Olho no francês

Kimi Raikkönen, Fernando Alonso, Adrian Sutil... se perguntado sobre quem foi o principal destaque do GP da Austrália, abertura do mundial da F1, acredito que muitos fãs da categoria apontariam um desses três nomes. Também pudera. Após largar em sétimo, Kimi venceu. Alonso, quinto no grid, terminou em segundo, aproveitando-se de uma melhor estratégia que vários rivais. De volta ao circo, Sutil se destacou, também com uma estratégia diferente, chegando a liderar parte da prova e finalizando em sétimo. Contudo, outro piloto teve uma performance digna de destaque nessa primeira prova do ano e já começa a chamar a atenção dos fãs. Seu nome? Jules Bianchi.

Quem acompanha as categorias menores já sabia que o francês, membro da academia de jovens pilotos da Ferrari, era visto, desde sempre, como um grande talento, um piloto de futuro promissor. Eu mesmo sempre ouvi falarem muito bem dele. Contudo, só tive a oportunidade de vê-lo em ação na GP2, em 2010 e 2011, e um pouco menos na Formula Renault 3.5. Bianchi não foi campeão de nenhuma das duas categorias (na GP2 foi terceiro, duas vezes, enquanto na Formula Renault 3.5 foi vice campeão), mas sempre teve bons desempenhos por onde passou. Aliás, a falta de resultados expressivos - leia-se títulos - nunca foi um problema para ele.
Jules Bianchi sempre foi reconhecidamente um piloto talentoso. Agora, tem a chance de mostrar isso na F1
Com uma trajetória sólida, correndo em boas equipes pelas categorias de base, e sendo bem empresariado - Nicolas Todt é seu agente - era caminho natural para Bianchi chegar à F1, o que ocorreu em 2011, com uma vaga de terceiro piloto na Ferrari. No ano seguinte, o francês ocupou a mesma vaga, só que na Force India. Lá, ele parecia estar sendo preparado para assumir uma das vagas de titular em 2013. E ele chegou bem próximo disso, sendo preterido, porém, para a volta de Adrian Sutil. Parecia que Bianchi ficaria relegado como piloto reserva por mais um ano, até que surgiu uma vaga na Marussia, após a equipe ter problemas com o brasileiro Luiz Razia. Jules ficou com a vaga. Mas, o que poderia o jovem piloto fazer em uma das piores equipes do grid? Ele mostrou no fim de semana passado.

Durante todo o fim de semana, o estreante Bianchi foi mais rápido que seu companheiro de equipe e também estreante, Max Chilton, e do que os dois pilotos da Caterham, Charles Pic (ex-Marussia) e o novato - mas nem tão novo assim - Giedo va der Garde. E não foi só isso. Ele também não ficou distante dos tempos de alguns carros das escuderias medianas. Só à titulo de comparação, o francês largou em 19º, sendo sete décimos mais rápido que Chilton, o 20º, quase um segundo e meio mais veloz do que van der Garde, o 21º e a quase dois segundos de Pic, último. Já para Esteban Gutierrez, piloto da Sauber que largou em 18º, ou seja, imediatamente à sua frente, ele perdeu pouco mais de três décimos.

Claro que temos de levar em consideração os fatores externos - ou chuva, como preferirem - que acabaram por equilibrar um pouco as forças entre times médios e pequenos. Mas o desempenho de Bianchi não deixou de ser excelente por conta disso, até porque, em condições de pista molhada os pilotos precisam mostrar até mais habilidade na condução do bólido.

Na corrida, um belo 15º lugar, aproveitando-se de quatro abandonos (Daniel Ricciardo, Nico Rosberg, Pastor Maldonado e Nico Hulkenberg, esse último sem ter largado). Mas não foi só isso que o levou à essa posição. Bianchi andou muito bem, sempre à frente dos rivais já citados. No fim, tomou uma volta apenas do vencedor, enquanto os outros levaram duas. Sem contar que ele registrou a 11ª melhor volta da prova, no 52º giro, sendo muito - MAS MUITO MESMO - mais veloz que o trio Pic/Chilton/Van der Garde. Desempenho bem convincente, afinal.
Em sua corrida de estreia, o francês andou muito bem, sendo, de longe, o melhor piloto entre os times pequenos 
Obviamente, é preciso, também, ter calma com Jules. Sim, sua primeira corrida na F1 foi excelente. Porém, ele ainda é um estreante na categoria e deverá ter seus altos e baixos, o que é completamente normal para alguém que busca quilometragem e experiência na categoria, ainda mais em uma equipe como a Marussia. Apesar disso, creio que estar no grid, mesmo pilotando o MR02, em 2013 seja benéfico para ele, que tem muito trabalho a mostrar na equipe russa. Logo, ele estará em um time maior, acredito.

E para a Marussia, Bianchi pode ter sido um grande achado. Naturalmente, por ser uma das menores escuderias do grid, o grande objetivo da Marussia é brigar com a Caterham, outro time nanico, pelo décimo lugar no mundial de construtores, conseguindo assim uma parte maior nas verbas repassadas pela FOM. E para essa batalha, o time russo parece ter no francês alguém que possa fazer a diferença para alcançar esse posto, pois ele parece ser muito mais piloto do que os outros três.

É bom ficarmos de olho no francês em 2013.

Fotos: GPUpdate.net
Share on Google Plus

About Diego Maulana

    Blogger Comment
    Facebook Comment

4 comentários:

J Renato Fernandes disse...

Nicolas Todt também é empresário do Masa, amiiiiigoooo

J Renato Fernandes disse...

Falando sério, não lembro de outro piloto ter se destacado na Marússia, Caterham e nem na finada Hispania.

Diego Maulana disse...

Pois é, amiiiiigoooooo, se destacar com essas joças não é fácil. Contudo, é de se imaginar que ano a ano o time evolui, o que ajuda nessa parte. Prova de que o menino tem talento. Quanto ao Todt ser empresário do Massa também, faz parte ué, hahahaha

J Renato Fernandes disse...

é o Todinho, amiiigoooo!