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Boa leitura!
A melhor da década
Quem acompanha sabe. A F1 estava em um marasmo desgraçado nesses anos 2000, tudo graças ao alemão heptacampeão que de 2000 à 2004 monopolizou os títulos da categoria. Ai surgiu um espanhol, bom de braço, que acabou com a alegria desse alemão e dos ferraristas, sendo bi campeão em 2005 e 2006, pela Renault. O alemão se aposentou e a F1 ganhou um novo fôlego.
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Podemos dizer que a temporada 2008 foi a que viu o surgimento de novos ídolos na F1. Lewis Hamilton, Felipe Massa, Robert Kubica, Sebastian Vettel, Heikki Kovalainen, Nico Rosberg e outros, ao lado de pilotos mais experientes como Fernando Alonso, Kimi Raikkönen, Nick Heidfeld e Jarno Trulli, fizeram dessa a melhor temporada desse novo milênio.
Tivemos tudo o que se pode imaginar. Mais escândalos, resultados polêmicos, confusões extra-pista, ultrapassagens, corridas adversas, zebras, trapalhadas, acidentes, estréia de novas pistas ... ufa! Espero não ter esquecido nada, mas com tudo isso o que aconteceu...
Assim como no ano passado, tivemos um equilibrio muito grande entre o campeão e o vice e novamente o campeonato foi decidido no Brasil. E que diga-se de passagem, foi a melhor corrida dos últimos tempos. No final, deu Hamilton, por apenas um ponto.
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Mas o campeão teve um adversário de peso esse ano, que valorizou e muito sua conquista. Felipe Massa viveu um ano quase mágico. Não fossem as trapalhadas da Ferrari, como no incrível erro em Cingapura, quando ele foi autorizado a voltar para a pista com o bocal da mangueira de combustível acoplada ao carro, e a falta de sorte, como o motor que estourou a três voltas do fim na Hungria, Massa teria sido campeão, já que foi quem mais venceu (seis contra cinco de Hamilton). Mas todos esses erros, da equipe principalmente, culminaram em um vice campeonato melancólico para o brasileiro, ainda mais porque ele sentiu o gosto de estar no topo do mundo por 36 segundos. Não fosse o problema com os pneus de Timo Glock na última volta da última corrida, a história seria diferente. Mas no final, analisando friamente, o vice ficou de bom tamanho para um piloto que mostrou um amadurecimento muito grande e que não era considerado favorito, nem em sua equipe, no início da temporada.
O favorito na verdade decepcionou. E muito. Kimi Raikkönen até deu mostras, no início da temporada, de que estava disposto a defender com unhas e dentes o título. Ledo engano. Irregular e desmotivado, Raikkönen logo saiu da briga pelo título. E saiu pela porta dos fundos, ofuscado pela vontade de Massa. O finlandês só voltou a fazer boas apresentações no fim da temporada, o que ajudou a Ferrari a garantir o título do mundial de construtores, roubando ainda o terceiro lugar de Robert Kubica.
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Mas tivemos também os destaques negativos da temporada e os pilotos que foram muito aquem do esperado. E essa é uma lista imensa, pois como já disse no início desse review, escândalos, trapalhadas e outras coisas não faltaram. Mas tudo isso faz parte do show e contribuiu para que a temporada fosse boa. Pelo lado dos pilotos que não renderam, o que mais me chamou a atenção foi Heikki Kovalainen. Com uma McLaren, uma pole e uma vitória e apenas o sétimo lugar no campeonato foi muito pouco. Pode não ser o melhor parâmetro de comparação, mas o companheiro dele foi campeão. Tudo bem que ele foi contratado para ser o escudeiro de Hamilton, mesmo que ele negue até a morte, mas Kovalainen deixou uma grande oportunidade de se firmar como piloto de ponta e ajudar a McLaren a ser campeão de equipes também.
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A F1 tem ficado mais interessante a cada ano e a tendência é ficar mais equilibrada para o ano que vem, graças as mudanças propostas pela FIA. Com a crise global, um corte de custos também se faz necessário, o que também contribuirá para uma maior disputa daqui pra frente. Ainda assim, os favoritos deverão ser os mesmos desse ano, mas podem ter certeza de que teremos novidades dessa nova turma. A juventude tem tomado conta e essa geração veio pra ficar, por muitos e muitos anos. Ainda bem!
Fotos: Autosport.com
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