Começo este post falando de algo sobre o qual não gostaria, mas sobre o qual preciso fazer um rápido desabafo. Na última etapa da Indy, ontem em Las Vegas, um acidente horroroso tirou a vida de Dan Wheldon, campeão da categoria em 2005 e vencedor da edição deste ano das 500 milhas de Indianapolis. Algo que deixa qualquer fã de automobilismo estarrecido, realmente chateado.
Muitos dizem que isso é uma tragédia, que todos sabem dos riscos... sim, infelizmente esse tipo de coisa acontece. É o risco que esse esporte oferece. Porém, mesmo sabendo que acidentes fatais podem vir a acontecer, nunca esperamos por isso, nunca estamos preparados para lidar com essas tragédias.
No último ano, acompanhei duas mortes assistindo a corridas e outras pelo noticiário automobilístico. A primeira foi do japonês Shoya Tomizawa, na Moto 2, ano passado em Misano. Ele caiu da moto e acabou atropelado por Alex de Angelis e Scott Redding, que nada puderam fazer para desviar. Nesse ano, em Interlagos, via a prova da Copa Montana onde Gustavo Sondermann morreu, quando seu carro acertado em cheio, ao bater na curva do café e ser jogado de volta para a pista. Duas cenas chocantes, que trouxeram consternação e questionamentos.
Só que nenhuma dessas duas mortes me chocou tanto quanto a de Wheldon. Muito disso se deve ao fato de não ter tanta familiaridade com as outras categorias. Acompanho a Moto2 há mais tempo, mas não como a Indy. Quanto a Copa Montana, vi aquela prova de relance. Por isso, acho que essa última tragédia tenha me abalado mais, por acompanhar mais de perto a carreira do inglês (não que eu fosse um grande fã). E olha que eu não estava vendo a corrida. Acompanhei tudo via twitter.
Wheldon foi convidado a correr ontem. Largou em último e se vencesse, levaria US$ 2,5 milhões, como forma de desafio para essa última etapa. E ele tinha planos. Tudo indica que ele correria pela Andretti Autosport na temporada 2012. Dan deixa esposa, dois filhos e vários amigos. Uma pena, pois ele me proporcionou o momento mais extasiante da temporada, ao vencer a Indy 500, depois da batida de J.R Hildebrand, e agora o momento mais triste.
Que ele descanse em paz agora e que sua família tenha força para superar esse momento.
Depois desse pequeno desabafo, algumas considerações sobre a prova que não ocorreu. A prova foi um fracasso. Desde o início. A ideia era convidar pilotos de outras categorias para disputar o prêmio de US$ 5 milhões. Especulações, surgiram aos montes: Mario Andretti, Juan Pablo Montoya, Jacques Villeneuve, Petter Solberg e Valentino Rossi foram alguns nomes. Mas ainda bem que ninguém de outra categoria aceitou, o que forçou os organizadores a chamarem apenas Wheldon.
Um dos principais erros foi colocar tantos carros em um oval como o do Texas. Muitos pilotos reclamaram da aderência e da inclinação das curvas. Era nítido que tudo isso era muito perigoso, ainda mais com 34 carros disputando posições.
No fim, ainda bem que nenhum piloto de outra categoria participou. Poderia ter acontecido uma tragédia maior.
O acidente também foi atípico. Dificilmente vemos tantos carros batendo assim. Qualquer um ali poderia ter morrido. Assim como todos poderiam ter saído ilesos. Will Power, por exemplo, tem de agradecer muito estar vivo. Sua batida foi tão feia quanto a de Wheldon. Um milagre salvou o australiano.
Sobre o título de Franchitti, fica em segundo, terceiro plano. Mesmo para ele, o campeão. O escocês perdeu um amigo, um companheiro de trabalho. Não há motivos para comemorar. E há motivos para que ele e outros pilotos repensem se continuam ou não na categoria.
Espero que o novo chassi dos carros da Indy, que estréia em 2012 (e estava sendo desenvolvido por Wheldon) melhore a situação, evite acidentes com decolagens, como se espera. E também espero que tragédias como essas não voltem a acontecer.
Mudando de categoria, na MotoGP, Jorge Lorenzo passou por uma cirurgia em seu dedo. Ou na metade que sobrou dele. E com isso, não correrá na Malásia.
Já Casey Stoner, o bicampeão, era só felicidade, agradecendo a todos na equipe. Título mais do que merecido. Agora, o objetivo é finalizar bem o ano.
Na F1, nada de muito relevante, a não ser a punição imposta a Vitaly Petrov, que atropelou Schumacher durante o GP da Coréia, tirando o alemão da prova. Perderá cinco posições no grid da India.
Sobre a Stock Car, nada a comentar. Não vi e pouco entendi da última prova. Só sei que Cacá Bueno está próximo de mais um título.
1 comentários:
Sempre é ruim ver alguém tão querido morrer, por mais que saibamos que acidentes são comuns nesse esporte.
Peguei o "trem andando" e vi Pippa Mann saindo do carro a pé, ilesa. Fiquei aliviado. Mas quando passou novamente o replay e os médicos confirmaram o óbito de Dan Wheldon, fiquei triste.
Meu filho Gabriel, de apenas 2 meses, não deve ter muita ideia do que aconteceu naquela hora, mas eu senti um vazio grande.
Só tenho a pedir que a alma de Dan Wheldon seja acolhida pela bondade suprema do Mestre, e que a família dele encontre consolo pela irreparável perda, para continuarem a viver enquanto lhes for permitido.
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