O desafio do Doutor

Ontem, em Madonna di Campiglio, a Ducati apresentou sua nova moto, que será utilizada nessa temporada. A apresentação aconteceu durante o festival Wrooom 2011, evento de confraternização entre Ducati e Ferrari e que conta com os pilotos das duas marcas. E por falar em pilotos, está aí a maior novidade (e trunfo) da Ducati. Valentino Rossi.

Doutor tem sido o centro das atenções nessa semana, em que finalmente pôde falar como piloto da Ducati. A midia italiana inteira está em cima, todos os holofotes estão virados para o heptacampeão. E não poderia ser diferente, uma vez que o sonho de muitos 'tifosi' está sendo realizado: enfim verão Rossi correr em uma 'scuderia' italiana. Isso mostra o tamanho de sua responsabilidade. Tanto para com torcida como para com a Ducati.

Na Itália, os 'tifosi', são fanáticos. Seja por seus pilotos ou por suas equipes. E se der para juntar um herói e uma equipe local, sai de baixo. Faz parte da cultura. É só vermos a festa que é feita para a Ferrari em Monza, por exemplo, nos GPs da F1. Imaginem só se a equipe vermelha tivesse em um de seus bólidos um piloto italiano de ponta. Monza viria abaixo se ele vencesse. Com Rossi não seria diferente na motos. Talvez, em proporções menores, mas com o mesmo entusiasmo. É um idolo.

É esse tipo de clima que Valentino encontrará. Torcedores alucinados para verem seu sucesso pela Ducati, que irão apoiá-lo para a conquista do octa. E com certeza esse será uma bom combustível para ele enfrentar o desafio a que se propôs: fazer a Ducati campeã e iniciar uma história de conquistas do time italiano.

Apesar de ser uma equipe de ponta hoje e possuir uma boa estrutura, a Ducati não tem a história das rivais na MotoGP. Conquistou apenas um título e recentemente (2007, com Casey Stoner). Falta tradição. Por isso a contratação de Valentino. Ninguém melhor do que ele pode começar um projeto de elevar o status da Ducati.

O 'Know-how' não nem preciso dizer que ele já tem. A Yamaha é um exemplo do que ele é capaz de fazer. Ela voltou a ser o que é hoje na MotoGP muito graças ao italiano, que lá chegou em 2004 e fez uma revolução, dando quatro títulos aos japoneses. E olha que a fábrica não conquistava nada desde 1992.

Contudo, muito mais do que títulos, ele deixou um legado por lá, que está sendo muito bem aproveitado. Nisso a Ducati se espelha. É claro que esperam-se resultados no curto prazo,até porque os italianos têm cacife pra isso. Mas o objetivo é ser competitiva no médio e longo prazo, quando Rossi já não estiver mais por lá. A Ducati, assim como qualquer time, quer permanecer brigando no topo por muito tempo. E o Doutor é o cara perfeito para iniciar essa trajetória, para fazer da Ducati uma equipe tradicional. Motivação, creio eu, não deverá faltar.

É um desafio e tanto para o Valentino. Mais um em sua vitoriosa carreira. Enfrentar Honda e sua cria da Yamaha não será fácil. Mas em se tratando de Rossi, podemos esperar de tudo.

Fotos: Autosport.com
Share on Google Plus

About Diego Maulana

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários: