O espetáculo passa pelos pneus

Desde que foi anunciada como a fornecedora única de pneus para a F1 em 2011, uma pergunta não sai da cabeça do diretor de automobilismo da Pirelli, Paul Hembery: como fazer dos pneus aliados na melhora do espetáculo? E a resposta para essa questão pode estar na diminuição da durabilidade de alguns compostos, segundo o Hembery.

A nova regulamentação aplicada em 2010, proibindo o reabastecimento durante as provas, fez com que os pneus passassem a ganhar muita importância. A FIA já tinha imposto uma regra que obrigava os pilotos a utilizar os dois compostos durante a corrida, mas com a possibilidade de reabastecimento, as estratégias variavam muito. Sem poder reabastecer, esperava-se que as disputas fossem mais equilibradas e que houvesse mais emoção. Porém, ocorreu o contrário.

Com pneus que duravam bastante, especialmente os compostos mais duros, a maioria das corridas tinha apenas um pit-stop para a troca obrigatória. As tão esperadas disputas, acabaram ficando tão restritas quanto eram, salvo algumas exceções. E daí surgiu a ideia de se diminuir a durabilidade dos compostos.

A inspiração para tal novidade foi o movimentado GP do Canadá. Em Montreal, o consumo excessivo de pneus acabou pegando todos de surpresa e acabamos acompanhando, na abrasiva pista do circuito Gilles Villeneuve, uma das melhores provas do ano. Assim sendo, o foco de trabalho da Pirelli será produzir bons pneus mais que proporcionem o tão esperado espetáculo.

Contudo, há de se fazer uma ressalva sobre tal iniciativa. Uma das prioridades da F1 atual é em relação à segurança. Dessa forma, criar compostos menos duráveis pode ser algo que vá à contramão do que tem sido pregado. Não se discute que o nível tecnológico atual é alto e que problemas como esses são difíceis de acontecer. Mas é sempre um ponto a ser abordado e estudado.

Atualmente, os compostos italianos estão em fase de testes com o espanhol Pedro De La Rosa. Nessa semana, por exemplo, em Abu Dhabi De La Rosa testou os compostos de chuva e intermediário. Tudo ainda está muito no começo. Mas torço para que a idéia dê certo e que a F1 volte a ter emoção.

Fotos: Autosport.com
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1 comentários:

PH Miniaturas disse...

Durabilidade baixa só me traz à memória o fantasma da Michelin e o famigerado GP dos EUA de 2005. Acredito que esta questão deva ser analisada com todo o cuidado para evitar "desespetáculos" como aquele.

Forte abraço Diego, prometo voltar aqui mais vezes ;)