E na segunda-feira...

Rapaz, como teve corridas nesse final de semana. Vamos lá então a um resumão do que se passou.

F1

Na esteira das polêmicas de ontem, ainda tenho algumas coisas a dizer. Prometo não me estender muito nisso, até porque essa discussão sobre respeitar ou não ordens de equipes não tem fim. Porém, ainda tenho algumas coisinhas a dizer sobre Red Bull e Mercedes.

Primeiro sobre os vencedores. O automobilismo é um esporte complicado, pois ele reúne características tanto de ser um esporte coletivo como um esporte individual. Ao mesmo tempo que existe a competição de construtores, existe o mundial de pilotos, principal atrativo dessas competições, afinal, queremos mesmo saber qual piloto ficará com o título e não qual equipe. Esse é o prisma pelo qual os fãs enxergam a categoria. Dessa forma, vi muitas manifestações pró-Vettel nesse caso por parte dos fãs. Claro, eles, os fãs, não gostam do famigerado 'jogo de equipe'. Ninguém acorda, ou fica acordado, até as 5h da matina para ver uma corrida ser decidida por ordens de quem não senta a bunda em um carro. Fãs querem ver disputas, ultrapassagens, emoção. Eu mesmo, gosto disso e não desaprovo totalmente a atitude do tricampeão. Isso é um ponto.

De cara amarrada, Mark Webber e Sebastian Vettel participam da entrevista coletiva pós GP da Malásia

Por outro lado, Vettel é um empregado da Red Bull e ignorou ordens de superiores visando o bem estar próprio e não de um coletivo. Ele poderia ter jogado fora, com um erro, os 43 pontos conquistados pela RBR na Malásia. E aí, como recuperaria essa pontuação? Sua manobra, de ter ido pra cima de Webber, por mais excitante que tenha sido para os fãs da categoria e, principalmente para seus fãs, foi errada do ponto de vista de quem preza por um todo. Devemos compreender essas ordens também, especialmente quando elas não beneficiam um piloto apenas, como era o caso. O próprio alemão reconheceu isso depois. 

Contudo, o ponto que mais marcou e o que foi pior nesse caso todo é que o alemão foi desleal com o companheiro. Duas vezes. A primeira ao fingir que aceitaria tais ordens e a segunda por atacar Webber podendo utilizar toda a potencia de seu motor enquanto o australiano tinha baixado a potencia do seu. Vettel se utilizou de um artificio para se dar melhor nessa situação. E venceu fora da pista, porque dentro dela, não estava em situação de igualdade com Webber. Até por isso, acho que ele se arrependeu. Viu que fez cagada. Uma cagada que será difícil ser consertada...

Ordens de equipe impediram que Nico Rosberg pudesse ultrapassar Lewis Hamilton durante corrida em Sepang

Sobre a Mercedes, o caso segue uma outra linha. Nico Rosberg foi impedido de ultrapassar Lewis Hamilton tendo um carro em melhores condições do que o do companheiro. E esse tipo de jogo, acho errado. O inglês estava economizando combustível para chegar ao fim da prova, enquanto o alemão não precisava desse artificio. Ou seja, acredito que não haveria muito perigo na troca de posições já que Lewis não teria como lutar, sob risco de não terminar a prova, caso forçasse. E Nico iria fazer o papel dele, acelerando e abrindo vantagem. Uma troca de posições não afetaria em nada o bem estar da equipe, pois não haveria ninguém tirando vantagem de ninguém, nem sua pontuação.

Porém, Ross Brawn causou esse mal estar ao ceifar as chances do tedesco. Sem necessidade. Deixou Rosberg irritado e Hamilton desconfortável com a situação. Mas, pelo menos, o alemão soube se portar como um piloto de equipe. Tanto na pista como fora dela também. 

Finalizando o assunto F1, a Ferrari assumiu toda a responsabilidade por ter mantido Fernando Alonso na pista com a asa dianteira de seu carro avariada. Ou seja, eximiram o espanhol de qualquer culpa por seu abandono. Não esperava outra atitude dos italianos que não fosse essa, afinal, não vão expor sua grande estrela.

GP2

Não vi as duas etapas de abertura da GP2 nesse fim de semana. As sacrifiquei para ver a classificação e a corrida da F1. Portanto, comentários em linhas gerais. As vitórias ficaram com Fabio Leimer, no sábado, e Stefan Coletti, no domingo. Felipe Nasr foi o quarto na primeira prova e o segunda na outra bateria. Bons resultados para o brasiliense que deve brigar pelo título da temporada. 

