Ferrari ordena, Massa abre, Alonso vence e F1 lembra Austria 2002

Dia 12 de maio de 2002. Dia das mães no Brasil, sexta etapa da F1 na Austria. Rubens Barrichello fazia uma corrida exuberante, guiando muito. A vitória, era só uma questão de cruzar a linha de chegada e receber a quadriculada. Mas quem venceu foi Schumacher, após ultrapassar Rubinho a poucos metros da linha de chegada. O brasileiro tinha recebido uma ordem da equipe para deixar o alemão vencer. E a cumpriu.

O clima ficou tenso, as vaias da torcida ecoaram pelo autódromo. O pódio, foi o mais sem graça possível, com Schumacher tentando consertar o erro dando o troféu e o lugar mais alto do pódio para Barrichello, visivelmente constrangido.



Desde então, muito se fala de ética na F1, jogo de equipe, essas coisas. Pouco mais de oito anos depois do acontecido no circuito de A1-Ring, o assunto é lembrado. E hoje em especial, mais ainda, pois voltou a se repetir, dessa vez no GP da Alemanha, em Hockenheim. E entre os personagens, novamente um brasileiro e a Ferrari.

O trio Ferrari, Fernando Alonso e Felipe Massa protagonizaram mais uma nojeira na F1. Muito parecido com o que aconteceu em 2002, gerando mais uma dobradinha daquelas de se esquecer.

Todos sabiam que a Ferrari tinha potencial para vencer hoje. Disse ontem que quem contornasse a primeira curva na frente teria 50% do caminho andado para a vitória. E foi Felipe Massa que percorreu esse caminho, após uma largada desastrosa de Vettel, que espremeu Alonso. Parecia que o martirio do brasileiro acabaria hoje, com uma bela vitória. Alonso manteve o segundo lugar, e Vettel caiu para terceiro. Tudo o que a Ferrari queria. Tudo o que eles precisavam.

A disputa entre os companheiros aumentou. Alonso fazia volta mais rápida, Massa respondia. Não havia indicios de um jogo de equipe. Parecia que quem fosse melhor venceria. Até que veio a primeira rodada de pits.

Alonso parou antes e já com pneus aquecidos, voltou a atacar Felipe, que tinha dificuldades. Mas que soube se defender, mantendo-se em primeiro, causando revolta no espanhol.

Massa abriu uma boa vantagem, andando mais rápido que o companheiro e se revezavam fazendo a volta mais rápida. Tudo parecia sob controle.

Até que, faltando 18 voltas para o fim, veio uma mensagem da equipe para Felipe. "Alonso é mais rápido do que você. Entendeu a mensagem?". Na volta seguinte, na reta depois do grampo, Massa levanta o pé, e Alonso o ultrapassa, para vencer pela segunda vez no ano.

Logo hoje, quando ele parecia ter se encontrado e venceria a prova. Logo hoje, exatamente um ano depois daquele grave acidente na Hungria, que quase encerrou sua carreira, quando ele poderia terminar de dar a volta por cima. Massa afinou. Pela equipe, segundo ele. Por vontade própria.

Em 2002, Massa estreava na F1. Viveu de perto o episódio envolvendo Schumi e Barrica. E protagonizou o seu agora.

Logo ele, que sempre disse que brigaria pela vitória sempre e que não era segundo piloto. Hoje mostrou que é o contrário do que diz.

Dá nojo viver um episódio como esse novamente, principalmente quando se prega uma coisa que falta à F1: ética. Alonso não precisa disso pra vencer. Massa não precisa disso pra se manter na equipe. Se até agora a Ferrari e Alonso tinham chances minímas de brigar pelo título, era por incompetencia própria. Incompetencia essa que não poderia, de maneira alguma, ser revertida com manipulação de resultados.

Sobre o restante da prova, pouco a se falar. A McLaren decepcionou um pouco. Esperava mais dela na corrida. Mas conseguiu bons quarto e quinto lugares, e a manutenção da ponta. Webber, em sexto também foi mal.

Esperava mais de Rubinho também, pela boa classificação de ontem.

Mas nada disso foi tão decepcionante quanto o jogo sujo da Ferrari.

Final

1°. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1h27min38s864
2°. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 4s196
3°. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), a 5s121
4°. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 26s896
5°. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 29s482
6°. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 43s606
7°. Robert Kubica (POL/Renault), a 1 volta
8°. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 1 volta
9°. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 1 volta
10°. Vitaly Petrov (RUS/Renault), a 1 volta
11°. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 1 volta
12°. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1 volta
13°. Nico Hulkenberg (ALE/Williams-Cosworth), a 1 volta
14°. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber-Ferrari), a 1 volta
15°. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta
16°. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes), a 2 voltas
17°. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 2 voltas
18°. Timo Glock (ALE/Virgin-Cosworth), a 3 voltas
19°. Bruno Senna (BRA/Hispania-Cosworth), a 4 voltas

Não completaram

20°. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Cosworth)
21°. Lucas Di Grassi (BRA/Virgin-Cosworth)
22°. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania-Cosworth)
23°. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth)
24°. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari)
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3 comentários:

Unknown disse...

quem quiser defender a ferrari só tem um argumento factivel: criticar a regra de equipo.

Raphael disse...

Onde tem Fernando Alonso tem confusão na certa. Ele sempre dá um jeito de fazer a equipe trabalhar para si. Mesmo quando o companheiro corre melhor que ele. É fire. Já que é tão "bonzão", queria ver o que ele faz com uma Toro Rosso.

Tiago Araujo disse...

Mais uma vez a Ferrari fazendo jogo sujo!
Massa não é mais que Rubinho afffff