E no apagar das luzes da temporada 2011, Mark Webber, enfim, quebrou o tabu. Sem vitórias desde o GP da Hungria do ano passado - 25 provas no total - o australiano voltou ao lugar mais alto do pódio, no circuito onde ele conquistou sua segunda vitória na categoria. E isso propiciou ao piloto do carro 2 um fim de temporada menos melancólico.
Apesar da vitória de hoje, Webber, com certeza, irá apagar esse ano de sua memória. Com um carro fantástico, o australiano em nenhum momento sequer conseguiu incomodar seu companheiro, Sebastian Vettel, campeão com sobras. Pelo contrário. Durante toda a temporada o piloto da RBR ficou brigando com os pilotos da McLaren e com Fernando Alonso, enquanto o alemão sobrava. Nos números finais, Webber acabou em terceiro no campeonato, com apenas uma vitória, mesmo número de triunfos de Fernando Alonso, que teve um carro muito inferior ao de Webber, e viu a dupla da McLaren conquistar seis vitórias, três para Button e três para Hamilton.
Largada para o GP do Brasil de 2011 foi limpa, sem acidentes e bastante disputada |
Webber só apareceu quando as coisas já não valiam muito. Talvez, para ele, o triunfo de hoje acabe tendo alguma valia, tirando um peso das costas. Mas vencer apenas uma vez enquanto seu companheiro, com o mesmo carro, vence 11, acaba sendo realmente bastante melancólico.
Além disso, a vitória do australiano hoje foi pra lá de esquisita. O tempo todo a Red Bull ficou avisando Sebastian Vettel, que largou na pole, pulou na frente e liderou boa parte da prova, que ele estava com problemas no câmbio. Com essas informações, Sebastian variava seu ritmo. Andava forte em alguns momentos, dando pinta de que não havia problema algum, e em outros diminuía, dando impressão de que abandonaria a qualquer momento. E nessa variação toda, ele abriu para que o companheiro passasse e rumasse para a vitória. Estranho. Vettel, terminou a prova sem ser ameaçado, em uma posição segura. Mas tinha ritmo e um equipamento bom o suficiente para ir melhor, para vencer.
Claro que, as teorias da conspiração começam a surgir. Se fala em jogo de equipe, o que não é novidade na categoria, que a RBR fez isso para que Webber ganhasse pelo menos uma. Logo a equipe que disse que não interferiria nas disputas de seus pilotos. Mas cá entre nós, a essa altura do campeonato, sem mais nada em jogo, pouco importa.
Com a dobradinha da Red Bull consolidada, ficou faltando saber quem completaria o pódio. E quem apostou em Jenson Button, acertou. O piloto mais regular da temporada garantiu o vice campeonato com mais um pódio em uma corrida sólida, sua marca registrada. É bom se dizer que Button foi merecedor desse vice campeonato, que pode não significar muito pra alguns, mas que é uma espécie de recompensa, até pelo domínio do campeão. Já Hamilton, com problemas no câmbio, abandonou.
Com problemas de câmbio, segundo a equipe, Vettel abriu passagem para que Webber pudesse vencer |
Alonso ficou em quarto, perdendo um pódio que parecia bem próximo. Porém, os problemas da Ferrari com os compostos mais duros acabaram por deixar o espanhol mais uma vez na mão. Uma pena. Pelo carro ruim que teve em 2011, mais um pódio na corrida final seria uma boa recompensa pro bicampeão mundial, que assim como Button, também seria digno do vice. Mas acabou o mundial em quarto. Já seu companheiro, Felipe Massa, ficou em quinto, mais uma vez, repetindo sua melhor posição na temporada. Com uma tática diferente, Massa até chegou a sentir novamente o gostinho de liderar algumas voltas. Mas a estratégia mostrou-se ineficiente para galgar posições melhores. Resta esperar por 2012.
A prova em si foi tediosa, com poucas disputas por posições. As que houveram, pelo menos, foram boas, como a bela ultrapassagem de Alonso em Button, por fora no Laranjinha e a briga entre Bruno Senna e Michael Schumacher, no S. Nessa segunda disputa, inclusive, ambos saíram perdendo. Os carros se tocaram e enquanto Schumacher caiu para último, depois de ter seu pneu furado, Senna foi punido com um drive through pelo incidente. Compreensível, mas exagerado ao meu ver. Schumi, no fim, foi o 15º e Bruno o 17º.
O que criou uma expectativa maior foi a possibilidade de chover durante a prova. Todas as equipes esperavam por ela, que acabou não dando as caras, apesar das ameaçadoras nuvens negras chegarem perto do autódromo. Coisas de Interlagos.
No mais, a se destacar as belas corridas dos dois carros da Force India, com Sutil em sexto e di Resta em oitavo. O time indiano terminou a temporada consolidado como quinta força do mundial e por muito pouco não conseguiu o mesmo na tabela de pontos. Ficou a apenas quatro atrás da Renault Lotus, que voltou a pontuar com Petrov, 10º, mas que teve um fim de ano horrível. Rosberg foi o sétimo e Kobayashi, o Mito, terminou em nono, com uma prova digna de aplausos, após largar em 16º, garantindo o sétimo lugar do mundial para a Sauber. Também não poderíamos deixar de ter uma cena bizarra. E ela foi protagonizada por Timo Glock, que viu sua roda traseira esquerda voar, após a troca de pneus. Um mecânico esqueceu de apertar a porca e a roda voou. Um perigo. E um vexame.
Sebastian Vettel e Mark Webber comemoram mais uma dobradinha da Red Bull na temporada |
Entre os brasileiros, ficou faltando falar de Rubinho, que pode ter feito sua última prova na F1. Largando em 12º, ele partiu mal, caindo para 20º. Tentou se recuperar durante a prova e terminou em 14º, dentro das possibilidades impostas por seu carro ruim. Agora, ele vai ter de lutar para continuar na categoria.
Assim termina a temporada 2011 da F1. Que 2012 chegue logo!
Resultado final do GP do Brasil
1º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), 71 voltas em 1h32min17s434
2º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), a 16s983
3º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 27s638
4º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 35s048
5º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 1min06s733
6º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1 volta
7º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 1 volta
8º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), a 1 volta
9º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Petronas), a 1 volta
10º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1 volta
11º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta
12º. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta
13º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Petronas), a 1 volta
14º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1 volta
15º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 1 volta
16º. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Renault), a 2 voltas
17º. Bruno Senna (BRA/Lotus Renault), a 2 voltas
18º. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Renault), a 2 voltas
19º. Jérôme D’Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 3 voltas
20º. Daniel Ricciardo (AUS/Hispania-Cosworth), a 3 voltas
Abandonaram
Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth)
Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes)
Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth)
Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth)
Foto: GPUpdate.net
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