada primorosa, tanto Jenson Button quanto Kevin Magnussen parecem ter motivos para permanecerem na McLaren no próximo mundial.
Se o time de Woking optar por manter apenas um de seus atuais pilotos para 2015, o que se tivesse que palpitar, diria que, de fato, acontecerá, cada um vai ter que se virar, com seus argumentos e resultados dentro de pista, para tentar convencer a cúpula inglesa de que merece ficar. No caso de Button, seus maiores trunfos são a experiência e a regularidade. É bom lembrar que em 2015, a McLaren voltará a ter a Honda como parceira. E para o início de trabalho com os nipônicos, isso talvez possa contar como ponto positivo em favor do campeão de 2009.
Além disso, Jenson já trabalhou com a Honda, em seus tempos de BAR e depois correndo pela equipe da própria fábrica japonesa. E apesar dos resultados não terem sido muito bons, especialmente com o time que levava o nome da montadora, o britânico ficou bastante tempo trabalhando com o pessoal da marca e conquistou sua primeira vitória na F1 sendo empurrado por um motor Honda. Já tem certos laços com os japoneses.
Já o caso de Magnussen é o oposto do companheiro. O dinamarquês é ainda uma aposta, podendo oferecer ao time inglês potencial para ser um piloto melhor no futuro, um projeto a médio prazo. Para um piloto que está em sua temporada de estreia, Kevin não faz feio. Estreou com pódio na Austrália e tem conseguido um desempenho equilibrado contra o experiente companheiro nas classificações. Nas corridas, porém, o filho de Jan Magnussen não consegue se equiparar a Button, tendo terminado apenas duas vezes à frente do piloto do carro #22 (mesmo tendo conquistado o melhor resultado do time no ano).
Como argumento para isso, serve o fato do campeão da World Series ser ainda um novato, de estar aprendendo. Por isso o vemos errando e se envolvendo em incidentes com certa constância. É algo que faz parte. Kevin também parece ter a benção de Ron Dennis, que voltou a mandar na escuderia, de quem já recebeu elogios, ao contrário de Button, que já foi criticado pelo chefe.
Acho que neste momento, pela fase de transição que vive, a McLaren vá procurar pelo menos um novo piloto e só manterá a atual dupla se não conseguir atrair algum piloto que queira. E entre Button e Magnussen, acho que o novato, por ainda ser uma aposta, deve levar vantagem em uma possível escolha entre ambos.
A contratação de um piloto “TOP”
Poder contar com um Fernando Alonso (outra vez), um Lewis Hamilton (novamente) ou de um Sebastian Vettel seria o sonho do pessoal de Woking. Os três são campeões do mundo, possuem mentalidades vencedoras e imagino que poderiam agregar muito ao novo projeto da equipe, tanto no trabalho com o pessoal da Honda quanto nos quesitos resultados e exposição da marca. Fora que esses três ainda possuem um bom tempo de estrada a percorrer, especialmente Hamilton e Vettel. Só que há um problema: nenhum deles está disponível. Não facilmente, pelo menos.
Cada parte desse trio tem contrato vigente com suas atuais escuderias (Ferrari, Mercedes e Red Bull) e não viriam por qualquer mixaria. Ou seja, além de bancar multas, a McLaren precisaria também desembolsar altos valores para contar com os serviços de qualquer um deles, fatores que só complicam a situação.
Sem contar que é difícil imaginar qualquer um deles saindo de suas atuais equipes. Talvez Fernando Alonso, que já disse ter o desejo de se aposentar na Ferrari, mas que está desesperado por mais um campeonato, seja o mais “viável”. Hamilton e Vettel têm contratos com seus times e, apesar de surgirem noticiais aqui e ali que estariam descontentes com algumas coisas, devem seguir onde estão.
Contar com um destes campeões é bastante difícil e improvável.
Kimi Raikkönen
Não coloquei Kimi Raikkönen acima não por ele não ser um piloto top. Ele é. Mas para falar do finlandês, acho plausível um tópico à parte. Não é segredo para ninguém que o campeão mundial de 2007, que já pilotou pela McLaren entre 2002 e 2006, vive um momento muito instável na Ferrari, equipe onde se sagrou campeão do mundo e para onde voltou nesta temporada. O desempenho muito abaixo do apresentado por seu companheiro, Fernando Alonso, e pelo próprio Kimi em outros momentos e equipes, já levanta algumas duvidas – mesmo que nada sérias – sobre sua continuidade em Maranello. E por isso, o finlandês poderia ser um piloto a se considerar.
Como disse, Raikkönen é um piloto top. E mostrou isso tanto em sua primeira passagem pela F1, quanto nos dois últimos anos na Lotus, em sua segunda passagem pela categoria. Portanto, dispensam-se mais apresentações sobre seu currículo. Além disso, é um cara que poderia acrescentar bastante nessa parceria entre a equipe britânica e a Honda, devido sua experiência de mais de dez temporadas nas costas, e de sua regularidade. É um piloto que, assim como os outros tops, tem essa mentalidade vencedora (apesar de ele ter um estilo totalmente diferente) que iria agregar bastante. Além disso, ele poderia trabalhar novamente não apenas com o pessoal de Woking, mas também com Eric Boullier, atual chefe da escuderia inglesa e ex-chefe de equipe de Raikkönen na Lotus. Certamente o francês é alguém que sabe lidar com o campeão.
