Esse post era pra ter saído na sexta-feira. Mas a correria do dia-a-dia e a abertura da temporada da F1, fizeram com que eu postergasse um pouco a publicação do texto. Contudo, de hoje não passa. Como disse, o texto deveria ter ido ao ar na sexta, pois foi naquele dia que o site da revista inglesa 'Autosport' divulgou que a Citroen poderia pedir uma ajudinha ao semi-aposentado Sebastien Loeb. Estariam os franceses entrando em desespero com a dupla Mikko Hirvonen e Dani Sordo? É o que parece, apesar de não afirmarem isso, obviamente.
Explicando a história, segundo a Autosport, o chefe da equipe, Yves Matton, admitiu que poderia pedir ao eneacampeão que corresse um rali no fim da temporada caso a marca francesa precisasse de um bom resultado para defender o título de equipes, que parece ser o grande objetivo dos franceses nesse mundial. Apesar disso, Matton lembrou que a escolha não será sua, e sim de Loeb, que ainda tem mais dois ralis por fazer (Argentina e França) em seu tour de despedida. Ou seja, não é nada garantido. Mas demonstra uma coisa: há ainda uma dependência de Loeb na equipe.
Todos sabemos que o eneacampeão é o cara e que a Citroen, de um forma ou de outra, perderia com o anuncio de sua aposentadoria, pois era ele quem comandava o time gaulês desde 2004, ano de sua primeira conquista mundial. Com a saída do piloto que ganhava ralis e títulos para o time, a Citroen ficou órfã de um comandante e precisaria então encontrar um (ou dois) piloto(s) que pudesse(m) assumir esse papel sem ceder à pressão de suceder o multi-campeão.
Sebastien Loeb poderia receber pedido de Yves Matton, caso equipe precisasse de bom resultado para garantir título |
Nessa linha, os mandatários da marca preferiram seguir um caminho mais conservador, com a escolha de Dani Sordo, piloto que tem um histórico regular e que já tinha passado pela Citroen, para substituir Loeb. Compreensível. Assim, com o espanhol voltando e com a manutenção do agora primeiro piloto do time Mikko Hirvonen, que nos últimos anos foi um dos principais rivais do francês e o que mais se aproximou de lhe tirar um título, a equipe teria, na teoria, uma dupla capaz de ter performances regulares que levassem a conquista de resultados que colocasse o time na luta pelos dois campeonatos. Porém, não é o que estamos vendo.
Sim, a nova dupla tem conquistado resultados satisfatórios nos finais de cada rali disputado até o momento (o finlandês tem um quarto e um segundo lugares e uma chegada fora da zona de pontuação, e o espanhol possui, por sua vez, um terceiro e um quarto lugares, além de um abandono). Porém, suas performances nos eventos preocupam, pois nenhum dos dois deu mostras de que pode, sequer, ameaçar Sebastien Ogier, o grande nome desse início de temporada, o que torna qualquer ambição de vitória e título(s) praticamente impossíveis. Lembro que a Volkswagen só não lidera o WRC em seus dois campeonatos por conta da irregularidade de Jari-Matti Latvala. Pelo menos nisso a Citroen tem tido vantagem.
Claro que o forte início de campanha da Volkswagen tomou a todos de assalto. Foram duas vitórias e um segundo lugar de Ogier em três eventos. Creio que ninguém esperava por performances tão dominantes da marca estreante. Por isso, também acho que a diferença entre os alemães e os franceses não deveria ser assim tão abissal, afinal, Citroen, Hirvonen e Sordo não são bobos que começaram no WRC ontem, muito pelo contrário. Essa é a equipe que dominou o certame na última década, por mais que tenha contado com um gênio, um fora de série, nesse período. A Citroen sabe como vencer, isso é inegável. E isso não se desaprende, creio. Dessa forma, é difícil encontrar uma explicação para a falta de rendimento da dupla, tanto que nem o pessoal da equipe sabe muito bem o que fazer, pelo visto. E por esse motivo a sombra de Loeb já é vista por lá, apesar de eu, particularmente, não acreditar que ele estaria propenso a sair de sua aposentadoria para encarar esse desafio.
Em 2013, Mikko Hirvonen tem resultados satisfatórios. Mas suas performances, assim como as de Dani Sordo, estão abaixo do esperado |
Claro que, faltando dez etapas para o término do mundial, muita coisa pode mudar. Há tempo para que Citroen, Hirvonen e Sordo possam deixar para trás o desempenho ruim e emplacar, além de bons resultados, bons desempenhos, que convençam a todos de que os dois têm capacidade para fazer com que os franceses pelejem de igual para igual com a Volkswagen.
Mas, se não houver reação por parte da atual dupla da Citroen, os dois terão de conviver com a sombra do eneacampeão durante o ano, mesmo que ele refute um retorno, e com uma pressão crescente. E aí, irão sucumbir, sem dúvidas...
Fotos: NextGen-Auto.com
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