Acidente de Kubica: as consequências

Após o acidente de ontem, muita coisa já começou a ser discutida sobre o futuro de Robert Kubica. Qual é o seu estado de saúde, qual será o tempo de recuperação, se ele vai voltar a pilotar e coisas do gênero. A preocupação com o polonês é iminente.

Ontem, dia do acidente, as noticias sobre o estado de saúde de Kubica estavam em primeiro plano. Havia muitas noticias desencontradas até que as informações oficiais chegassem. Com o passar das horas, tudo foi se acalmando e depois do piloto passar por uma cirurgia na mão direita, o médico Igor Rossello veio com a noticia de que só depois de uma semana um prognóstico poderia ser feito. Contudo, o médico afirmou que em casos como esse, a recuperação média dura cerca de um ano.

Ou seja, Robert perderia toda a temporada. Um baque para piloto e equipe. E tão logo as noticias foram confirmadas, mudou-se o foco de discussão, com o inicio de uma busca pelos culpados pelo acidente, normal em casos como esses.

Nesse meio tempo, já vi gente culpando piloto, equipe e outros atribuindo o que aconteceu a uma mera fatalidade. No meu ponto de vista, analisando aqui de longe, foi uma junção de ambos.

É claro que não podemos isentar piloto e equipe de culpa. Todos sabem que o automobilismo é um esporte de alto risco e que acidentes ocorrem. Sob contrato e em um período de pré temporada, momento em que o piloto deve estar focado no desenvolvimento do carro, Kubica poderia ter deixado a aventura de lado, apesar de gostar de ralis.

A equipe, por sua vez, tinha o poder e o direito de não autorizar seu piloto a participar do rali. É ela quem paga o salário do cara e quem seria a maior prejudicada em caso de uma tragédia. Mas não o fez, o que relata uma certa negligência. É verdade que falar depois do acidente fica mais fácil. Não dá para prever o futuro. Mas é possível prevenir e isso não foi feito.

Tivemos casos recentes de negligencia das equipes. Mark Webber. Quase perdeu o início da temporada de 2009 e correu com o ombro machucado após acidentes de mountain bike. Na McLaren, Montoya perdeu corridas depois de cair de moto. Ou seja, existem exemplos disso.

Há também a parcela de fatalidade. Menor, mas existe. O jeito com que o polonês se chocou contra o muro foi muito estranho. Tanto é que só ele sofreu as consequências do acidente, apenas do lado direito de seu corpo. Seu copiloto, Jakub Gerber, nada sofreu. Tivesse ele batido de outra forma, talvez nesse momento ele estivesse apenas relembrando o susto.

As consequências de tudo isso são péssimas. Kubica perderá, na previsão mais otimista possível, seis meses. Ou seja, meia temporada. Hoje ele acordou e conseguiu movimentar os dedos, o que é uma grande noticia. Mas acredito que em 2011 ele não pilote. A recuperação terá de ser feita com calma, para que não haja sequelas. Sem contar que ele ainda pode passar por outras cirurgias. Péssimo para sua carreira que poderia ter mais um momento de grande ascensão em 2011.

Para a Lótus Renault isso também é horrível. O time perde seu pilar e melhor piloto. Em Kubica eram depositadas as esperanças de grandes resultados. Agora o time terá de correr para achar outro piloto experiente que possa tocar o projeto. Eric Boullier já afirmou que esse será o caminho do time (falarei disso em outro post). Será um gasto a mais além do que sempre há um tempo para a adaptação do contratado.

Todos saem perdendo com isso. Porém, pelo menos agora as equipes estarão mais atentas àquilo que seus pilotos fazem. Pode parecer chato mas se faz necessário. Pena que isso só venha a acontecer depois de uma tragédia.

Fotos: Tazio.com.br e Autosport.com
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