GP2 fez sua estreia nesse ano com rodada dupla em Sepang. Brasileiro Felipe Nasr foi muito bem no fim de semana

O que não parece mudar é o comportamento dos pilotos. Já tinha escrito sobre a idiotice feita por Johnny Cecotto Jr. com Sam Bird durante a classificação. Agora, James Calado foi punido, na segunda prova, por ter batido em Fabio Leimer, Sam Bird e Julian Leal. Perderá dez posições no grid do Bahrein.

Indy

Vi a etapa de abertura da Indy ontem, em St. Petesburg. Mas não escrevi por motivos de estar cansado e sem pique para postar logo após a prova, que teve bons momentos e a vitória do bom James Hinchcliffe, sua primeira na categoria. 

O canadense se aproveitou de um erro bobo de Helio Castroneves na última relargada para assumir a ponta e não perde-la mais. O brasileiro ficou com a segunda posição, seguido de Marco Andretti.

A prova, de modo geral, foi boa e começou com o "Rei dos Mistos" Will Power, dando as cartas, aproveitando que largou na pole. Mas a felicidade do australiano não durou muito. Durante a primeira rodada de pits, Dario Franchitti se acidentou, achando o muro logo após trocar os pneus. O experiente escocês errou primariamente, confiando demais nos pneus ainda frios. Na relargada da bandeira amarela, Helio Castroneves, que fazia uma bela prova, deu o bote e passou o companheiro. A partir disso, foi o brasileiro que comandou a corrida, por um bom tempo. Hinchcliffe também passou Power depois, assumindo o segundo posto.

James Hinchcliffe conquistou sua primeira vitória na Indy nas ruas de St. Petesburg, etapa da abertura da categoria

A partir disso, viu-se Helio andar bem, abrindo vantagem para os rivais. O brasileiro só perdeu a ponta para Oriol Servia, durante uma bandeira amarela. O espanhol estava em uma estratégia diferente. Contudo, o vacilo na última relargada acabou custando uma vitória que parecia próxima para o piloto da Penske. Melhor para Hinchcliffe, que ao assumir a ponta soube tirar proveito do travado circuito de rua para evitar os ataques de Helio.

Entre os outros brasileiros, Tony Kanaan fez uma bela prova, terminando na quarta posição. Já Bia Figueiredo abandonou. Outros destaques ficaram por conta das belas corridas da suíça Simona de Silvestro e do estreante francês Tristan Vautier, campeão da Indy Lights, que abandonou com problemas quando era o quinto.

Já o campeão Ryan Hunter-Reay e o trivice Will Power não tiveram muitos motivos para comemorar. Hunter-Reay acabou abandonando após uma falha em seu acelerador. Já Power foi apenas o 16º, após ser vitima de uma tremenda barbeiragem de J. R. Hildebrand sob bandeira amarela. O americano simplesmente passou por cima da Penske de Power, prejudicando a traseira do carro. Hildebrand abandonou.

A Indy volta no próximo dia 7, em Barber.

ERC

Na estreia de Robert Kubica no ERC, no Rali das Ilhas Canárias, o polonês deu show. Mas não venceu. Depois de dominar amplamente o primeiro dia de competição na Espanha, vencendo todas as oito especiais da sexta, no sábado o polonês se acidentou e teve de abandonar logo na segunda especial disputada. Uma pena, pois ele começava sua nova trajetória com o pé direito.

Pelo menos o polonês reconheceu que tudo isso faz parte do aprendizado em um novo tipo de competição. E mostrou que tem talento suficiente para ter uma boa carreira nos ralis. Talvez esteja aí seu futuro.

A vitória nas Ilhas Canárias ficou com o tcheco Jan Kopecky. O brasileiro Daniel Oliveira, abandonou na SS6.

MotoGP

Na MotoGP, uma boa notícia para os fãs de Valentino Rossi (eu incluso). Neste domingo, o Doutor liderou a tabela de tempos dos ensaios que acontecem em Jerez de la Frontera. O resultado deixou o italiano muito animado e prova que ele será nome forte na briga por vitórias neste ano. Cuidado com o Doutor, moçada!

Fotos: GPUpdate.net e IndyCar.com

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