Uma reflexão sobre o merecido tri de Vettel

Sebastian Vettel conquistou nesse domingo o tricampeonato da F1. Tricampeonato mesmo, ao pé da letra. E tudo isso aos 25 anos, quatro meses e 22 dias de vida, o que lhe torna o tricampeão mais jovem da história. Um feito, que vem ao lado de outro. Vettel foi apenas o terceiro piloto da história a conquistar três taças seguidas, ao lado das lendas Juan Manuel Fangio, entre 1954 e 1956 (e ganhou o quarto em 1957) e Michael Schumacher, entre 2000 e 2002 (ele ainda venceu em 2003 e 2004). Realmente, Seb é um piloto especial.

Ao meu ver, ninguém conquista um título à toa. Três seguidos, então, muito menos. E para tanto é necessária uma junção de fatores, como ter uma boa equipe a sua volta e muito talento. E o alemão se encaixa nesse perfil. Por isso, já podemos afirmar que Vettel é um dos grandes, um dos maiores que já passaram pela categoria. Basta lembrarmos um pouco de sua trajetória na F1 que não há como negar isso. 
Desde sua estreia na categoria, em 2007, aos 19 anos, substituindo Robert Kubica na BMW Sauber no GP dos EUA, vemos que o garoto tem talento. Naquela prova, já marcou seu primeiro ponto, logo de cara. No fim daquele ano, assumiu uma vaga na Toro Rosso, e conseguiu outro grande resultado, um quarto lugar na China. Pela equipe B da Red Bull, no ano seguinte, venceu na Itália - antes mesmo do time principal, diga-se - e conquistou excelentes resultados, que o levaram a Red Bull em 2009, ano em que deu ao time seu primeiro triunfo e foi vice campeão. De 2010 a 2012, já sabemos o que aconteceu. Um crescimento meteórico e absurdo.

Por isso, dizer que o título de Vettel não foi merecido é bobagem, assim como tentar desmerecer sua conquista por conta do ótimo carro que teve, especialmente na reta final do campeonato. Por mais que o carro seja fantástico, que Adrian Newey, homem por trás do RB8, seja um gênio, sempre é necessário um piloto talentoso para se chegar ao título, ainda mais quando se tem adversários do peso de Fernando Alonso, Kimi Raikkönen e Lewis Hamilton na briga. É só ver o que o outro piloto da equipe, Mark Webber, fez no ano. O australiano teve poles e vitórias, e mesmo assim, terminou o campeonato em sexto, muito atrás de Sebastian, o que prova que não basta ter carro, tem de saber pilota-lo. E Vettel sabe fazer isso muito bem. 
E é bom ressaltar: todos tiveram percalços no mundial. Vettel teve os dele, assim como tiveram seus adversários. Se o alemão conseguiu supera-los com mais facilidade, ótimo pra ele. Isso denota competência dele e de quem o ajudou. Aliás, convenhamos, o automobilismo também é um esporte coletivo. Nada é conseguido sozinho. E isso faz a diferença. Vejo até no GP do Brasil uma grande síntese do que foi o campeonato dele. Um início burocrático, quase fora da briga em determinado momento, mas com uma ascensão e recuperação incríveis, mesmo com um erro do seu time no meio do caminho, antes da glória.

Outros pilotos mereciam o título? Sim. Mas somente um vence. É a vida. Sebastian Vettel é um tricampeão legítimo, merecedor por todo trabalho que fez no ano. E pode conquistar muito mais ainda. Até fiz uma brincadeira em meu twitter ontem, perguntando se o V3ttel teria condições de virar Ve7tel, igualando-se assim ao seu amigo e mentor Michael Schumacher como maior campeão da categoria. É difícil, mas se continuar nesta toada, quem sabe? Ele ainda é um garoto, tem muito a evoluir e a conquistar. E se com essa idade já demonstra ser o piloto que é, tendo vencido o que venceu, não é impossível de se imaginar que ele alce voos ainda maiores nos próximos anos.

Fotos: GPUpdate.net
Share on Google Plus

About Diego Maulana

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários: