Dando continuidade ao especial "O que marcou em 2012", agora é a vez de um texto que vem do outro lado do Atlântico. O convidado do dia é o amigo português Paulo Alexandre Teixeira, ou simplesmente "Speeder 76", mente por trás do excelente Continental Circus. E diante dos acontecimentos recentes do automobilismo lusitano, Paulo resolver falar um pouco sobre a grande promessa do país, o piloto António Félix da Costa. Uma boa oportunidade para quem ainda não conhece o talentoso garoto, que já está no programa de jovens pilotos da Red Bull, o conheça. E nas palavras de quem entende do assunto. Obrigado ao Paulo por participar deste especial e vamos ao texto. Boa leitura.
A grande esperança automobilística portuguesa
Portugal não tem
tradição na Formula 1. Cinco pilotos em 63 temporadas, e o seu único pódio na
história aconteceu devido a circunstâncias excecionais fazem com que tirando as
corridas no Autódromo do Estoril, entre 1984 e 1996, onde foram o palco das
primeiras vitórias de Ayrton Senna e de David Coulthard, a presença portuguesa
na categoria máxima do automobilismo seja apenas uma nota de rodapé na
história.
Contudo, em breve,
tudo poderá mudar. Tudo graças a um jovem piloto de 21 anos que demonstra
talento a todos os poros e nos últimos seis meses de 2012, teve a sua melhor
parcela da sua carreira, vencendo corridas em duas categorias e terminando o
ano a vencer no GP de Macau de Formula 3. O seu nome é António Félix da Costa.
Nascido a 31 de
agosto de 1991 em Cascais, tem imensos familiares envolvidos no automobilismo,
com três tios do lado materno e o seu irmão mais velho, Duarte Félix da Costa,
foi piloto de monolugares antes de se virar para os Turismos e para a
Endurance, onde está atualmente, para além de aconselhar na carreira do seu
irmão.
O talento apareceu
cedo: primeiro nos karts, depois nos monolugares, onde começou a correr em
2008, na Formula Renault europeia e na North European Competition (NEC), onde
lutou, entre outros, contra Valtteri Bottas e Jean-Eric Vergne. Vicecampeão da
NEC em 2008, venceu em 2009 e foi terceiro na competição europeia. Em 2010,
passou para a Formula 3 Euroseries, onde foi o Rookie do Ano, vencendo três
corridas, antes de passar em 2011 para a GP3, ao serviço da Status. Em 2012
passou para a Carlin, onde até junho desse ano, tinha conseguido uma
pole-position em Barcelona e um pódio no Mónaco.
Contudo, por essa
altura, concretiza-se um acordo em que a Red Bull o contratava para o seu
programa de jovens pilotos. Para além de se manter na GP3, iria correr na World
Series by Renault (WSR) ao serviço da Arden Caterham, ao lado do americano
Alexander Rossi.
E a partir do
momento em que Félix da Costa assinou pela Red Bull, em junho, os seus
resultados foram mais brilhantes do que eram: três vitórias na GP3, quatro na
World Series by Renault (WSR) e a vitória no sempre importante GP de Macau,
sítio onde Ayrton Senna, Michael Schumacher e David Coulthard, entre outros, já
foram vencedores. Para além disso, conseguiu sete voltas mais rápidas, cinco na
GP3 e duas na WSR. Em suma: foram os melhores seis meses da sua carreira,
conseguindo até um palmarés superior a de Sebastian Vettel na mesma categoria
em 2007.
As coisas em 2013
poderão ser melhores. Em principio, ficará na World Series by Renault para uma
época completa, mas poderá testar o carro da Toro Rosso em algumas
sextas-feiras de Grande Prémio, preparando-se para dar o salto em 2014… ou até
um pouco antes.
Mas como é que Félix
da Costa pode escapar a um destino diferente a caso do passado, de pilotos como
Álvaro Parente e Filipe Albuquerque, vencedor de competições de formação, como
a Formula 3 britânica e da World Series by Renault, no caso de Parente, e o
segundo é um vencedor de duas competições da Formula Renault 2.0 em 2006? A
ambos foi-lhes apontado o rumo da Formula 1, mas no final, o primeiro é piloto
de GT’s pela McLaren e o segundo é piloto da Audi no DTM. Apesar de Parente e
Albuquerque terem bons resultados, é certo, mas estão bem longe de uma Formula
1 que não será mais do que uma ilusão, como acontece a centenas de pilotos que
ficam ao longo do caminho.
O apoio da Red Bull
é um fator, é certo, mas também o fato de agora as coisas serem um pouco
diferentes do que eram em 2008, no caso de Albuquerque, fazem com que se possa
pensar em altos vôos no jovem piloto de 21 anos. O futuro tem tudo para ser
dourado, só falta dar o último passo.
1 comentários:
Muito bom. Vamos ver o que será do futuro do Félix da Costa. Ele é bastante promissor, se não se perder no caminho, vai dar trabalho.
Parabéns ao Speeder pelo texto.
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