Hoje, Luiz Razia participou de uma sessão de testes para
jovens pilotos da F1, no circuito francês de Magny-Cours, pilotando pela Force Índia.
Participaram também desta sessão, mais dois pilotos: Jules Bianchi, guiando uma
Ferrari, e Sam Bird, dirigindo uma Mercedes. Uma chance e tanto para estes
pilotos, em especial para o baiano de Barreiras.
Vice líder da atual temporada da GP2, Razia tem uma missão
muito difícil daqui duas semanas em Marina Bay, Cingapura: tirar 25 pontos da
desvantagem que tem para o italiano Davide Valsecchi, novo líder do certame
superando o próprio brasileiro, na última rodada dupla da categoria e garantir
assim o título da temporada. Título esse que, provavelmente, é um passaporte
direto para a F1.
Como todos sabem, desde que foi criada, em 2005, a GP2 leva à F1 todos
os seus campeões, a exceção feita a Giorgio Pantano, campeão em 2008, mas que já
tinha passado pela F1 e já não era nenhum jovenzinho. Foi assim com Nico
Rosberg, Lewis Hamilton, Timo Glock, Nico Hulkenberg, Pastor Maldonado e Romain
Grosjean. E deverá ser assim com Razia ou Valsecchi.
No entanto, já disse: a missão do baiano é complicadíssima. Portanto, ele teria de pensar em outras alternativas para estar no grid da F1 em
2013. E quais seriam elas? Voltemos ao teste de hoje.
A oportunidade que Razia recebeu hoje da Force India foi
excelente para suas pretensões de estar na F1 em 2013. Apesar de ele já ter
passagens por Lotus e Virgin – atualmente Caterham e Marussia, na ordem – e com
isso ter obtido certa vivência na categoria, pela primeira vez ele parece ser sério
candidato a uma vaga no grid do ano que vem. O baiano está na mira das equipes.
E muito disso se deve ao desempenho por ele demonstrado neste ano.
Sejamos sinceros. Poucos de nós chegamos a prestar atenção
em Razia na GP2 durante as três temporadas anteriores. Isso porque seu
desempenho não foi lá grande coisa. Em 2009, ele conseguiu uma vitória pela
Coloni, na Itália, já no fim do campeonato. Em 2010, foram três segundos lugares
como melhores resultados, em um ano em que foi inconstante e que não fez nem
sombra ao companheiro, Pastor Maldonado, campeão na oportunidade. No ano
passado, um terceiro lugar foi o melhor que conseguiu pela Caterham Air Asia. Ou
seja, nada de mais.
Para este ano, contudo, ele conseguiu uma vaga na Arden, que
vinha de um campeonato ruim, e um lugar no programa de jovens pilotos da Red
Bull, uma vez que Christian Horner, chefe do time rubro taurino na F1, é um dos
sócios da equipe. Um belo passo. Só que o melhor estaria por vir.
Muito mais maduro e confortável na GP2, Razia passou a
vencer corridas e a pontuar regularmente, sempre mostrando desempenhos
consistentes, liderando parte do campeonato. E isso acaba por chamar a atenção
de equipes na F1. Foi por isso que ele recebeu o convite da Force Índia.
Aliás, é bom lembrar que não são apenas os campeões da GP2
que conseguem chegar à F1. Vários outros pilotos que demonstrem um bom
desempenho chegam à categoria máxima do automobilismo. De cabeça, lembro de
Heikki Kovalainen, Nelsinho Piquet, Bruno Senna, Lucas di Grassi, Kamui
Kobayashi, Sergio Perez, Vitaly Petrov, Charles Pic, Karun Chandhok, Jerome D’Ambrosio...
Agora, cabe a Razia tentar cavar seu espaço na F1,
aproveitando-se desta e de qualquer outra chance que possa pintar pelo caminho,
mesmo que saibamos que a missão não será fácil. Ele já deu grandes passos nesta
temporada e mostrou que tem capacidade para ingressar no circo. Mas ainda é
preciso percorrer parte do caminho. E qualquer tropeço pode ser fatal. Só resta
torcer para que tudo dê certo para ele. Assim, quem sabe não vemos mais um
brasileiro estreando na F1? Seria ótimo.
Sobre os testes de hoje, não há como nós avaliarmos. Cada
equipe segue seu cronograma e tudo o mais. Nem o comparativo de tempos serve
como parâmetro, ainda mais tendo apenas três carros na pista. Mas, só para
constar, Razia foi o segundo a quatro décimos de Jules Bianchi, o primeiro com
a Ferrari, após dar 65 voltas. Amanhã, é a vez de Bianchi, que também é
terceiro piloto da Force Índia além de estar no programa de jovens pilotos da
Ferrari, andar no carro branco, verde e laranja, enquanto Davide Rigon assume a
Ferrari.
Fotos: GPUpdate.net
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