Em Sepang, foram finalizados hoje os primeiros testes coletivos
do ano na MotoGP. Foram três dias com pilotos e equipes aproveitando as primeiras
chances para terem contato com os novos equipamentos e analisarem o que precisa
ser mantido e o que precisa melhorar. E observando assim, de longe, já começam
a surgir as primeiras impressões sobre o campeonato que está por vir.
Assim como em 2012, em 2013 a briga pelos primeiros
lugares deverá ficar com os times oficiais de Honda e Yamaha. E talvez com um
pouco mais de intensidade do que na temporada que se passou. Pode-se dizer que,
tanto a Repsol Honda quanto a Yamaha têm pilotos de ponta, capazes de vencer
corridas. Isso já torna a disputa bem acirrada entre as duplas Pedrosa/Márquez e
Lorenzo/Rossi. Duvido que as disputas por vitórias nas corridas e pelo título
saia daí.
Naturalmente, o que pode ocorrer é a polarização das
disputas dentro desse próprio grupo com o decorrer do campeonato, por um motivo
ou por outro.
Dani Pedrosa foi o piloto mais rápido nos três dias de testes da MotoGP em Sepang. Espanhol quer primeiro título |
Sobre os desempenhos, Pedrosa liderou todos os dias de
treinamentos, tendo sempre Lorenzo muito próximo dele, especialmente nos dois
primeiros. A Honda parece ter uma moto bem mais estável do que no ano passado e
o espanhol vem motivado a conquistar seu primeiro título. A Yamaha, por sua
vez, também parece ter uma moto muito boa. Contudo, Lorenzo, atual campeão,
pediu algumas melhorias, especialmente com relação a aceleração. Vamos ver o que
acontece nos próximos ensaios.
Um pouco atrás vieram Marc Márquez e Valentino Rossi. O
campeão da Moto 2 foi melhor do que o italiano multi-campeão nos dois primeiros
dias. Já nesta quinta, o Doutor foi mais rápido, se aproximando bastante do
desempenho de seu companheiro, ao passo que o novato sofreu um tombo e ficou em
quarto. Tanto Rossi quanto Márquez vão precisar um pouco mais de tempo do que
seus parceiros. O italiano para se readaptar à Yamaha, algo que vem fazendo aos
poucos. Já o espanhol ingressa em uma categoria nova, onde as motos são
diferentes e a pressão é maior. Ambos deverão estar em um nível melhor quando
alinharem no grid de Losail.
Se as equipes oficiais de Yamaha e Honda estão no topo, logo em seguida vêm os times satélites de ambos. Creio que a Tech 3 Yamaha, a LCR Honda e
a Gresini Honda nos proporcionarão boas disputas no segundo pelotão,
conseguindo, inclusive, beliscar um pódio aqui e outro ali, em determinadas
condições, pois todos tem bons equipamentos.
A Tech 3 já havia surpreendido na temporada passada com Andrea
Dovizioso e Cal Crutchlow andando muito bem e conquistando pódios. Aliás, ambos
foram melhores do que o segundo piloto da Yamaha oficial na época, o americano Ben
Spies. Repetir o feito é meio improvável, até porque os pilotos do time oficial
não são bobos. Mas os bons resultados deverão continuar a aparecer, com um
Crutchlow mais maduro e com Bradley Smith querendo mostrar serviço.
Outro que teve um 2012 muito bom foi Stefan Bradl, levando a
LCR Honda a ótimas performances. E o alemão, que derrotou Marc Márquez na Moto
2 em 2011, quer novamente mostrar bons desempenhos para reivindicar algo melhor
nas próximas temporadas.
Atual campeão, Jorge Lorenzo andou muito próximo de Pedrosa, mas foi o segundo em todos os três dias de ensaios |
Conseguindo melhorar durante a temporada 2012, Álvaro Bautista
se destacou mais no fim da temporada passada. E nesse ano deve ser mais
constante no segundo bloco, brigando com as Tech 3 e com a LCR de Bradl.
Quem segue decepcionando é a Ducati, que sequer parece ter nível
para desafiar os pilotos do segundo bloco, como aconteceu na temporada passada.
Nicky Hayden e Andrea Dovizioso terão muito trabalho ao lado da equipe
italiana. Tanto que já pediram mudanças consideráveis na nova moto. Andrea
Ianone e Ben Spies, que também correrão com a Ducati, mas pela Pramac, time satélite,
também terão muito o que fazer para melhorar sua motos.
Entre as motos CRT, as da equipe Aspar Aprilia seguem
mostrando os melhores resultados, se aproximando das motos Ducati, por exemplo.
É uma evolução lenta, mas que pode dar resultados no decorrer do mundial. Uma
boa noticia é ver o grid com mais pilotos. Espero que isso se torne uma tendência.
Ainda restam mais dois testes coletivos da MotoGP antes da estréia
no Qatar. O próximo acontece novamente em Sepang, entre os dias 26 e 28 de
fevereiro. E depois, entre 23 e 25 de março, as equipes testam em Jerez.
Fotos: MotoGP.com
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