Alonso vence em Yeongam e assume liderança do mundial de F1

Todo grande campeão da F1 conta com a sorte quando é preciso. Essa é uma das afirmações que mais se adequam a Fernando Alonso. Que o espanhol bicampeão mundial é talentoso e inteligentissimo, isso já sabemos. Mas ele tem um grande diferencial de vários pilotos no grid: tem uma sorte imensa.

Lembro bem dos mundiais de 2005 e 2006, quando ele reinou na F1. Em 2005, quando disputou com Kimi Raikkönen, Alonso foi competente. Mas teve sorte em muitas oportunidades. A McLaren, em certo ponto do mundial, já tinha um carro melhor do que a Renault. Porém, era um bólido pouco confiável e deixou Kimi na mão várias vezes. E o espanhol, que nada tinha com isso, agradeceu.

Já em 2006, a batalha foi contra Schumacher. Em Suzuka, penúltima prova do ano, os dois chegaram empatados em número de pontos. O alemão largou em segundo enquanto Alonso foi quinto. E Schumacher liderava a prova, rumo a vitória e ao octacampeonato, quando seu motor estourou, coisa que não acontecia fazia seis anos. Alonso venceu e praticamente garantiu ali o título.

E 2010 se encaminha para isso, com mais um exemplo da extrema sorte do principe das Asturias.

Choveu em Yeongam, como vinha acontecendo durante os últimos meses. E essa novidade embaralhou as chances de todos novamente. Se no seco se desenhava um dominio da Red Bull, no molhado qualquer zebra poderia acontecer, ainda mais em um circuito novo e com um asfalto colocado a poucos dias.

Mas a chuva deu trabalho para todos. Demorou para sair uma decisão se a prova aconteceria ou não. Primeiramente, foi atrasada em 10 minutos e a largada aconteceu com safety-car. Três voltas foram completadas até aparecer a bandeira vermelha. Ai foi quase uma hora de conversas e espera para saber se a prova aconteceria. Sim, haveria uma nova largada, novamente atrás do safety-car. E lá foram os pilotos.

Mais treze voltas atrás do carro de segurança e muita reclamação de Hamilton no rádio, para que a bandeira verde fosse agitada. Aqui cabe um parenteses. Não entendo porque tantas voltas atrás do safety-car se a pista apresentava condições razoaveis de prova. Não faz muito tempo vi provas em condições piores. Talvez, os organizadores da prova estiivessem receosos em relação ao asfalto. É a explicação mais plausível que me passa pela cabeça. Fechando parenteses, voltando para a prova.

Com pista liberada, Vettel disparou, enquanto Webber, Alonso, Rosberg e Hamilton vinham muito próximos. Três voltas depois da largada, Alonso agradeceu pela primeira vez a sorte. Mark Webber, o líder do campeonato, consistente e que pouco tinha errado em 2010, rodou e bateu no muro. Na frente da Ferrari do espanhol, que conseguiu desviar. Já Nico Rosberg... para o alemão faltou sorte e ele foi abalrroado pela Red Bull do australiano. Fim de prova para os dois e safety-car na pista.

Na relargada, Vettel não conseguiu disparar. Alonso o tinha na alça de mira e a vitória ganhava cada vez mais importãncia. Quem vencesse, desde que a prova chegasse aos 75% previstos para que os pontos em sua totalidade fossem validados, assumiria a liderança.

Então, na volta 31, mais uma bandeira amarela, causada por um acidente entre Buemi e Glock. Hamilton, em terceiro, parou e pôs pneus intermediários. Na volta seguinte, Vettel e Alonso pararam. E ai, a sorte parecia que iria abandonar o espanhol, que teve um probelma na fixação do pneu dianteiro direito. Hamilton passou o rival e assumiu o segundo posto. Contudo, na relargada, a fiel companheira de Alonso voltou a sorrir para ele. Hamilton errou e o ferrarista recuperou a segunda posição. A partir dali, era tentar chegar em Vettel.