Por outro lado, sua contratação não seria simples, pois ele tem mais um ano de contrato com a Ferrari, ganhando cifras astronômicas. Para tê-lo, a McLaren teria de pagar uma multa grande para a escuderia italiana, que não liberaria assim um piloto do calibre de Kimi para uma rival, além de bancar o salário do piloto nórdico. Caso semelhante ao que teria de fazer se quisesse contar com Alonso, Hamilton ou Vettel. E esse é um complicador e tanto.
Outro ponto é saber por quanto tempo Kimi quer seguir na F1, uma vez que como afirmou Boullier, o plano da McLaren é construir algo para o longo prazo. Se ele estiver comprometido com mais uns três anos na categoria, pode ser uma boa opção.
Uma opção por Raikkönen parece ser muito difícil para a McLaren. Mas pode ser a mais viável entre os tops, dependendo do que acontecer no restante de 2014.
Valtteri Bottas
Um nome que foi bastante ventilado nos últimos tempos é o de outro finlandês, Valtteri Bottas, que vem tendo uma bela temporada com a Williams. O jovem Bottas é o quinto colocado no mundial, já soma três pódios e vai batendo o tarimbado companheiro Felipe Massa, tanto nas classificações quanto nas corridas. É um dos pilotos que vai chamando a atenção neste ano. E claro, também pode estar no radar da McLaren.
Uma contratação de Bottas não deixaria de ser uma aposta do time inglês, uma vez que ele ainda está em sua segunda temporada completa na F1. Mas apesar da pouca experiência, sua velocidade, regularidade e arrojo confirmam os elogios dados a ele por muita gente. O talento do finlandês é visível.
Ele também é apadrinhado pelo conterrâneo Mika Hakkinen, bicampeão pela McLaren, fato que pode ser um ‘facilitador’ em uma possível futura negociação.
Por outro lado, a pouca experiência pode ser um obstáculo caso a McLaren queira resultados logo. Por mais que digam que querem formar uma dupla para o longo prazo, colocar Bottas e Magnussen, por exemplo, para liderarem a equipe pode prejudicar a carreira de ambos, caso os resultados não cheguem. Afinal, ninguém entra na categoria para se divertir. Todos querem vencer. Aliás, outro ponto que pode dificultar uma chegada de Valtteri seria o próprio Magnussen, que é a aposta do time para o futuro. Faria então mais sentido um duo Button-Bottas ou a contratação de um outro piloto mais rodado.
Bottas seria sim uma boa opção a médio prazo, com uma viabilidade interessante. Mas a McLaren precisa ponderar algumas coisas para fazer tal aposta.
Nico Hulkenberg
“Deem um carro decente pra esse cara!”. Isso é o que tenho pregado sempre. Talvez não haja piloto no atual grid que mereça mais uma chance em um carro competitivo do que o alemão Nico Hulkenberg. E não é de hoje. Desde sua época de Williams, Hulk mostra que é um dos mais talentosos de sua geração. Contudo, ele ainda não recebeu as chances certas para brilhar.
O alemão é um daqueles pilotos que se destaca muito mesmo com carros medianos. É só ver o que conseguiu em suas duas temporadas pela Force India e no mundial que correu pela Sauber. Sempre bastante competitivo, o campeão de 2009 da GP2 mostra velocidade e consistência. Em 2014, por exemplo, pontuou em 10 das 11 corridas. Tanto que ocupa o sétimo lugar no mundial, superando vários pilotos de renome e seu companheiro Sergio Perez, que já passou pela McLaren. Fora isso, ele vem acumulando cada vez mais experiência, para contribuir com o time e lidar com a pressão, e refinando sua tocada.
Sempre que se inicia a silly season, o nome de Hulk sempre pipoca entre as grandes equipes. No ano passado, esteve envolvido em rumores sobre idas para a Ferrari, McLaren e até Red Bull. Mas nenhuma delas se concretizou. Aliás, na escuderia de Woking, teriam dito que não o contrataram por conta de sua altura e peso, fator que poderia prejudicar no equilíbrio de peso do carro. Bem, ele está aí provando na Force India que isso era balela.
Claro que uma contratação de Hulkenberg também seria uma aposta. Ele pode muito bem chegar a uma equipe grande e não conseguir repetir as boas performances. Assim como ele pode explodir de vez e se revelar um campeão. Mas por tudo o que já apresentou, acho que é um risco que valeria a pena ser corrido. Entre todos os nomes do grid, acho que o do alemão seria uma das melhores apostas para 2015.
Romain Grosjean
Outro nome, bem menos cotado e glamoroso, mas que poderia aparecer em uma lista da McLaren é o do franco-suíço Romain Grosjean. Em uma temporada complicada com o fraco carro da Lotus, Grosjean não tem aparecido tanto como nos últimos dois anos, primeiro pela loucura e confusões que arrumava na pista, e depois por começar a apresentar uma performance digníssima de elogios.
O franco-suíço é um piloto que amadureceu bastante nos últimos tempos e que tem velocidade e arrojo suficientes para fazer boas apresentações. E que talvez esteja pronto para um passo maior na categoria. Gostei bastante da segunda metade de seu campeonato em 2013, dando provas de sua melhora e fazendo jus aos elogios que havia recebido outrora.
Grosjean também conta com a simpatia de Eric Boullier, que foi seu chefe na Lotus. Não sei se o francês conseguiria bancar a contratação de seu meio compatriota, mas se pintar uma vaguinha, a ajuda poderia vir.
Porém, o histórico de lambanças e a falta de competitividade da Lotus podem atrapalhar, uma vez que isso impede uma avaliação melhor sobre a evolução de Romain em 2014.
Acho mesmo bem complicado que o campeão da GP2 em 2011 chegue à Woking.
Fotos> GPUpdate.net
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