Review - Fórmula Indy

Após acompanhar de perto as principais categorias do automobilismo nesse ano e com a chegada de 2009 cada vez mais próxima, é hora de fazermos uma pequena retrospectiva com o que de melhor aconteceu no mundo da velocidade em 2008. Por isso, o blogueiro que vos fala, inicia nessa semana, uma série de especiais sobre as principais categorias do ano, uma espécie de Review.

Nessa segunda falaremos sobre a primeira categoria que conheceu se campeão, a Fórmula Indy.

Bom divertimento!

Uma temporada, um recomeço

Crescimento. Essa é a palavra que define melhor a fase que a Indy vive atualmente. A categoria vem crescendo a cada ano e se firmando como uma das principais categorias do automobilismo na terra do Tio Sam. É claro que não podemos comparar a Indy atual com os tempos áureos da CART, no final da década de 90 início dos anos 2000, mas um importante passo foi dado na consolidação da Indy, quem sabe daqui a alguns anos, no cenário mundial.

A fusão da IRL com a Champ Car, é um indício de que um vôo mais alto é planejado. E essa fusão trouxe emoção e equilibrio para o campeonato em 2008, apesar da vantagem das equipes da IRL ser iminente em relação as oriundas da Champ Car, especialmente em circuitos ovais. Mas isso é uma coisa que com o tempo será diminuida.

Por falar em diminuição, é óbvio que com essa atual crise mundial o crescimento da Indy seja menor daqui pra frente, até tudo voltar ao normal, mas isso não tirará o brilho da categoria.

Falando da competição, a briga pelo título dessa temporada foi grande e durou até a última corrida. Scott Dixon, campeão em 2003 contra Hélio Castro-Neves, bi-campeão das 500 milhas de Indianápolis. O maior vencedor e pole da temporada, com 6 vitórias e 5 poles contra o mais consistente e azarado, porque não, do ano. No final, prevaleceu aquele que venceu mais e que mais largou na frente. Dixon foi campeão, mas com apenas 17 pontos de vantagem. Isso porque nas últimas três etapas, Hélio tirou 61 pontos de dferença, o que deu ao brasileiro esperanças no fim do campeonato.

Durante todo o ano vimos um Scott Dixon muito bem na Ganassi, principalmente nos ovais. Suas seis vitórias provam isso. Mas o que ajudou bastante foi a falta de sorte de Hélio. Por diversas oportunidades o brasileiro esteve perto de vencer, mas sempre acontecia algo perto da linha de chegada. Na maioria das vezes, a falta de combustível era a causa. Com sorte e muita competencia, a dupla Ganassi - Dixon ia se afastando cada vez mais dos concorrentes. Hélio por sua vez, tentava desesperadamente continuar próximo de Dixon, sempre chegando no pódio ou perto dele, enquanto outros candidatos ao título iam sucumbindo pelo caminho.



Tony Kanaan enfrentou muitas dificuldades durante o ano na Andretti Green. O bom baiano, além de ter que enfrentar um carro ruim, teve também que aturar erros do princípe da equipe, Marco Andretti e dividir atenções com a princesa da Indy, a bela Danica Patrick. Por falar em Danica, a musa venceu pela primeira vez na Indy, contando também com o azar de Castro-Neves em Motegi. Esse foi um dos melhores momentos do ano. Tony ainda teve a companhia do discretissimo Hideki Mutoh. Kanaan só venceu uma vez, em Richmond.

Outro favorito ao título, o inglês Dan Wheldon, campeão de 2005, não teve a menor chance contra Dixon, nem no campeonato, muito menos na equipe. Com pouco brilho, Wheldon venceu duas vezes, em Iowa e no Kansas. Contudo, foi muito irregular durante a temporada. O resultado foi sua demissão da Ganassi. O inglês vai pilotar no ano que vem pela Panther.

Por fim, Ryan Briscoe, companheiro de Hélio na Penske, também abandonou cedo a disputa. Mesmo vencendo em Milwaukee e em Mid-Ohio, além da prova festiva em Surfers Paradise, o australiano também foi pouco consistente, principalmente no início da temporada e chegou a ter seu lugar ameaçado. Melhorou após a metade e deu uma boa contribuição ao companheiro.

Vimos também bons pilotos surgirem, como os americanos Ryan Hunter-Reay e Graham Rahal e o australiano Will Power . Já para os outros brasileiros, o ano foi de aprendizado. Vítor Meira continua no quase, mas vai evoluindo muito. Mesmo perdendo o lugar na Panther para Wheldon, Meira é muito bem visto por lá e vai pilotar pela Foyt. Enrique Bernoldi começou bem, mas com o carro pouco confiável da Conquest, não conseguiu manter um bom desempenho durante a temporada. O mesmo aconteceu com Jaime Câmara, companheiro de Bernoldi na Conquest. Mesmo assim, os dois fizeram uma boa temporada de estréia na Indy. Outro que estreou na categoria foi Mário Moraes. Esse demorou um pouco para se adaptar, mas quando conseguiu fez ótimas apresentações. Bruno Junqueira também fez boas apresentações com seu Dale Coyne, mas sofreu com a confiabilidade (ou falta dela) de seu equipamento.

A temporada 2008 da Indy foi muito boa e o nível de competição entre equipes e pilotos promete crescer a cada ano. Espero que para o bem da competição, a diferença entre as equipes caia, tornando as corridas mais emocionates e atrativas. Muitas coisas para a temporada 2009 já foram resolvidas e muitas estão por resolver, principalmente em questões economicas, graças a crise. No início do ano que vem, teremos um panorâma mais amplo do que nos espera em 2009.

Fotos: Autosport.com
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