Com o passar da corrida, Alonso ia tirando um pouco da desvantagem. Mas parecia que não iria dar para ultrapassar o alemão. Então, a sorte resolveu facilitar as coisas para ele. Faltando onze voltas para o fim, Alonso chega de repente em Vettel e o passa no fim da reta. logo depois, o motor Renault da Red Bull, que até então não tinha dado problema, estoura. Fernando e a Ferrari via seus dois principais rivais abandonarem. Restava agora levar o carro até a bandeirada final, para consumar a quinta vitória dele na temporada.

Restando duas provas para o final, agora é o espanhol que figura como grande favorito. Tem uma boa vantagem de onze pontos para Webber, 21 para Hamilton e 25 para Vettel e mostrou sua força nessa reta final, apesar de alguns escorregões durante o ano e da polêmica vitória na Alemanha. Acho que Webber merecia mais o título, mas falar em merecimento é bobagem. Além de tudo, Fernando tem a sorte ao seu lado. Vai ser difícil batê-lo.

Já a Red Bull teve uma corrida para se esquecer. Mark está vendo o título escorrer pelas suas mãos e Sebastian já parece estar fora da briga, apesar de não ser possível excluir ninguem. Eles ainda têm o melhor carro, mas as brigas internas podem atrapalhar. Vamos ver se agora, com tudo isso que ocorreu, eles optam por apoiar Webber na briga. É o mais sensato a se fazer.

Quem teve uma sobrevida foi Lewis Hamilton. O segundo lugar lhe garantiu uma diminuição na diferença para o líder. Mas ele ainda está longe. Se ele tivesse conseguido a vitória, ai sim o campeonato ficaria bem embolado. Mas não foi o caso. A McLaren não tem carro para brigar de igual para igual como Ferrari e Red Bull. O inglês precisaria de uma dose de sorte a lá Alonso para reverter a situação. Os abandonos em Monza e Marina Bay deverão assombrar Lewis por um bom tempo.

Sobre a prova, foi bem legal, qaundo não houve safety-car. Vi um Sutil bem agressivo, que acabou pagando pelo excesso. Um Button irreconhecivel, errando até na estratégia. Um Liuzzi surpreendente, subindo de décimo oitavo para sexto. Um Schumacher andando bem e terminando em quarto. Barbeiragens sem tamanho. E um Kobayashi (mito) bem regular, premiado com mais um oitavo lugar.

Entre os brasileiros, Massa completou o pódio, Rubinho foi o sétimo, depois de sofrer com os pneus no final e Bruno Senna conquistando seu melhor resultado na F1, arrastando a carroça da Hispania até o décimo quarto lugar. Já Lucas di Grassi, bateu.

A próxima prova acontece por essas bandas, no dia 7. E pode decidir o título em favor de Alonso. Foi aqui que ele conquistou seus dois canecos. Mas foi Webber quem venceu no ano passado. Acredito que a briga fica polarizada entre os dois nesse final de temporada. E com a sorte que tem, Alonso é favorito.

Final

1°. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 2h48min20s810 ( 55 voltas )
2°. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 14s999 ( 55 )
3°. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 30s868 ( 55 )
4°. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 39s688 ( 55 )
5°. Robert Kubica (POL/Renault), a 47s734 ( 55 )
6°. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes), a 53s571 ( 55 )
7°. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1min09s257 ( 55 )
8°. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 1min17s889 ( 55 )
9°. Nick Heidfeld (ALE/Sauber-Ferrari), a 1min20s107 ( 55 )
10°. Nico Hulkenberg (ALE/Williams-Cosworth), a 1min20s851 ( 55 )
11°. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 1min24s146 ( 55 )
12°. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 1min29s939 ( 55 )
13°. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Cosworth), a 1 volta ( 54 )
14°. Bruno Senna (BRA/Hispania-Cosworth), a 2 voltas ( 53 )
15°. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania-Cosworth), a 2 voltas ( 53 )

Não completaram

16°. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes)
17°. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault)
18°. Vitaly Petrov (RUS/Renault)
19°. Timo Glock (ALE/Virgin-Cosworth)
20º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari)
21°. Lucas di Grassi (BRA/Virgin-Cosworth)
22°. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth)
23°. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault)
24°. Nico Rosberg (ALE/Mercedes)

Fotos: Autosport.com
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