Não corresponderam


E a repentina troca de Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari por Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne na Toro Rosso ainda rende assunto. Em entrevista a "Gazzetta Dello Sport", Helmut Marko, conselheiro da Red Bull e homem por trás do programa de jovens pilotos do time, afirmou que a troca se deu porque Buemi e Alguersuari tiveram chances suficientes no time, criado para que jovens pilotos tenham chance de correr e mostrar se têm potencial para estarem no grid da F1, e não provaram ser pilotos capazes de vencer corridas. Uma declaração que parece ser polêmica, mas que tem seu fundo de verdade.

Concordo com Marko quanto ao fato de que, tanto o suíço quanto o espanhol, tiveram um bom tempo para mostrarem serviço na Toro Rosso. Buemi ficou por exatas três temporadas guiando para a equipe de Faenza, ao passo que Alguersuari foi titular do time por duas temporadas e meia. Nesse período, o suíço conseguiu como melhor resultado um sexto lugar, no GP do Brasil de 2009, enquanto o espanhol teve como posição máxima dois sétimo lugares, nos GPs da Itália e da Coréia do Sul de 2011. Bons resultados, considerando que a Toro Rosso é uma equipe de média para pequena hoje. Mas esses resultados foram isolados, como alguns outros que eles conquistaram. E é isso o que parece ter prejudicado ambos.

Certamente o pessoal da Red Bull esperava dos dois boas performances, não tão destacadas quanto as que Sebastian Vettel teve no time em 2008, quando venceu em Monza e fez um campeonato surpreendente, obviamente, pois todos sabiam das limitações da Toro Rosso, mas melhores. Contudo, tais desempenhos mais constantes, mais regulares, de fato não aconteceram. Então, o projeto para promover um dos dois à Red Bull, no lugar de Mark Webber, não deu certo. E dessa forma, houve a opção pela troca por outros dois pilotos promissores, o que não é nenhum absurdo. 
Buemi e Alguersuari não conseguiram corresponder a expectativa na Toro Rosso e foram dispensados
Repito: tanto Buemi quanto Alguersuari tiveram muito tempo para apresentar suas credenciais e não poderiam se perpetuar na equipe que é uma espécie de "estágio" para postulantes à vagas na Red Bull.

Quanto as declarações de Marko, considerando Buemi e Alguersuari incapazes de vencer corridas, analisando o momento, é a mais pura verdade. Hoje, realmente, nenhum dos dois parecem ter condições de alcançar tal objetivo, o que não significa que eles podem vencer corridas no futuro. Os dois são muito jovens, apesar de, particularmente, não ver nada demais em nenhum dos dois. O suíço ainda completará 24 anos em 2012. Já o espanhol chegará aos 22. Eles têm um longo caminho a percorrer ainda e podem mostrar evolução com o passar dos anos. Com uma boa bagagem e em uma equipe competitiva, os dois poderão, quem sabe, serem pilotos capazes de vencer em alguns anos.

Buemi e Alguersuari não serviram e a bola foi passada para Ricciardo e Vergne. Resta saber se a nova dupla da Toro Rosso farão um caminho diferente de seus antecessores ou se irão se juntar aos dois no futuro.

Foto: GPUpdate.net
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2 comentários:

Rangel disse...

Olá meu querido, parabéns por sua publicação, não sou um especialista no assunto, assim concordo com o texto, mas o acompanho da F1 a minha pergunta que não quer calar é: "Nossos pilotos estão nas equipes erradas, ou está faltando alguma coisa mais, como o querid ver isso", precisamos de mais Senas e Pikets ou só dos que temos?
Posso demora a vir, mas virei, um grande abraço.

Diego Maulana disse...

Caro Rangel, em relação aos atuais pilotos que temos na F1, acredito que, no momento, nenhum tem condições de brigar por títulos. As disputas na F1 são muito polarizadas. Temos as equipes ricas, que brigam por títulos, as médias e as pequenas. Com isso, fica difícil ver um brasileiro ter sucesso nesse momento. O único que poderia ir relativamente bem é o Felipe Massa, na Ferrari. Porém, ele não tem tido boas temporadas e não tem mostrado que pode brigar pelo título, como fez em 2008, além de ter um companheiro, ao meu ver, superior a ele. Por isso não devemos nos apegar ao fato de termos pilotos em equipes certas ou erradas. Cada um se agarra a oportunidade que lhe aparece. Também não devemos nos apegar a ideia de que precisamos ver novos Sennas, Piquets ou Fittipaldis. Esses pilotos fizeram suas histórias no automobilismo, são lendas. Pegar um piloto jovem e esperar que ele se transforme em um desses citados, pode gerar uma pressão muito grande e atrapalhar sua carreira. E ainda há o problema da falta de estrutura no automobilismo brasileiro, onde garotos saem do kart e não têm muitas opções para seguirem competindo, e a falta de patrocinio para que alguns deles sigam a se desenvolver como pilotos na Europa. É um problema muito amplo e que vai prejudicar a formação de pilotos e, consequentemente, o futuro do Brasil na F1.