Recorde de precocidade - Dezesseis anos. Essa é a atual idade do mais jovem piloto da história da F1, o holandês Max Verstappen, filho de Jos Verstappen, que atualmente corre na F3 Europeia e que em 2015, aos 17, fará sua estreia como titular da Toro Rosso no circo comandado pelo tio Bernie. Sim, você leu direito. Um garoto de 17 anos, que se fosse brasileiro não poderia sair de carro para passear com a namorada, e que não poderá tomar um gole de champanhe caso vá ao pódio, será TITULAR na F1 em 2015.
Não posso falar muito sobre o talento do jovem holandês, uma vez que vi apenas duas ou três de 27 corridas da F3 Europeia neste ano. Ainda assim, vejo que muitos especialistas são só elogios a Max, considerando o filho de Jos um fenômeno das pistas. E deve ser mesmo, pois o garoto foi alvo de disputa entre Red Bull e Mercedes. Melhor para a fábrica de energéticos, que pôde atrai-lo com uma vaga de titular já no próximo campeonato em seu time B. Uma proposta irrecusável.
Mesmo assim, ainda é meio que chocante saber que um adolescente, por mais talentoso que seja, vai estar entre os titulares de 2015. É algo que traz certo receio. E digo isso pensando no longo prazo, na carreira de um piloto que parece ser bastante promissor, mas que pode estar queimando algumas etapas que seriam importantes para seu amadurecimento e para o desenvolvimento de seu potencial.
A trajetória de Max no automobilismo ainda é muito curta, tem cerca de dez anos, já que ele começou no kart, aos sete. E apesar de ter conquistado títulos como kartista, sua experiência com monopostos é limitadíssima. Até aqui, ele fez 27 corridas na F3 Europeia (serão 33 ao fim da temporada), tendo pulado categorias menores. Max participou de alguns testes na F-Renault, onde superou pilotos mais experientes, venceu o Masters of F3 e participou da Florida Winter Series, um campeonato organizado pela Academia da Ferrari, no início deste ano. Terá menos de 50 corridas e um ano de experiência com monopostos quando chegar a Melbourne para a etapa de abertura da F1 em 2015. E mesmo mostrando ótimos resultados, como as oito vitórias (sendo seis seguidas), 13 pódios e cinco poles, além da vice liderança da F3, acho inevitável que não surja essa pergunta: não é muito cedo para que ele possa ter tal oportunidade?
Sim, já vimos outros casos parecidos dentro da F1. Casos de sucesso inclusive, como o de Kimi Raikkönen, que em 2001 estreou pela Sauber vindo diretamente da F-Renault. Apesar de alguns terem torcido o nariz para o finlandês na época, ele provou seu talento com bons resultados. Tanto que em 2002, Kimi já guiava pela McLaren e no ano seguinte já brigava pelo título. Mais recentemente, a Toro Rosso fez o mesmo, com Jaime Alguersuari, atual detentor do recorde de estreia mais precoce da F1, aos 19 anos e 125 dias (e que será superado por Max) e neste ano com Daniil Kvyat, que pulou da GP3 para a F1. O espanhol, é verdade, não teve muito sucesso na categoria. Mas o russo vai se mostrando um piloto de muito talento. Ou seja, não há nada que impeça Max de trilhar também um caminho de sucesso, pois ele parece ser dotado de talento suficiente para isso.
No entanto, sua falta de experiência pode ser um complicador nesta nova empreitada. Todos os pilotos citados acima, por exemplo, tinham mais experiência, mais vivência automobilística quando estrearam na F1 do que o filho de Jos terá quando alinhar em Albert Park. E em um ambiente tão competitivo como a F1, onde os pilotos precisam mostrar resultados pra ontem, isso pode fazer diferença. A menos que Verstappen seja tratado de uma forma diferenciada, como um projeto para o futuro, tendo tempo para se adaptar, aprender e se desenvolver sem muita pressão, esse grande passo que ele está dando pode ter consequências ruins para sua carreira, apesar de ele ainda ser muito jovem. Não são muitos os pilotos que conseguem ter uma segunda chance na categoria.
E pensando no forte programa para jovens pilotos que a Red Bull tem, fica difícil imaginar que ele não precisará mostrar resultados brevemente, o que já traz pressão e aumenta as possibilidades de que mais um piloto promissor seja queimado. Afinal, há um fila de pilotos, a qual Max furou, esperando por uma chance, sem contar que a própria Toro Rosso tem um histórico de fritar seus pupilos. Aconteceu com Alguersuari, Sebastien Buemi e agora com Jean-Eric Vergne, que já deve estar em busca de emprego, pois será ele quem cederá seu lugar para o adolescente holandês.
Por outro lado, se ele tem confiança em seu talento e está recebendo o apoio suficiente para dar esse passo, talvez ele precisasse realmente se arriscar dessa forma, afinal, voltando a falar do forte programa para jovens pilotos da Red Bull, se não assumisse esse risco, ele poderia estar perdendo uma chance de entrar na principal categoria do automobilismo mundial, enregando de bandeja uma chance a um possível rival pela vaga, o que poderia complicar e postergar uma entrada futura na F1. Desse ponto de vista, é compreensível a decisão, mesmo que ainda pareça afobada.
É complicado fazer qualquer tipo de previsão sobre como será a carreira de Max Verstappen na F1, ainda mais muito antes de sua estreia na categoria. Mas um coisa é certa: o holandês será, sem a menor sombra de dúvida, uma das grandes atrações da F1 em 2015.
Fotos: GPUpdate.net
Não posso falar muito sobre o talento do jovem holandês, uma vez que vi apenas duas ou três de 27 corridas da F3 Europeia neste ano. Ainda assim, vejo que muitos especialistas são só elogios a Max, considerando o filho de Jos um fenômeno das pistas. E deve ser mesmo, pois o garoto foi alvo de disputa entre Red Bull e Mercedes. Melhor para a fábrica de energéticos, que pôde atrai-lo com uma vaga de titular já no próximo campeonato em seu time B. Uma proposta irrecusável.
Mesmo assim, ainda é meio que chocante saber que um adolescente, por mais talentoso que seja, vai estar entre os titulares de 2015. É algo que traz certo receio. E digo isso pensando no longo prazo, na carreira de um piloto que parece ser bastante promissor, mas que pode estar queimando algumas etapas que seriam importantes para seu amadurecimento e para o desenvolvimento de seu potencial.
No entanto, sua falta de experiência pode ser um complicador nesta nova empreitada. Todos os pilotos citados acima, por exemplo, tinham mais experiência, mais vivência automobilística quando estrearam na F1 do que o filho de Jos terá quando alinhar em Albert Park. E em um ambiente tão competitivo como a F1, onde os pilotos precisam mostrar resultados pra ontem, isso pode fazer diferença. A menos que Verstappen seja tratado de uma forma diferenciada, como um projeto para o futuro, tendo tempo para se adaptar, aprender e se desenvolver sem muita pressão, esse grande passo que ele está dando pode ter consequências ruins para sua carreira, apesar de ele ainda ser muito jovem. Não são muitos os pilotos que conseguem ter uma segunda chance na categoria.
É complicado fazer qualquer tipo de previsão sobre como será a carreira de Max Verstappen na F1, ainda mais muito antes de sua estreia na categoria. Mas um coisa é certa: o holandês será, sem a menor sombra de dúvida, uma das grandes atrações da F1 em 2015.
Fotos: GPUpdate.net
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